A. C. Mendonça, Gabriela Puziski Ferreira de Melo, José Odimar dos Santos Júnior, Lara Mesquita Gomes, M. Pereira, S. E. D. Silva
{"title":"OS ANTICORPOS NEUTRALIZANTES SÃO EFICIENTES CONTRA A VARIANTE ÔMICRON? EIS A QUESTÃO!","authors":"A. C. Mendonça, Gabriela Puziski Ferreira de Melo, José Odimar dos Santos Júnior, Lara Mesquita Gomes, M. Pereira, S. E. D. Silva","doi":"10.51161/ii-conbrai/5074","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A variante Ômicron, também chamada de B.1.1.529, sofreu mais de 50 tipos de mutações e apresenta alta transmissibilidade, quando comparada com as variantes anteriores. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Ômicron está prestes a superar o número de casos observados com a variante Delta no mundo. Objetivos: Avaliar a eficácia dos anticorpos neutralizantes no combate a variante Ômicron. Material e métodos: Estudo exploratório e transversal, cujos dados foram obtidos a partir da revisão de artigos das bases de dados Pubmed e SciELO de 2021 e 2022. Foram usadas as palavras-chave neutralizing antibody, SARS-CoV-2, Ômicron. Foram selecionados cinco artigos com os critérios de inclusão propostos nesta revisão. Resultados: Das 50 mutações identificadas na Ômicron, 30 estão localizadas na proteína Spike e 15 dessas ocorreram no domínio receptor-obrigatório (RBD). A entrada do vírus na célula do hospedeiro tem início com a ligação do RDB a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) da célula. Como consequência, essas mutações do RDB inviabilizam a ação dos anticorpos neutralizantes, produzidos após infecção e vacinação, cujo alvo é o próprio RDB. Assim, a Ômicron não é neutralizada e entra facilmente na célula. Além de reduzir a ação neutralizante dos anticorpos, as mutações interferem no mecanismo de ação dos anticorpos monoclonais comercializados, que objetivam inibir a ligação da proteína Spike ao ACE2. Estudos mostram que a reduzida proteção dos anticorpos neutralizantes em indivíduos recém-infectados, ainda em recuperação, acarreta maior susceptibilidade a reinfecção. Sabe-se que apenas duas doses de CoronaVac ou de BNT162b2 não foram suficientes para atingir um título de anticorpos que garantisse 50% de proteção, por isso, foi aventada a dose de reforço com BNT162b2 em indivíduos que receberam duas doses de BNT162b2 ou CoronaVac, objetivando aumentar o título de anticorpos neutralizantes e tornar as chances de proteção mais duradoura. Conclusão: As mutações no RDB da variante Ômicron tornaram a ação dos anticorpos neutralizantes ineficaz, mesmo com a administração de duas doses de vacina CoronaVac ou BNT162b2. Faz necessário testagem em massa da população para se avaliar a real eficácia das doses de reforço na proteção contra a variante Ômicron.","PeriodicalId":7739,"journal":{"name":"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line","volume":"31 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do II Congresso Brasileiro de Imunologia On-line","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51161/ii-conbrai/5074","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Introdução: A variante Ômicron, também chamada de B.1.1.529, sofreu mais de 50 tipos de mutações e apresenta alta transmissibilidade, quando comparada com as variantes anteriores. Segundo a Organização Mundial de Saúde, a Ômicron está prestes a superar o número de casos observados com a variante Delta no mundo. Objetivos: Avaliar a eficácia dos anticorpos neutralizantes no combate a variante Ômicron. Material e métodos: Estudo exploratório e transversal, cujos dados foram obtidos a partir da revisão de artigos das bases de dados Pubmed e SciELO de 2021 e 2022. Foram usadas as palavras-chave neutralizing antibody, SARS-CoV-2, Ômicron. Foram selecionados cinco artigos com os critérios de inclusão propostos nesta revisão. Resultados: Das 50 mutações identificadas na Ômicron, 30 estão localizadas na proteína Spike e 15 dessas ocorreram no domínio receptor-obrigatório (RBD). A entrada do vírus na célula do hospedeiro tem início com a ligação do RDB a enzima conversora de angiotensina 2 (ACE2) da célula. Como consequência, essas mutações do RDB inviabilizam a ação dos anticorpos neutralizantes, produzidos após infecção e vacinação, cujo alvo é o próprio RDB. Assim, a Ômicron não é neutralizada e entra facilmente na célula. Além de reduzir a ação neutralizante dos anticorpos, as mutações interferem no mecanismo de ação dos anticorpos monoclonais comercializados, que objetivam inibir a ligação da proteína Spike ao ACE2. Estudos mostram que a reduzida proteção dos anticorpos neutralizantes em indivíduos recém-infectados, ainda em recuperação, acarreta maior susceptibilidade a reinfecção. Sabe-se que apenas duas doses de CoronaVac ou de BNT162b2 não foram suficientes para atingir um título de anticorpos que garantisse 50% de proteção, por isso, foi aventada a dose de reforço com BNT162b2 em indivíduos que receberam duas doses de BNT162b2 ou CoronaVac, objetivando aumentar o título de anticorpos neutralizantes e tornar as chances de proteção mais duradoura. Conclusão: As mutações no RDB da variante Ômicron tornaram a ação dos anticorpos neutralizantes ineficaz, mesmo com a administração de duas doses de vacina CoronaVac ou BNT162b2. Faz necessário testagem em massa da população para se avaliar a real eficácia das doses de reforço na proteção contra a variante Ômicron.