Paula Lara Leite, L. Brusadin, Lia Sipaúba Proença Brusadin
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Abstract
O presente artigo tem como objetivo analisar o bairro Padre Faria que fica às margens do centro histórico da cidade de Ouro Preto (MG). Este bairro integra a principal mancha de proteção de Ouro Preto, porém, por sua localização periférica, se distanciou da imagem que caracteriza a cidade patrimonializada, apresentando uma paisagem própria. Para a análise do bairro foram realizadas pesquisas in loco, levantamento fotográfico e entrevistas com os moradores locais. A partir do trabalho de campo foi possível observar que as construções que compõem o bairro configuram-se como inovações híbridas, mesclando a estética colonial valorizada na cidade as possibilidades encontradas na autoconstrução. Por meio de uma reflexão teórica e prática das transformações do bairro frente à imagem típica da cidade de Ouro Preto foi possível concluir que a estética colonial é utilizada até mesmo nos imóveis que não passam por processos de aprovação nos órgãos reguladores, se constituindo como uma imposição assimilada no contexto local. Portanto, a replicação inconforme da estética colonial reflete a complexidade do território valorado e protegido frente aos sucessivos processos de adensamento e expansão urbana, e às novas necessidades dos moradores locais.