Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p111-135
Janaína Quintana de Oliveira, Tamara Oswald
O presente artigo aborda aspectos semelhantes entre a obra portuguesa O crime do Padre Amaro de Eça de Queirós e a obra brasileira O Mulato de Aluísio de Azevedo, pois ambas traçam uma crítica aos costumes burgueses e ao clero oitocentista, fazendo um retrato das sociedades de costumes dos dois países naquela época e como esses espaços eram influenciados e subjugados ao que preconizavam alguns religiosos perniciosos e inescrupulosos em benefício do seu bel-prazer. A primeira é ambientada na cidade de Leiria, em Portugal; já a segunda é em São Luís do Maranhão, Nordeste do Brasil. As duas obras fazem parte dos movimentos Realismo e Naturalismo, momentos em que por meio da literatura fez-se o desenho do homem e da sociedade viscerais, mostrando o aspecto mais animalesco destes, indo ao encontro das novas teorias filosóficas, políticas e científicas que eclodiram no século XIX.
本文讨论了相似的葡萄牙人犯罪的神父,艾奎罗斯的巴西人的混血的艺术品Aluísio但这不是跟踪习俗的批判资产阶级,至于那些蠢事,肖像公司当时两国的风俗,以及那些受到宗教和赏赐给你推荐一些有害的和不道德的,你的选择。第一个故事发生在葡萄牙的莱利亚市;第二个是在巴西东北部的sao luis do maranhao。这两部作品都是现实主义和自然主义运动的一部分,在这两种运动中,文学描绘了人类和社会的本能,展示了它们最兽性的一面,满足了19世纪出现的新的哲学、政治和科学理论。
{"title":"Hipocrisia: as relações clérico-sociais abordadas nas obras O crime do Padre Amaro de Eça de Queirós e O Mulato de Aluísio de Azevedo","authors":"Janaína Quintana de Oliveira, Tamara Oswald","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p111-135","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p111-135","url":null,"abstract":"O presente artigo aborda aspectos semelhantes entre a obra portuguesa O crime do Padre Amaro de Eça de Queirós e a obra brasileira O Mulato de Aluísio de Azevedo, pois ambas traçam uma crítica aos costumes burgueses e ao clero oitocentista, fazendo um retrato das sociedades de costumes dos dois países naquela época e como esses espaços eram influenciados e subjugados ao que preconizavam alguns religiosos perniciosos e inescrupulosos em benefício do seu bel-prazer. A primeira é ambientada na cidade de Leiria, em Portugal; já a segunda é em São Luís do Maranhão, Nordeste do Brasil. As duas obras fazem parte dos movimentos Realismo e Naturalismo, momentos em que por meio da literatura fez-se o desenho do homem e da sociedade viscerais, mostrando o aspecto mais animalesco destes, indo ao encontro das novas teorias filosóficas, políticas e científicas que eclodiram no século XIX.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"30 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"85044862","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p136-158
Víctor Almeida Gama, Alexandre Sugamosto
A descoberta dos manuscritos da Clavis Prophetarum (A Chave dos Profetas), documento que era considerado desaparecido há pelo menos trezentos anos e ressurgiu em 2022, reacendeu o interesse na obra do “jesuíta do rei” e em seus escritos considerados fundamentais para “para a história luso-brasileira” 1. No entanto, a realidade é que a obra de Antônio Vieira (1608-1697) tem sido fonte de controvérsia teológica e literária desde que vieram a lume. Por exemplo: uma das teses centrais da Clavis, -tese a respeito da qual nem o próprio Vieira parece ter alimentado convicção ao longo da vida- é a de que estava em gestação o tempo da consumação milenar do “reino de Cristo”. O livro faz parte do que a historiografia convencionou chamar de “Trilogia do Quinto Império”: somam-se ao “Chave dos Profetas”, a carta “Esperanças de Portugal” (“Carta ao Bispo do Japão”), escrita em 1659, e a “História do Futuro”. Em diversos momentos da trilogia, Vieira afirma que esse Quinto Império- aquele que consumará o futuro esperado e sucederá o dos egípcios, assírios, persas e romanos- é o próprio reino de Portugal. O artigo pretende analisar a carta do Padre Vieira, Esperanças de Portugal, em seus aspectos literário e teológico.
克拉维斯先知手稿(先知的钥匙)的发现,被认为已经消失了至少300年,并在2022年再次出现,重新点燃了人们对“耶稣会国王”的工作和他的著作的兴趣,这些著作被认为是“葡萄牙-巴西历史”的基础1。然而,事实是antonio维埃拉(1608-1697)的作品自被曝光以来一直是神学和文学争议的来源。例如:克拉维斯的一个中心论点是,“基督王国”的千年完成时间正在酝酿中,维埃拉本人似乎在他的一生中都没有对此产生任何信念。这本书是传统史学所称的“第五帝国三部曲”的一部分:除了《先知的钥匙》、1659年写的《葡萄牙的希望》(《致日本主教的信》)和《未来的历史》之外,还有《先知的钥匙》。在三部曲的不同时刻,维埃拉声称第五帝国——一个将在预期的未来完成并继承埃及、亚述人、波斯人和罗马人的帝国——就是葡萄牙王国本身。本文旨在从文学和神学两个方面分析维埃拉神父的信esperancas de Portugal。
{"title":"artista nacional?","authors":"Víctor Almeida Gama, Alexandre Sugamosto","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p136-158","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p136-158","url":null,"abstract":"A descoberta dos manuscritos da Clavis Prophetarum (A Chave dos Profetas), documento que era considerado desaparecido há pelo menos trezentos anos e ressurgiu em 2022, reacendeu o interesse na obra do “jesuíta do rei” e em seus escritos considerados fundamentais para “para a história luso-brasileira” 1. No entanto, a realidade é que a obra de Antônio Vieira (1608-1697) tem sido fonte de controvérsia teológica e literária desde que vieram a lume. Por exemplo: uma das teses centrais da Clavis, -tese a respeito da qual nem o próprio Vieira parece ter alimentado convicção ao longo da vida- é a de que estava em gestação o tempo da consumação milenar do “reino de Cristo”. O livro faz parte do que a historiografia convencionou chamar de “Trilogia do Quinto Império”: somam-se ao “Chave dos Profetas”, a carta “Esperanças de Portugal” (“Carta ao Bispo do Japão”), escrita em 1659, e a “História do Futuro”. Em diversos momentos da trilogia, Vieira afirma que esse Quinto Império- aquele que consumará o futuro esperado e sucederá o dos egípcios, assírios, persas e romanos- é o próprio reino de Portugal. \u0000O artigo pretende analisar a carta do Padre Vieira, Esperanças de Portugal, em seus aspectos literário e teológico. \u0000 \u0000","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"41 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"89508408","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p219-248
Helmut Renders, Jonadab Domingues de Alemeida
Os basicamente idênticos trinta e sete painéis de azulejos no claustro de São Francisco em Olinda, Pernambuco, e no convento de São Francisco em Salvador, Bahia, compostos por inscriptiones e picturae de emblemas do livro Q. Horati Flacci Emblemata (1607), do artista flamengo Otto van Veen (1556–1629), articulam uma compreensão do tempo baseado no neoestoicismo do filósofo flamengo Justus Lipsius (1547-1606). Entretanto, o lema ou moto do painel Tempora mutantur, et nos mutamur in illis (Os tempos mudam e nos mudamos com eles) cita uma visão temporal articulada pela primeira vez pelo pastor luterano Caspar Huberinus (1500-1553) e finalizado, trocando nosque por et nos, pelo latinista e médico protestante Matthias Borbonius (1566-1629). Dessa forma, os painéis documentam uma disputa sobre a temporalidade vigente, entre a temporalidade clássica (fatum stoicum) e medieval e a temporalidade moderna, lida por nós a partir do referencial teórico da aceleração do tempo de Hartmut Rosa. Concluímos que o tema da temporalidade, justamente pela sua alteração em processo, era nos séculos 16 (Lipsius), 17 (van Veen) e 18 (painéis) um assunto que dividiu as confissões pelas suas ênfases distintas na tradição (o passado orienta o presente) e na palavra que desafia o status quo (o presente se abre para um futuro distinto).
{"title":"Tempora mutantur, et nos mutamur in illis","authors":"Helmut Renders, Jonadab Domingues de Alemeida","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p219-248","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p219-248","url":null,"abstract":"Os basicamente idênticos trinta e sete painéis de azulejos no claustro de São Francisco em Olinda, Pernambuco, e no convento de São Francisco em Salvador, Bahia, compostos por inscriptiones e picturae de emblemas do livro Q. Horati Flacci Emblemata (1607), do artista flamengo Otto van Veen (1556–1629), articulam uma compreensão do tempo baseado no neoestoicismo do filósofo flamengo Justus Lipsius (1547-1606). Entretanto, o lema ou moto do painel Tempora mutantur, et nos mutamur in illis (Os tempos mudam e nos mudamos com eles) cita uma visão temporal articulada pela primeira vez pelo pastor luterano Caspar Huberinus (1500-1553) e finalizado, trocando nosque por et nos, pelo latinista e médico protestante Matthias Borbonius (1566-1629). Dessa forma, os painéis documentam uma disputa sobre a temporalidade vigente, entre a temporalidade clássica (fatum stoicum) e medieval e a temporalidade moderna, lida por nós a partir do referencial teórico da aceleração do tempo de Hartmut Rosa. Concluímos que o tema da temporalidade, justamente pela sua alteração em processo, era nos séculos 16 (Lipsius), 17 (van Veen) e 18 (painéis) um assunto que dividiu as confissões pelas suas ênfases distintas na tradição (o passado orienta o presente) e na palavra que desafia o status quo (o presente se abre para um futuro distinto).","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"46 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"88322413","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p309-327
João Pedro da Luz Neto, B. Brandão
O presente artigo pretende mostrar como o filósofo e ensaísta de sobrenome árabe, origem judia e religião católica Fabrice Hadjadj se utiliza de dois autores italianos, a saber, Dante Alighieri e Lorenzo da Ponte, para aprofundar as suas reflexões sobre a noção de Paraíso. No primeiro caso, Dante fornece pistas para a compreensão de uma noção de Paraíso que ultrapasse as críticas de Friedrich Nietzsche. No segundo, o autor explora o conceito de “redenção”, presente na ópera “Don Giovanni”. Após a exposição da interpretação do filósofo em cada caso, constatamos que a leitura de Dante promove, para Hadjadj, um deslocamento do paraíso do exterior para o interior e que Don Giovanni explicita, segundo Hadjadj, a dinâmica redentora do Paraíso, à medida em que o convite à máxima felicidade não é fruto de uma conquista pessoal ou do cumprimento de um preceito moral, mas um dom que vem do Alto. Finalmente, constatamos o caráter transdisciplinar da leitura que Hadjadj faz de Da Ponte e Dante, considerando-os como autores cujas obras exprimem realidades profundas que precisam ser desveladas e que podem envolver e auxiliar àqueles que leem o texto contemporaneamente.
{"title":"Fabrice Hadjadj, leitor de autores italianos","authors":"João Pedro da Luz Neto, B. Brandão","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p309-327","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p309-327","url":null,"abstract":"O presente artigo pretende mostrar como o filósofo e ensaísta de sobrenome árabe, origem judia e religião católica Fabrice Hadjadj se utiliza de dois autores italianos, a saber, Dante Alighieri e Lorenzo da Ponte, para aprofundar as suas reflexões sobre a noção de Paraíso. No primeiro caso, Dante fornece pistas para a compreensão de uma noção de Paraíso que ultrapasse as críticas de Friedrich Nietzsche. No segundo, o autor explora o conceito de “redenção”, presente na ópera “Don Giovanni”. \u0000Após a exposição da interpretação do filósofo em cada caso, constatamos que a leitura de Dante promove, para Hadjadj, um deslocamento do paraíso do exterior para o interior e que Don Giovanni explicita, segundo Hadjadj, a dinâmica redentora do Paraíso, à medida em que o convite à máxima felicidade não é fruto de uma conquista pessoal ou do cumprimento de um preceito moral, mas um dom que vem do Alto. Finalmente, constatamos o caráter transdisciplinar da leitura que Hadjadj faz de Da Ponte e Dante, considerando-os como autores cujas obras exprimem realidades profundas que precisam ser desveladas e que podem envolver e auxiliar àqueles que leem o texto contemporaneamente.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"92 1 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80786486","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p11-43
Samuel Dimas
Procuraremos identificar neste artigo de que forma a poesia de José Tolentino Mendonça concilia os pressupostos teológicos da sua experiência religiosa cristã católica com a arte literária enquanto expressão da sua experiência mística. Numa época que vive o desafio da superação dos antagonismos entre ciência e religião, razão e fé, teologia e espiritualidade, podemos encontrar na teopoética deste autor a manifestação de uma experiência estética que traduz o acolhimento do mistério da vida divina na condição paradoxal do mundo finito. O desejo de Deus não é saciado pela voz estridente de uma intervenção arrebatadora, mas pelo silêncio despojado de uma presença inefável e recriadora. A partir deste novo olhar, introduz a sua obra num diálogo fecundo com a cultura contemporânea sequiosa de benevolente serenidade e paz. O Deus de Tolentino manifesta-se na luz e nas trevas como doador de sentido e de amor e não como juiz ou cobrador de impostos.
{"title":"poética do silêncio e da sede de Deus em José Tolentino Mendonça","authors":"Samuel Dimas","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p11-43","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p11-43","url":null,"abstract":"Procuraremos identificar neste artigo de que forma a poesia de José Tolentino Mendonça concilia os pressupostos teológicos da sua experiência religiosa cristã católica com a arte literária enquanto expressão da sua experiência mística. Numa época que vive o desafio da superação dos antagonismos entre ciência e religião, razão e fé, teologia e espiritualidade, podemos encontrar na teopoética deste autor a manifestação de uma experiência estética que traduz o acolhimento do mistério da vida divina na condição paradoxal do mundo finito. O desejo de Deus não é saciado pela voz estridente de uma intervenção arrebatadora, mas pelo silêncio despojado de uma presença inefável e recriadora. A partir deste novo olhar, introduz a sua obra num diálogo fecundo com a cultura contemporânea sequiosa de benevolente serenidade e paz. O Deus de Tolentino manifesta-se na luz e nas trevas como doador de sentido e de amor e não como juiz ou cobrador de impostos.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"376 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80577058","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p249-271
Rui Pedro Vasconcelos
A obra poética de Patrice de la Tour du Pin (1911-1975) é aqui estudada sob o signo de um projeto de escrita teopoética. Após uma breve apresentação biográfica, com a sua inscrição nos processos eclesiais de renovação da liturgia católica no pós-concílio Vaticano II, seguiremos a reflexão que o poeta fez sobre a relação entre a liturgia e a criação poética, expressa em artigos e conferências; finalmente, será feita uma breve leitura de dois poemas de Tour du Pin e um hino de Gregório de Nazianzo, que o poeta francês assumiu como fonte inspiradora. Finalmente, colocam-se interrogações quanto à relação entre liturgia e teoliterária
{"title":"Projeto de Escrita Teopoética","authors":"Rui Pedro Vasconcelos","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p249-271","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p249-271","url":null,"abstract":"A obra poética de Patrice de la Tour du Pin (1911-1975) é aqui estudada sob o signo de um projeto de escrita teopoética. Após uma breve apresentação biográfica, com a sua inscrição nos processos eclesiais de renovação da liturgia católica no pós-concílio Vaticano II, seguiremos a reflexão que o poeta fez sobre a relação entre a liturgia e a criação poética, expressa em artigos e conferências; finalmente, será feita uma breve leitura de dois poemas de Tour du Pin e um hino de Gregório de Nazianzo, que o poeta francês assumiu como fonte inspiradora. Finalmente, colocam-se interrogações quanto à relação entre liturgia e teoliterária","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"49 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"79916849","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p193-218
Osvaldo Luiz Ribeiro
Proposta de solução do conflito das intenções (intentio auctoris, intentio lectoris e intentio operis) conforme expresso em Interpretação e superinterpretação, de Umberto Eco. O caminho metodológico consiste nos seguintes passos: a) com base em Johan Huizinga, aplicar a noção de jogo à prática de leitura, estabelecendo o fato de que as regras de interpretação constituem função específica de cada jogo de leitura; b) discernir os tipos de jogos de leitura com base nos três tipos de pragmática: estática, política e heurística; c) com base em Peirce, assumir cada uma das três instâncias de sentido o papel de referencial semiótico de um específico tipo de jogo de leitura; d) concluir que a pluralidade de interpretações possíveis de um texto constitui função da aplicação das regras internas de cada jogo de leitura. Conclui-se, de um lado, que jogos estéticos e jogos políticos de leitura produzem potencialmente infinitas interpretações e que apenas jogos heurísticos de leitura efetivamente podem impor limites para a interpretação, e, de outro, que o resultado de cada um desses jogos de leitura só pode ser avaliado com base nas suas próprias regras.
{"title":"Autor, leitor, texto. Sobre leitura como jogo e seus referenciais pragmáticos","authors":"Osvaldo Luiz Ribeiro","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p193-218","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p193-218","url":null,"abstract":"Proposta de solução do conflito das intenções (intentio auctoris, intentio lectoris e intentio operis) conforme expresso em Interpretação e superinterpretação, de Umberto Eco. O caminho metodológico consiste nos seguintes passos: a) com base em Johan Huizinga, aplicar a noção de jogo à prática de leitura, estabelecendo o fato de que as regras de interpretação constituem função específica de cada jogo de leitura; b) discernir os tipos de jogos de leitura com base nos três tipos de pragmática: estática, política e heurística; c) com base em Peirce, assumir cada uma das três instâncias de sentido o papel de referencial semiótico de um específico tipo de jogo de leitura; d) concluir que a pluralidade de interpretações possíveis de um texto constitui função da aplicação das regras internas de cada jogo de leitura. Conclui-se, de um lado, que jogos estéticos e jogos políticos de leitura produzem potencialmente infinitas interpretações e que apenas jogos heurísticos de leitura efetivamente podem impor limites para a interpretação, e, de outro, que o resultado de cada um desses jogos de leitura só pode ser avaliado com base nas suas próprias regras.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"33 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"84723100","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p81-110
Alair Matilde Naves
Este artigo apresenta uma aproximação entre a literatura de cordel e o texto bíblico de Gênesis 1 - 2, em vista de uma releitura da narrativa da Criação nos versos de A Mulher que enganou o Diabo, de Manoel D’Almeida Filho. A teopoética é o viés deste artigo, considerando o entendimento de Antônio Manzatto e José Carlos Barcellos como pano de fundo da aproximação entre a teologia e a literatura. A metodologia é a pesquisa bibliográfica e a leitura analítica dos, promovendo a compreensão do imaginário cordelista sobre a Criação nos sete mandatos de Maria da Conceição e a comparação com a narrativa bíblica. Ao levar o Diabo a realizar as obras do bem, a mulher consolida uma inversão dos poderes do maligno. Se no paraíso bíblico uma mulher foi enganada pela serpente, no paraíso cordelístico uma mulher astuta engana o Diabo. O lugar do mal é ressignificado e o Diabo é quem é expulso. Maria herda o novo mundo e todos vivem felizes louvando a Deus Todo Poderoso. O poeta põe em versos o sonho de um lugar bom de se viver, um paraíso onde não há espaço para o mal e nem para o Diabo.
{"title":"Narrativa da Criação nos versos da mulher que enganou o Diabo","authors":"Alair Matilde Naves","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p81-110","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p81-110","url":null,"abstract":"Este artigo apresenta uma aproximação entre a literatura de cordel e o texto bíblico de Gênesis 1 - 2, em vista de uma releitura da narrativa da Criação nos versos de A Mulher que enganou o Diabo, de Manoel D’Almeida Filho. A teopoética é o viés deste artigo, considerando o entendimento de Antônio Manzatto e José Carlos Barcellos como pano de fundo da aproximação entre a teologia e a literatura. A metodologia é a pesquisa bibliográfica e a leitura analítica dos, promovendo a compreensão do imaginário cordelista sobre a Criação nos sete mandatos de Maria da Conceição e a comparação com a narrativa bíblica. Ao levar o Diabo a realizar as obras do bem, a mulher consolida uma inversão dos poderes do maligno. Se no paraíso bíblico uma mulher foi enganada pela serpente, no paraíso cordelístico uma mulher astuta engana o Diabo. O lugar do mal é ressignificado e o Diabo é quem é expulso. Maria herda o novo mundo e todos vivem felizes louvando a Deus Todo Poderoso. O poeta põe em versos o sonho de um lugar bom de se viver, um paraíso onde não há espaço para o mal e nem para o Diabo.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"2009 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"82616062","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p44-80
Dílson César Devides
O artigo que segue é parte de uma pesquisa mais ampla sobre a utilização da poesia espírita como recurso biblioterapêutico. Dada a vastidão de autores espirituais, escolheu-se o nome de Casimiro Cunha por ser um dos poetas mais profícuos dentre outros psicografados por Chico Xavier e por conta de, em leituras prévias, sua poesia abordar temas propícios à prática biblioterapêutica, quais sejam, a fé, a esperança, a confiança, a resignação e a humildade. Primeiramente, fez-se uma busca por toda a produção de Xavier para encontrar e catalogar os poemas de Cunha. Encontrou-se 601 poemas distribuídos em 76 livros. A seguir, elegeu-se os três livros solo de Cunha para análise de sua poética e, consequentemente, eleição de quais poemas seriam mais adequados para a prática biblioterapêutica. Portanto, por meio de pesquisa bibliográfica e analítica, apresenta-se o que se constatou que a poética de Cunha é proveitosa e pertinente à terapia pela literatura, uma vez que que é direta, utiliza linguajar e imagens simples, prima pela musicalidade e pela concisão, e, o mais importante, trata de temas reconfortantes, animadores, estimulantes e apaziguadores; fundamentais para auxiliar àqueles que passam por diversos problemas emocionais e/ou situações delicadas como, por exemplo, a internação hospitalar.
{"title":"Casimiro Cunha, o Trovador do Evangelho, e o rudimento de uma poética","authors":"Dílson César Devides","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p44-80","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p44-80","url":null,"abstract":"O artigo que segue é parte de uma pesquisa mais ampla sobre a utilização da poesia espírita como recurso biblioterapêutico. Dada a vastidão de autores espirituais, escolheu-se o nome de Casimiro Cunha por ser um dos poetas mais profícuos dentre outros psicografados por Chico Xavier e por conta de, em leituras prévias, sua poesia abordar temas propícios à prática biblioterapêutica, quais sejam, a fé, a esperança, a confiança, a resignação e a humildade. Primeiramente, fez-se uma busca por toda a produção de Xavier para encontrar e catalogar os poemas de Cunha. Encontrou-se 601 poemas distribuídos em 76 livros. A seguir, elegeu-se os três livros solo de Cunha para análise de sua poética e, consequentemente, eleição de quais poemas seriam mais adequados para a prática biblioterapêutica. Portanto, por meio de pesquisa bibliográfica e analítica, apresenta-se o que se constatou que a poética de Cunha é proveitosa e pertinente à terapia pela literatura, uma vez que que é direta, utiliza linguajar e imagens simples, prima pela musicalidade e pela concisão, e, o mais importante, trata de temas reconfortantes, animadores, estimulantes e apaziguadores; fundamentais para auxiliar àqueles que passam por diversos problemas emocionais e/ou situações delicadas como, por exemplo, a internação hospitalar.","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"77 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"80757995","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-12-22DOI: 10.23925/2236-9937.2022v28p272-293
Clélia Peretti, Bruno Henrique Campos
Liberdade e responsabilidade são dois conceitos que devem ser percebidos em todas as suas delicadezas e densidades. O ser humano toma para si a compreensão de liberdade e, em algumas vezes, é a compreensão que lhe convém, isto é, pensa em si mesmo apenas em sua individualização e acaba por deixar de lado a coletividade em que está imerso. Nessa dimensão, Edith Stein trata ambas destas questões a partir de uma perspectiva que possibilita analisar a estrutura ôntica do ser humano, bem como a inserção da especificidade da graça que dialoga diretamente com a liberdade do indivíduo, percebida também, como dom gratuito de Deus. Assim, a liberdade do ser humano infere direta e indiretamente no “eu” e no “outro” e, consequentemente, é de sua responsabilidade tais inferências. A partir desta perspectiva, Stein deixa-se influenciar pela clássico alemão “Fausto” de Goethe uma vez que, a obra traz a narrativa que dialoga inteiramente com a relação existente entre liberdade e responsabilidade, ambas tanto na perspectiva individual quanto na de outrem. Assim, através da obra de Goethe é possível buscar uma fundamentação teórica, filosófica e teológica, acerca da estrutura ôntica da pessoa na percepção de Stein.
{"title":"Liberdade e responsabilidade da pessoa.","authors":"Clélia Peretti, Bruno Henrique Campos","doi":"10.23925/2236-9937.2022v28p272-293","DOIUrl":"https://doi.org/10.23925/2236-9937.2022v28p272-293","url":null,"abstract":"Liberdade e responsabilidade são dois conceitos que devem ser percebidos em todas as suas delicadezas e densidades. O ser humano toma para si a compreensão de liberdade e, em algumas vezes, é a compreensão que lhe convém, isto é, pensa em si mesmo apenas em sua individualização e acaba por deixar de lado a coletividade em que está imerso. Nessa dimensão, Edith Stein trata ambas destas questões a partir de uma perspectiva que possibilita analisar a estrutura ôntica do ser humano, bem como a inserção da especificidade da graça que dialoga diretamente com a liberdade do indivíduo, percebida também, como dom gratuito de Deus. Assim, a liberdade do ser humano infere direta e indiretamente no “eu” e no “outro” e, consequentemente, é de sua responsabilidade tais inferências. A partir desta perspectiva, Stein deixa-se influenciar pela clássico alemão “Fausto” de Goethe uma vez que, a obra traz a narrativa que dialoga inteiramente com a relação existente entre liberdade e responsabilidade, ambas tanto na perspectiva individual quanto na de outrem. Assim, através da obra de Goethe é possível buscar uma fundamentação teórica, filosófica e teológica, acerca da estrutura ôntica da pessoa na percepção de Stein. \u0000 \u0000 ","PeriodicalId":56164,"journal":{"name":"Teoliteraria-Revista Brasileira de Literaturas e Teologias","volume":"36 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.1,"publicationDate":"2022-12-22","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"91383938","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}