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A intensificação dos processos que buscavam o autocontrole dos corpos e a produção de indivíduos livres e autônomos pode ser entendida como o início de um longo processo de racionalização das atitudes que atingiu não apenas a vida em sociedade, mas também a morte. A internalização do controle de si, que culminou na submissão espontânea de corpos e mentes, é também responsável por mudanças empreendidas nos rituais de morte e de luto observados entre os séculos XVIII e XIX. Este artigo procura discutir as sociabilidades presentes principalmente na sociedade oitocentista, que buscou a liberdade, a movimentação urbana e o indivíduo e experimentou sensações como a ansiedade e o medo ao deparar com incertezas e silêncios. A denominada morte de si,a ou seja, a repressão de características inerentes e o enquadramento das atitudes e até mesmo dos pensamentos são trazidos e discutidos por meio de análise bibliográfica para que, em um segundo momento, sejam relacionados às transformações observadas nos rituais de morte e também no trabalho do luto. Com base nesse levantamento, objetiva-se problematizar os processos de luto e morte no Brasil nos últimos anos do século XX, momento em que empresas funerárias surgiram no mercado funerário e as famílias aos poucos foram afastadas do controle da morte e do morrer. Essa discussão faz parte de uma pesquisa em andamento que debate o papel da morte e seus rituais como elementos de reorganização das sociedades atingidas.