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Abstract
Neste artigo, parto do tema do parentesco e do conceito de sociedade na tentativa de problematizá-los através de contextos como o dos povos Tikmuun/Maxakali nos quais há constantes irrupções de conflitos que culminam em diluições das relações e das aldeias. Ao partir do parentesco, pretendo discutir a articulação inerente à sua natureza que é a de uma perspectiva vertical-diacrônica e uma segunda perspectiva horizontal-sincrônica. De um lado, temos as genealogias de parentesco – fenômeno eminentemente vertical, histórico e ligado à memória – e de outro, temos os usos cotidianos do parentesco – fenômeno eminentemente horizontal e ligado às implicações da proibição do incesto e do uso da linguagem. Ao observar a dialética da horizontalidade e da verticalidade no parentesco, tento problematizar o lugar do conflito entre essas duas linhas. Seguindo a noção de devir, proposta por Deleuze e Guatari, meu argumento é de que o conflito, com seu caráter intempestivo e criador, parece estar ligado a diagonais que atravessam as linhas da verticalidade e da horizontalidade.