{"title":"Odor, chamas e fumaça: a Covid e a incendiosa crise da razão","authors":"C. Silva","doi":"10.36517/argumentos.29.4","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O texto parte de um diagnóstico fenomenológico: o de que toda emergência pandêmica (como a da covid, por exemplo) é o sintoma fatídico de um estado de crise motivado nas entranhas mesmas ontológicas da racionalidade tal qual toma forma em nossa cultura no Ocidente. A tarefa do pensamento não consiste em destruir a razão, mas salvaguardá-la ante o perigo, sempre iminente, do irracionalismo. Assim, toda forma de obscurantismo emerge como uma figura decadente tendo como pano de fundo sintomático a crise da própria razão; crise essa instalada pela distinção de princípio entre cultura e natureza tão bem prefigurada por Marx e aprofundada por Merleau-Ponty. O texto examina esse ponto nevrálgico e termina realçando o caráter essencial e, portanto, inalienavelmente político desse fenômeno.","PeriodicalId":43087,"journal":{"name":"Argumentos-Revista de Filosofia","volume":"2010 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.2000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Argumentos-Revista de Filosofia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.36517/argumentos.29.4","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"0","JCRName":"PHILOSOPHY","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
O texto parte de um diagnóstico fenomenológico: o de que toda emergência pandêmica (como a da covid, por exemplo) é o sintoma fatídico de um estado de crise motivado nas entranhas mesmas ontológicas da racionalidade tal qual toma forma em nossa cultura no Ocidente. A tarefa do pensamento não consiste em destruir a razão, mas salvaguardá-la ante o perigo, sempre iminente, do irracionalismo. Assim, toda forma de obscurantismo emerge como uma figura decadente tendo como pano de fundo sintomático a crise da própria razão; crise essa instalada pela distinção de princípio entre cultura e natureza tão bem prefigurada por Marx e aprofundada por Merleau-Ponty. O texto examina esse ponto nevrálgico e termina realçando o caráter essencial e, portanto, inalienavelmente político desse fenômeno.