Mariana Barreira Duarte de Sousa, Kelly Renata Lopes Silva, Mariana da Silva Andrade, Weberson Lima Silva, Cyntya Kethurin Ribeiro
{"title":"O COMPORTAMENTO DA INCIDÊNCIA DA SÍNDROME CONGÊNITA DO VÍRUS ZIKA, 2015-2021","authors":"Mariana Barreira Duarte de Sousa, Kelly Renata Lopes Silva, Mariana da Silva Andrade, Weberson Lima Silva, Cyntya Kethurin Ribeiro","doi":"10.51161/ii-conbrai/5894","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O vírus Zika alcançou o Brasil em 2015, quando foi identificado um número crescente de recém-nascidos apresentando uma síndrome congênita caracterizada principalmente por microcefalia, alterações oftalmológicas e ortopédicas. Desde então, a Síndrome Congênita do Vírus Zika (SCZ) consiste em sinais e sintomas apresentados por crianças cujas mães tiveram infecção confirmada pelo vírus durante a gestação. Objetivo: Este estudo visa analisar a série temporal da incidência de SCZ no Brasil, entre os anos de 2015 e 2021. Metodologia: Trata-se de uma análise temporal de caráter observacional e analítico. Para tal, obteve-se os dados a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS). Foi utilizado o número de casos da SCZ, obtidos no Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP-Microcefalia), bem como o número de nascidos vivos, disponíveis no Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC). Para obtenção da incidência foi realizado o cálculo: (n° de casos/nascidos vivos) x 1000. Os dados foram submetidos ao software Stata 14.0, a partir do qual se realizou a análise de série temporal através do método de Prais-Winsten. Foram consideradas significativos as séries temporais com p-valor menor que 0,05. Resultado: Entre os anos de 2015 a 2021 foram registrados em todo o país 20.444 casos da SCZ, sendo que 2016 demonstrou o maior número de casos (8.587) e 2021 o menor (801). O Brasil apresentou tendência temporal significativa decrescente da incidência (p-valor=0,002), com taxa de variação anual (TVA) negativa de 28,3% entre 2015 e 2021. Além disso, a regiões Nordeste (p-valor= 0,006) e Centro-Oeste (p-valor=0,004) também apresentaram tendência decrescente significativa, com TVA negativa de 37,4% e 31,2%, respectivamente. As demais regiões tiveram caráter estacionário (p-valor maior que 0,05). Conclusão: A partir do recorte temporal do presente estudo, a queda observada na incidência de SCZ demonstrou a efetividade de diferentes políticas públicas adotadas desde 2015 para conter o desenvolvimento dessa problemática. Contudo, é necessário a manutenção de esforços para aperfeiçoar e desenvolver novas estratégias, em âmbito nacional, que permitam a atenuação ou erradicação desta síndrome no Brasil, a qual tem potencial de desencadear inúmeros prejuízos psicossociais a família e a crianças que a desenvolve.","PeriodicalId":7739,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line","volume":"30 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/ii-conbrai/5894","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: O vírus Zika alcançou o Brasil em 2015, quando foi identificado um número crescente de recém-nascidos apresentando uma síndrome congênita caracterizada principalmente por microcefalia, alterações oftalmológicas e ortopédicas. Desde então, a Síndrome Congênita do Vírus Zika (SCZ) consiste em sinais e sintomas apresentados por crianças cujas mães tiveram infecção confirmada pelo vírus durante a gestação. Objetivo: Este estudo visa analisar a série temporal da incidência de SCZ no Brasil, entre os anos de 2015 e 2021. Metodologia: Trata-se de uma análise temporal de caráter observacional e analítico. Para tal, obteve-se os dados a partir do Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde (DataSUS). Foi utilizado o número de casos da SCZ, obtidos no Registro de Eventos de Saúde Pública (RESP-Microcefalia), bem como o número de nascidos vivos, disponíveis no Sistema de Informações de Nascidos Vivos (SINASC). Para obtenção da incidência foi realizado o cálculo: (n° de casos/nascidos vivos) x 1000. Os dados foram submetidos ao software Stata 14.0, a partir do qual se realizou a análise de série temporal através do método de Prais-Winsten. Foram consideradas significativos as séries temporais com p-valor menor que 0,05. Resultado: Entre os anos de 2015 a 2021 foram registrados em todo o país 20.444 casos da SCZ, sendo que 2016 demonstrou o maior número de casos (8.587) e 2021 o menor (801). O Brasil apresentou tendência temporal significativa decrescente da incidência (p-valor=0,002), com taxa de variação anual (TVA) negativa de 28,3% entre 2015 e 2021. Além disso, a regiões Nordeste (p-valor= 0,006) e Centro-Oeste (p-valor=0,004) também apresentaram tendência decrescente significativa, com TVA negativa de 37,4% e 31,2%, respectivamente. As demais regiões tiveram caráter estacionário (p-valor maior que 0,05). Conclusão: A partir do recorte temporal do presente estudo, a queda observada na incidência de SCZ demonstrou a efetividade de diferentes políticas públicas adotadas desde 2015 para conter o desenvolvimento dessa problemática. Contudo, é necessário a manutenção de esforços para aperfeiçoar e desenvolver novas estratégias, em âmbito nacional, que permitam a atenuação ou erradicação desta síndrome no Brasil, a qual tem potencial de desencadear inúmeros prejuízos psicossociais a família e a crianças que a desenvolve.