Matheus Antonio Moreira, Felipe Viero Kolinski Machado
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Abstract
Esse artigo tem por objetivo analisar, a partir de quatro beijos específicos, quais sentidos então se mobilizam sobre gêneros e sexualidades. Ao empreendermos uma análise crítica cultural, ancorada em referenciais teóricos e políticos caros aos estudos de gênero/sexualidade/teoria queer, constatamos como, a partir dos beijos de Félix e Niko (Amor à Vida, 2013), de Luccino e Otávio (Orgulho e Paixão, 2018), de Pablo e Willian (Bom Sucesso, 2019) e de Guga e Serginho (Malhação – Toda forma de amar, 2019), constituem-se sentidos muito específicos que dizem sobre possibilidades e impossibilidades de ser e de estar no mundo enquanto gay. Um beijo que apenas é autorizado mediante redenção do vilão e estabelecimento de um relacionamento heteronormativo (Amor à Vida), um beijo e uma relação, que apenas podem acontecer em privado, uma vez que, publicamente, não haveria um casal, mas dois vizinhos (Orgulho e Paixão), um beijo que se dá no contexto do armário e mediante existência de uma relação heterossexual de fachada (Bom Sucesso) e um beijo que, ainda que em público, é repreendido sob lógica homofóbica (Malhação – Toda forma de amar) sinalizam uma série de interdições que são fundamentais de serem consideradas e que aqui são discutidas.