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Abstract
Objetivamos neste estudo analisar o caráter indissociável que existe na relação entre as práticas educativas que se realizam no interior de um Centro Familiar de Formação por Alternância (CEFFA) no norte capixaba e as formas de organização da vida da população camponesa. Apesar de todas as contradições que atravessam a Pedagogia da Alternância e, do mesmo modo, as instituições de ensino que a utilizam como princípio pedagógico, esta experiência tem buscado conservar e expandir uma lógica de educação diferente daquela que a sociedade burguesa prescinde para representar, justificar e fundamentar uma racionalidade que lhe é inerente. O presente estudo, de natureza qualitativa, recorreu ao uso de entrevistas semiestruturadas com agricultores camponeses e monitores do CEFFA como procedimento de coleta de dados e apresenta, enquanto referencial teórico, o pensamento de Marx (1975, 2007, 2013), krupskaya (2017), Mészáros (2006, 2008), Freire (2005, 2006) e outros. Consideramos que em sua práxis, as escolas do campo, no caso destacado nesta investigação - o CEFFA, buscam afirmar a possibilidade de uma formação que encontre correspondência com a materialidade da vida das famílias agricultoras. Portanto, não existe Educação do Campo e Pedagogia da Alternância, como preconizam os movimentos sociais camponeses, distante do movimento real da luta dos proletarizados do campo, porque estas experiências educativas somente se realizam na contraposição que existe entre classes sociais que disputam fundamentalmente paradigmas antagônicos de desenvolvimento na agricultura.