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Abstract
Esta pesquisa tem como objetivo central analisar os efeitos da privatização do sistema público de saúde no cotidiano do trabalho dos servidores públicos estaduais da saúde do Rio de Janeiro, suas implicações objetivas e subjetivas nas dimensões sociais, políticas e trabalhistas. O eixo central é compreender a construção do indivíduo pela nova atividade que realiza, a relação e a vivência com o novo trabalho e analisar os sentidos e significados atribuídos pelos atores ao atual contexto de ser trabalhador da saúde pública. Tal temática tem sido foco de constantes debates, principalmente entre os espaços acadêmicos, sindicais e setores públicos. O trabalho de campo foi realizado entre os anos de 2014 e 2017, e os atores sociais analisados formam o grupo de profissionais dispensados das unidades de saúde e encaminhados para realizar serviços burocráticos na Superintendência de Perícia Médica e Saúde Ocupacional do Rio de Janeiro. A observação participante possibilitou explorar as diferentes retóricas que cercam as principais questões que envolvem os atores sociais, as relações sociais e a precarização do trabalho. Para a coleta de dados, foram utilizadas, como base empírica, entrevistas de vinte e um participantes, que vivenciam a precarização das suas atividades profissionais. Eles falaram sobre satisfação pessoal; independência; autonomia; identidade; valor; relacionamento; e inserção e representação social. As análises dos dados denotam que as narrativas se entrelaçam e, do início ao fim da pesquisa, repetem as mesmas questões e expõem o mesmo conflito: o sofrimento, as incertezas, o medo, a vivência das atitudes hostis, e a flexibilização das atividades profissionais, tanto no micro como na macroestrutura.