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A crise estrutural do capitalismo e o irracionalismo
A lógica da produção capitalista está submetida a uma contradição que a cada maior produção produz a necessidade de maior consumo, sua forma de valorizar seu capital é a exploração do trabalho, baixando sempre o valor do trabalho, que inviabiliza o consumo dele, impedindo o escoamento de toda a produção. O desenvolvimento dessa contradição gerou a crise estrutural do capitalismo e demonstra a incapacidade da lógica capitalista de se revigorar sem uma intervenção direta nas leis trabalhistas. Outras formas também são ativadas como as guerras e as intervenções em países. Paralelamente, o irracionalismo se torna a forma com que a burguesia cria e expõe suas ideias necessárias à manutenção da ordem do sistema que lhe determinou a sua classe como dominante. Nesse sentido, nada que a burguesia efetive deve ser novidade para aqueles que têm uma visão crítica radical sobre as relações sociais no sistema capitalista. A alienação decorrente da própria lógica do capital e do papel da ideologia criam a cena necessária para a implementação de “mudanças” que não podem deixar de se consolidar para toda a sociedade, mas que não interessam aos trabalhadores. Elas acabam sendo efetivadas sob a roupagem de propostas carismáticas feitas em épocas de eleições mediante os órgãos políticos, e sempre em nome da democracia. Dessa forma, a democracia se tornou uma troca de benefícios pessoais entre os políticos. Seguindo essa lógica, há de se entender que a crise política que se instala após a reeleição da presidenta Dilma é uma das consequências de mais uma crise do capital; ela não se põe por si mesma, mas dialeticamente interfere nas medidas a serem tomadas pelo Estado, no discurso para “salvar” a economia brasileira.