{"title":"REPRESENTAÇAO DO NEGRO EM VENCIDOS E DEGENERADOS, DE NASCIMENTO MORAES:","authors":"F. Pereira, Denise Almeida Silva","doi":"10.22456/2238-8915.125594","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Este artigo investiga a representação do negro no contexto do período pré- e pós-abolicionista no romance Vencidos e degenerados, de Nascimento Moraes, centrando-se, principalmente, na expressão das assimetrias e injustiças sociais, as quais são analisadas a partir do conceito de violência, como pensado pela filósofa brasileira Marilena Chauí e pelo sociólogo norueguês John Galtung. A análise enfoca, mais especialmente, as personagens João e Cláudio Olivier, os quais ressaltam, respectivamente, as tensões em torno da pregação antiabolicionista e da possibilidade de convivência e aceitação do negro como sujeito ético, responsável e bem-sucedido. Obedecendo à concepção do livro, e a seu centramento sucessivo nos personagens Olivier e Cláudio, inicialmente examina-se a narração da violência no período pré-republicano, seguindo-se o exame do contexto pós-republicano. Os dados analisados permitem perceber não só prolongado processo de objetificação do negro, que leva a práticas tais como brutalização, tortura, coação, opressão e intimidação, mas também a existência de correlação essencial entre as formas de violência praticadas: há a violência direta, através da marginalização do negro, a violência cultural através do racismo internalizado, e uma concepção estrutural de que o negro deve submissão ao branco.","PeriodicalId":82235,"journal":{"name":"Organon","volume":"33 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-27","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Organon","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.22456/2238-8915.125594","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
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Abstract
Este artigo investiga a representação do negro no contexto do período pré- e pós-abolicionista no romance Vencidos e degenerados, de Nascimento Moraes, centrando-se, principalmente, na expressão das assimetrias e injustiças sociais, as quais são analisadas a partir do conceito de violência, como pensado pela filósofa brasileira Marilena Chauí e pelo sociólogo norueguês John Galtung. A análise enfoca, mais especialmente, as personagens João e Cláudio Olivier, os quais ressaltam, respectivamente, as tensões em torno da pregação antiabolicionista e da possibilidade de convivência e aceitação do negro como sujeito ético, responsável e bem-sucedido. Obedecendo à concepção do livro, e a seu centramento sucessivo nos personagens Olivier e Cláudio, inicialmente examina-se a narração da violência no período pré-republicano, seguindo-se o exame do contexto pós-republicano. Os dados analisados permitem perceber não só prolongado processo de objetificação do negro, que leva a práticas tais como brutalização, tortura, coação, opressão e intimidação, mas também a existência de correlação essencial entre as formas de violência praticadas: há a violência direta, através da marginalização do negro, a violência cultural através do racismo internalizado, e uma concepção estrutural de que o negro deve submissão ao branco.