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Abstract
Uma digressão entre dois objetos litúrgicos, em forma de cruz, capta diferentes maneiras de relacionar-se com o tempo e com o espaço. O contraste, entre aspetos imbuídos no tratamento com o cruzeiro cristão e com o kurusu – o qual indica sepulturas de familiares e antepassados dos ameríndios guarani-kaiowá –, revela distintos modos de o corpo lidar com a realidade circundante. Como evadir da atual lógica reinante, a qual gera cenários opressivos como o que persiste no estado Mato Grosso do Sul, Brasil, onde guarani-kaiowá sobrevivem com dificuldade? Para procurar alguma inspiração resolutiva, a presente reflexão esforça-se por esboçar meios de impregnar-se pela cosmovisão indígena. Como proposta está o esforço individual por deixar-se intrigar pela “permeabilidade cutânea”, ou seja, por estar atento às “distrações” significantes instauradas no contato com o presente. Este comportamento entende-se, assim, como via para a aquisição de sentimentos, ecologicamente e socialmente, sustentáveis e responsáveis.