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Abstract
Teóricos e pesquisadores tem argumentado com cada vez mais fundamento que também na literatura “nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”. Este princípio de Lavoisier também se aplica à literatura. Os estudos de recepção de texto estão a evidenciar as relações de intertextualidade que os discursos podem assumir. A Bíblia, como texto sagrado da tradição judaica e cristã, é, ao mesmo tempo, ponto de chegada e de partida. Como ponto de chegada, reúne um universo de referenciais e releituras das culturas do crescente fértil. Como ponto de partida, serve de referência para autores/as que utilizam seus pressupostos, imagens e paradigmas na construção de seus próprios discursos. O livro Conto da Aia se inscreve neste cenário. O presente texto tem como objeto as leituras e releituras que a autora do livro Conto da Aia faz do texto bíblico. O objetivo é destacar como textos podem ser ressignificados. A metodologia segue um percurso bibliográfico. Dentre outros aspectos, a atenção ao livro se justifica pela polêmica que o mesmo tem despertado. O estudo persegue a hipótese que a repercussão atual do livro se deve mais à interpretação do que ao escrito.