{"title":"Uma leitura decolonial dos sentidos da violência em Robinson Crusoé","authors":"Carlos Magno Santos Gomes, Tiago Juliano da Silva","doi":"10.5752/p.2358-3428.2022v26n56p221-232","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo propõe uma releitura do romance Robinson Crusoé (1719), do inglês Daniel Defoe, ao questionar a lógica da colonialidade e sua representação do mundo a partir de um “Olhar do Norte”. Esta abordagem de revisão histórica dá visibilidade à dicotomia imposta aos povos colonizados, em humanos e não humanos, por meio de uma leitura social-identitária conforme Rildo Cosson (2020). Estamos interessados em identificar como essa dicotomia é usada por Defoe para inaugurar, no gênero romance em língua inglesa, a representação do colonizado como um não humano. Metodologicamente, revisitamos os debates pós-coloniais propostos por G. Kilomba (2019) e S. Hall (2016) e as abordagens decoloniais articuladas por A. Quijano (2005) e W. Mignolo (2007) para esmiuçar como o protagonista Crusoé se comporta em relação ao Outro a partir de seu lugar, individualista, liberal, moderno, regido pelo objetivo do lucro e do enriquecimento. Com essa releitura, pretendemos evidenciar e ampliar os sentidos ideológicos do projeto colonizador registrados no texto de Defoe.","PeriodicalId":52749,"journal":{"name":"Scripta Alumni","volume":"34 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-11-18","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Scripta Alumni","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5752/p.2358-3428.2022v26n56p221-232","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo propõe uma releitura do romance Robinson Crusoé (1719), do inglês Daniel Defoe, ao questionar a lógica da colonialidade e sua representação do mundo a partir de um “Olhar do Norte”. Esta abordagem de revisão histórica dá visibilidade à dicotomia imposta aos povos colonizados, em humanos e não humanos, por meio de uma leitura social-identitária conforme Rildo Cosson (2020). Estamos interessados em identificar como essa dicotomia é usada por Defoe para inaugurar, no gênero romance em língua inglesa, a representação do colonizado como um não humano. Metodologicamente, revisitamos os debates pós-coloniais propostos por G. Kilomba (2019) e S. Hall (2016) e as abordagens decoloniais articuladas por A. Quijano (2005) e W. Mignolo (2007) para esmiuçar como o protagonista Crusoé se comporta em relação ao Outro a partir de seu lugar, individualista, liberal, moderno, regido pelo objetivo do lucro e do enriquecimento. Com essa releitura, pretendemos evidenciar e ampliar os sentidos ideológicos do projeto colonizador registrados no texto de Defoe.