{"title":"\"A memória é a matéria essencial das entrevistas”: Entrevista com José Carlos Sebe Bom Meihy","authors":"Agnes Francine de Carvalho Mariano","doi":"10.34019/1981-4070.2020.v14.28251","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Os estudos no campo da Comunicação sempre dialogaram com outras disciplinas, especialmente Ciências Sociais, Filosofia e Linguística. Nos últimos anos, vem despontando o interesse pelo diálogo com mais uma área, a História, indo desde a Teoria da História até a História oral. Assim, conceitos como tempo, historicidade, temporalidade, memória e história oral de vida passaram a transitar em pesquisas da Comunicação. A entrevista a seguir explora algumas possibilidades desse diálogo, ao mesmo tempo em que introduz o pesquisador da Comunicação a premissas da História oral, que tem uma peculiar proximidade com o Jornalismo pela centralidade da entrevista. A nossa conversa foi com o historiador José Carlos Sebe Bom Meihy, professor titular aposentado do Departamento de História da Universidade de São Paulo e atualmente professor da Unigranrio. Autor de mais de uma centena de trabalhos - entre livros, capítulos e artigos – e orientador de mais de uma centena de pesquisas de mestrado e doutorado, Meihy está entre os pesquisadores brasileiros que mais contribuíram para o avanço das pesquisas em História oral. Ele nos fala de temas como características da memória de expressão oral, aspectos balizadores da relação entre oralistas e os seus entrevistados e dos riscos de associações apressadas entre memória e identidade. Para os que confundem História oral com a realização de entrevistas, ele alerta: “Não é apenas o ato de entrevistar que matiza a História oral. [...] O que marca o projeto de História oral é a organização de entrevistas que se encaminham para exames mnemônicos específicos.” \n ","PeriodicalId":18053,"journal":{"name":"Lumina","volume":"15 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2020-12-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"3","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Lumina","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.34019/1981-4070.2020.v14.28251","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Os estudos no campo da Comunicação sempre dialogaram com outras disciplinas, especialmente Ciências Sociais, Filosofia e Linguística. Nos últimos anos, vem despontando o interesse pelo diálogo com mais uma área, a História, indo desde a Teoria da História até a História oral. Assim, conceitos como tempo, historicidade, temporalidade, memória e história oral de vida passaram a transitar em pesquisas da Comunicação. A entrevista a seguir explora algumas possibilidades desse diálogo, ao mesmo tempo em que introduz o pesquisador da Comunicação a premissas da História oral, que tem uma peculiar proximidade com o Jornalismo pela centralidade da entrevista. A nossa conversa foi com o historiador José Carlos Sebe Bom Meihy, professor titular aposentado do Departamento de História da Universidade de São Paulo e atualmente professor da Unigranrio. Autor de mais de uma centena de trabalhos - entre livros, capítulos e artigos – e orientador de mais de uma centena de pesquisas de mestrado e doutorado, Meihy está entre os pesquisadores brasileiros que mais contribuíram para o avanço das pesquisas em História oral. Ele nos fala de temas como características da memória de expressão oral, aspectos balizadores da relação entre oralistas e os seus entrevistados e dos riscos de associações apressadas entre memória e identidade. Para os que confundem História oral com a realização de entrevistas, ele alerta: “Não é apenas o ato de entrevistar que matiza a História oral. [...] O que marca o projeto de História oral é a organização de entrevistas que se encaminham para exames mnemônicos específicos.”
传播学领域的研究总是与其他学科进行对话,特别是社会科学、哲学和语言学。近年来,人们对与另一个领域——历史——的对话产生了兴趣,从历史理论到口述历史。因此,诸如时间、历史性、时间性、记忆和口述生活史等概念开始在传播研究中传播。下面的访谈探讨了这种对话的一些可能性,同时向传播研究者介绍了口述历史的前提,口述历史由于访谈的中心地位而与新闻学有着特殊的接近。我们采访了历史学家jose Carlos Sebe Bom Meihy,他是sao保罗大学历史系的退休教授,目前是Unigranrio的教授。Meihy是一百多部著作(包括书籍、章节和文章)的作者,并指导了一百多篇硕士和博士研究,是对口述历史研究进展贡献最大的巴西研究人员之一。他向我们讲述了口头表达记忆的特征、口述者与受访者关系的指导方面以及记忆与身份之间仓促关联的风险等问题。对于那些把口述历史和采访混为一谈的人,他警告说:“口述历史不仅仅是采访的行为。〔...口述历史项目的特点是组织针对特定记忆测试的访谈。”