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Abstract
Neste artigo, tomo minha inspiracao do que sugiro chamar de "modernidade Adamitica". Por esta frase, busco capturar uma "remocao" especifica da infância que ocorre no gesto cartesiano da entronizacao da Razao. Ao fazer uma leitura das principais obras filosoficas de Descartes, argumentarei que um dos principais impulsos de seu dispositivo conceitual e uma desconfianca profunda e ate angustiada da infância e de seus erros. Em poucas palavras: na modernidade cartesiana, filosofia/ciencia e infância estao em desacordo. No segundo passo da minha argumentacao, mostrarei em que sentido Dewey reabilita a infância e sua forma de experiencia, curando assim a brecha entre a infância e a ciencia (como provam suas nocoes de investigacao e pensamento qualitativo). Nao obstante, Dewey nao estava pronto para dar o passo decisivo de pensar em uma filosofia para criancas. Precisamente, ativando e desenvolvendo o significado do pensamento qualitativo, Matthew Lipman conseguiu, em vez disso, progredir alem de Dewey. Nesta perspectiva, mostrarei como Lipman e Ann Sharp, enquanto seguem os passos de Dewey no que diz respeito a sua interpretacao nao cartesiana da infância, fazem parte dele na sua abordagem educacional da filosofia e de como isso resulta em uma reformulacao da maneira de interpretar a relacao deweyana entre a crianca e o curriculo.