Para Além da Lusofonia: o Toronto Committee for the Liberation of Portugal’s African Colonies (TCLPAC) do Canadá e a Luta Anticolonial em Angola e Moçambique (1972-1975)
{"title":"Para Além da Lusofonia: o Toronto Committee for the Liberation of Portugal’s African Colonies (TCLPAC) do Canadá e a Luta Anticolonial em Angola e Moçambique (1972-1975)","authors":"Marçal de Menezes Paredes","doi":"10.5965/2175180314352022e0108","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A campanha anticolonial contra a presença portuguesa na África mobilizou o cenário internacional em diversos âmbitos. Para além do direto envolvimento dos movimentos de libertação com as superpotências da Guerra Fria (seja na diplomacia, seja no suporte militar), a opinião pública internacional manteve-se atenta aos acontecimentos ocorridos em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau entre 1961 e 1975. Particularmente nos países ocidentais, o contexto dos movimentos de contracultura num amplo espectro das esquerdas chamou atenção para uma tomada de consciência global sobre a relação perniciosa entre o racismo, o colonialismo e o capitalismo. Esses eixos críticos se articulam na criação de diversos comités políticos em apoio à luta pela liberdade de angolanos, moçambicanos e guineenses. Este vínculo vai além das fronteiras lusófonas, manifestando um agenciamento político transnacional de elevada significância. A fundação do Toronto Committee for the Liberation of Portugal’s African Colonies (TCLPAC), em 1972, enquadra-se nesse cenário geral. Este artigo apresenta a história desta organização canadense engajada na luta contra o colonialismo português. Dá realce à trajetória de um de seus principais fundadores, às peculiaridades do contexto canadense na época e analisa suas ações, seu significado político interno (Canadá) e externo (Angola e Moçambique), bem como os resultados conseguidos até 1975. Depois da independência das ex-colônias portuguesas na África, a organização amplia seus objetivos e troca de nomenclatura, expandindo ainda mais seu alcance.\nPalavras-chave: Anticolonialismo; História Transnacional; Relações África e Canadá.","PeriodicalId":21251,"journal":{"name":"Revista Tempo e Argumento","volume":"21 1","pages":""},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-04-30","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Revista Tempo e Argumento","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5965/2175180314352022e0108","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
Abstract
A campanha anticolonial contra a presença portuguesa na África mobilizou o cenário internacional em diversos âmbitos. Para além do direto envolvimento dos movimentos de libertação com as superpotências da Guerra Fria (seja na diplomacia, seja no suporte militar), a opinião pública internacional manteve-se atenta aos acontecimentos ocorridos em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau entre 1961 e 1975. Particularmente nos países ocidentais, o contexto dos movimentos de contracultura num amplo espectro das esquerdas chamou atenção para uma tomada de consciência global sobre a relação perniciosa entre o racismo, o colonialismo e o capitalismo. Esses eixos críticos se articulam na criação de diversos comités políticos em apoio à luta pela liberdade de angolanos, moçambicanos e guineenses. Este vínculo vai além das fronteiras lusófonas, manifestando um agenciamento político transnacional de elevada significância. A fundação do Toronto Committee for the Liberation of Portugal’s African Colonies (TCLPAC), em 1972, enquadra-se nesse cenário geral. Este artigo apresenta a história desta organização canadense engajada na luta contra o colonialismo português. Dá realce à trajetória de um de seus principais fundadores, às peculiaridades do contexto canadense na época e analisa suas ações, seu significado político interno (Canadá) e externo (Angola e Moçambique), bem como os resultados conseguidos até 1975. Depois da independência das ex-colônias portuguesas na África, a organização amplia seus objetivos e troca de nomenclatura, expandindo ainda mais seu alcance.
Palavras-chave: Anticolonialismo; História Transnacional; Relações África e Canadá.