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Abstract
Parte do projeto do modernismo brasileiro foi a afirmação de uma literatura nacional autêntica no espaço mundial da modernidade estabelecido como conjunto de Estados nacionais. Entretanto, a escrita do texto moderno foi marcada por aquilo que Denise Ferreira da Silva (2007) chama de globalidade, isto é, a atribuição de transparência ao sujeito europeu e de afetabilidade aos seus outros raciais, que ocupavam outros espaços. Essa separação se expressou como uma forma peculiar de angústia de influência em diversos textos literários modernistas que buscavam estabelecer sua autenticidade frente a uma tradição literária ocidental que, por sua vez, não os reconhecia. Neste artigo, proponho uma leitura de diferentes manifestações dessa angústia de influência e separação em alguns célebres poemas modernistas publicados originalmente na Revista de Antropofagia por Murilo Mendes, Mário de Andrade, Manuel Bandeira, Carlos Drummond de Andrade e Oswald de Andrade.
巴西现代主义计划的一部分是在现代性的世界空间中肯定一个真实的民族文学作为一组民族国家。然而,现代文本的写作以丹尼斯·费雷拉·达·席尔瓦(2007)所称的全球主义为标志,即将透明度分配给欧洲主体,并将可操作性分配给占据其他空间的其他种族。这种分离表现为对各种现代主义文学文本的一种特殊形式的影响焦虑,这些文本试图在西方文学传统面前建立自己的真实性,而西方文学传统又不承认它们。在这篇文章中,我建议阅读穆利洛·门德斯(Murilo Mendes)、mario德安德拉德(mario de Andrade)、曼努埃尔·班代拉(Manuel Bandeira)、卡洛斯·德拉蒙德·德安德拉德(Carlos Drummond de Andrade)和奥斯瓦尔德·德安德拉德(Oswald de Andrade)最初发表在《Antropofagia》杂志上的一些著名现代主义诗歌中这种影响和分离的痛苦的不同表现。