Aline Lazara Resende, Luiz Henrique Paranhos de Sousa Rosa, Ricardo Pinheiro de Carvalho, Luciana da Conceição dos Santos, Antônio da Silva Menezes Junior
{"title":"Hipertensão arterial resistente por hiperaldosteronismo primário: relato de caso","authors":"Aline Lazara Resende, Luiz Henrique Paranhos de Sousa Rosa, Ricardo Pinheiro de Carvalho, Luciana da Conceição dos Santos, Antônio da Silva Menezes Junior","doi":"10.11606/issn.1679-9836.v102i3e-202568","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A hipertensão arterial resistente (HAR) é um problema clínico comum. A identificação dos pacientes portadores de HAR é de fundamental importância, uma vez que eles apresentam uma maior taxa de danos a órgãos-alvo e um risco significativamente maior de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Neste trabalho é relatado o caso de um paciente do sexo masculino, 54 anos, encaminhado para avaliação nefrológica em função de hematúria. Tinha diagnóstico de hipertensão arterial há 8 anos, em uso de 4 classes de anti-hipertensivos. Fazia atividade física e apresentava um bom padrão alimentar. Negava uso de drogas ilícitas ou quaisquer outros medicamentos. Exames complementares excluíram o efeito do avental branco e confirmaram o impacto da hipertensão arterial sobre órgãos-alvo. Além disso, ele apresentava glicemia de jejum, função tireoidiana e renal normais. Diante do exposto, foi feito a hipótese diagnóstica de HAR e solicitado investigação para causas secundárias de hipertensão arterial, que evidenciou uma relação aldosterona/atividade de renina plasmática de 453. Deste modo, foi feito o diagnóstico de hiperaldosteronismo, e solicitado exame de imagem que demonstrou hiperplasia adrenal bilateral. O paciente foi orientado a iniciar espironolactona, evoluindo com rápida queda dos níveis pressóricos, sendo possível a retirada de todos os hipotensores que vinham sendo utilizados. O hiperaldosteronismo primário é uma das principais causas de hipertensão arterial secundária. Apesar dos avanços na compreensão de sua fisiopatologia, esta condição clínica segue subdiagnosticada. O diagnóstico adequado permite intervenções terapêuticas específicas, que melhoram significativamente o controle da pressão arterial e os desfechos cardiovasculares relacionados a esta condição.","PeriodicalId":91041,"journal":{"name":"Revista de medicina","volume":"194 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-06-29","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista de medicina","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1679-9836.v102i3e-202568","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A hipertensão arterial resistente (HAR) é um problema clínico comum. A identificação dos pacientes portadores de HAR é de fundamental importância, uma vez que eles apresentam uma maior taxa de danos a órgãos-alvo e um risco significativamente maior de eventos cardiovasculares fatais e não fatais. Neste trabalho é relatado o caso de um paciente do sexo masculino, 54 anos, encaminhado para avaliação nefrológica em função de hematúria. Tinha diagnóstico de hipertensão arterial há 8 anos, em uso de 4 classes de anti-hipertensivos. Fazia atividade física e apresentava um bom padrão alimentar. Negava uso de drogas ilícitas ou quaisquer outros medicamentos. Exames complementares excluíram o efeito do avental branco e confirmaram o impacto da hipertensão arterial sobre órgãos-alvo. Além disso, ele apresentava glicemia de jejum, função tireoidiana e renal normais. Diante do exposto, foi feito a hipótese diagnóstica de HAR e solicitado investigação para causas secundárias de hipertensão arterial, que evidenciou uma relação aldosterona/atividade de renina plasmática de 453. Deste modo, foi feito o diagnóstico de hiperaldosteronismo, e solicitado exame de imagem que demonstrou hiperplasia adrenal bilateral. O paciente foi orientado a iniciar espironolactona, evoluindo com rápida queda dos níveis pressóricos, sendo possível a retirada de todos os hipotensores que vinham sendo utilizados. O hiperaldosteronismo primário é uma das principais causas de hipertensão arterial secundária. Apesar dos avanços na compreensão de sua fisiopatologia, esta condição clínica segue subdiagnosticada. O diagnóstico adequado permite intervenções terapêuticas específicas, que melhoram significativamente o controle da pressão arterial e os desfechos cardiovasculares relacionados a esta condição.