Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.117261
Ariceneide Oliveira da Silva, M. A. Lemos, P. Nero
Resenha da obra Terra à vista - Discurso do confronto: Velho e Novo Mundo, de Eni Puccinelli Orlandi, com especial atenção ao capítulo IV, da segunda parte, “Domesticação e proteção: o discurso dos padres na raiz do latifúndio”.
回顾埃尼·普奇内利·奥兰迪(Eni Puccinelli Orlandi)的著作《地球在眼前——对抗的话语:旧与新世界》(earth in vista -话语of confrontance: old and new world),特别关注第二部分第四章“驯化与保护:大庄园根源上的牧师话语”。
{"title":"REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS NOS 30 ANOS DE TERRA À VISTA: DOMESTICAÇÃO E PROTEÇÃO","authors":"Ariceneide Oliveira da Silva, M. A. Lemos, P. Nero","doi":"10.22456/2594-8962.117261","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117261","url":null,"abstract":"Resenha da obra Terra à vista - Discurso do confronto: Velho e Novo Mundo, de Eni Puccinelli Orlandi, com especial atenção ao capítulo IV, da segunda parte, “Domesticação e proteção: o discurso dos padres na raiz do latifúndio”. ","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"19 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"120977570","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.117242
Aline Rodrigues Da Silva, C. A. G. D. Nascimento
Propomos, neste artigo, interpretar como a exclusão manifesta no dizeres de mulheres em situação de transtorno por uso de substâncias psicoativas. Para a problematização, partimos da descrição e interpretação de três recortes enunciativos de textos escritos pelos sujeitos de pesquisa, destacando as marcas discursivas sobre a exclusão a partir da noção de enunciado para traçar uma rede de memória discursiva. Nesse sentido, articulamos a perspectiva discursivo-desconstrutiva (CORACINI, 2007) ao olhar teórico-metodológico da arqueogenealogia (FOUCAULT, 1979; 2009). Pelo viés arqueológico, notamos rastros do discurso da salvação – possibilitado pela Formação Discursiva cristã – e do discurso da proibição – traçado pela materialidade das reticências e dos parênteses. Discursos que ativam, via genealogia, saberes emergentes como os procedimentos discursivos do cuidado de si e da preservação da autoimagem para a desestruturação da família enquanto base. Desta forma, a família se torna uma instituição que corrobora à exclusão, marcada pelo que interpretamos como hostipitalidade, uma vez que produz efeitos de verdade sobre as mulheres que usam substâncias psicoativas.Palavras-chave: Discurso. Mulheres. Substâncias psicoativas.
{"title":"EXCLUSÃO EM (DIS)CURSO NOS DIZERES DE MULHERES COM TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS","authors":"Aline Rodrigues Da Silva, C. A. G. D. Nascimento","doi":"10.22456/2594-8962.117242","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117242","url":null,"abstract":"Propomos, neste artigo, interpretar como a exclusão manifesta no dizeres de mulheres em situação de transtorno por uso de substâncias psicoativas. Para a problematização, partimos da descrição e interpretação de três recortes enunciativos de textos escritos pelos sujeitos de pesquisa, destacando as marcas discursivas sobre a exclusão a partir da noção de enunciado para traçar uma rede de memória discursiva. Nesse sentido, articulamos a perspectiva discursivo-desconstrutiva (CORACINI, 2007) ao olhar teórico-metodológico da arqueogenealogia (FOUCAULT, 1979; 2009). Pelo viés arqueológico, notamos rastros do discurso da salvação – possibilitado pela Formação Discursiva cristã – e do discurso da proibição – traçado pela materialidade das reticências e dos parênteses. Discursos que ativam, via genealogia, saberes emergentes como os procedimentos discursivos do cuidado de si e da preservação da autoimagem para a desestruturação da família enquanto base. Desta forma, a família se torna uma instituição que corrobora à exclusão, marcada pelo que interpretamos como hostipitalidade, uma vez que produz efeitos de verdade sobre as mulheres que usam substâncias psicoativas.Palavras-chave: Discurso. Mulheres. Substâncias psicoativas.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"621 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116347022","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.117262
M. Aseff
A reflexão sobre a memória e o seu oposto, o esquecimento, aparece na obra de Jorge Luis Borges em diversos níveis. O escritor criou contos e poemas que têm a memória como tema central ou o tangenciam. Neste estudo, começamos expondo diversas impressões de Borges sobre esse tema para, em seguida, usando o método comparativo, trabalhar com duas abordagens ficcionais que têm a memória em sua base: a fábula da memória absoluta de “Funes, el memorioso” e o empenho em não esquecer a mulher amada, numa espécie de devoção à memória, no conto “El Aleph”. Após a análise dos textos, conclui-se, entre outras coisas, que, para Borges, a ação do esquecimento é necessária, natural e até benéfica, tanto na vida como na literatura, exceto no caso dos mortos, quando o culto à memória tem o poder de os transportar para a dimensão do eterno.
{"title":"BORGES E A POÉTICA DO ESQUECIMENTO","authors":"M. Aseff","doi":"10.22456/2594-8962.117262","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117262","url":null,"abstract":"A reflexão sobre a memória e o seu oposto, o esquecimento, aparece na obra de Jorge Luis Borges em diversos níveis. O escritor criou contos e poemas que têm a memória como tema central ou o tangenciam. Neste estudo, começamos expondo diversas impressões de Borges sobre esse tema para, em seguida, usando o método comparativo, trabalhar com duas abordagens ficcionais que têm a memória em sua base: a fábula da memória absoluta de “Funes, el memorioso” e o empenho em não esquecer a mulher amada, numa espécie de devoção à memória, no conto “El Aleph”. Após a análise dos textos, conclui-se, entre outras coisas, que, para Borges, a ação do esquecimento é necessária, natural e até benéfica, tanto na vida como na literatura, exceto no caso dos mortos, quando o culto à memória tem o poder de os transportar para a dimensão do eterno.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"59 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115844768","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.117264
Bougleux Bomjardim da Silva Carmo, Lilian Reichert Coelho
Neste artigo, reflete-se acerca da força sociocultural e política da rememoração no resgate da história das identidades sociais. Concomitante, (re)constrói-se a memória social da comunidade Arara em Teixeira de Freitas (BA) a partir das narrativas de seus moradores mais antigos, centrando-se na dimensão da origem. Para tanto, mobiliza-se os pressupostos filosóficos, precipuamente, em Walter Benjamin e Paul Ricoeur acerca de memória, narrativa e reconhecimento. Metodologicamente, na intersecção entre filosofia e estudos linguísticos, analisa-se um conjunto de fragmentos e relatos oriundas das lembranças de velhos (BOSI, 2004), sendo nove os sujeitos da pesquisa. Para tanto, emprega-se instrumentos descritivos da análise de narrativas (BAMBERG; GEORGAKOPOULOU, 2008; CABRAL; BIAR, 2015; GEORGAKOPOULOU, 2015; NORRICK, 2019). Como resultado, mostra-se: a) a construção da narrativa fundadora de Arara, consoante processos de reconhecimento ancorados na mundanidade e na experiência; b) a apropriação política dos sujeitos de sua história frente à exclusão social; c) a configuração narrativa das identidades; e, finalmente, uma versão que performa as origens e práticas da comunidade em estudo. A reflexão endossa a importância da linguagem como esteio ao partilhamento e visibilização das estórias locais, pois a memória é também o lugar da inscrição dos vencidos e esquecidos da história.
{"title":"NAS TRILHAS E NARRATIVAS DE ARARA: MEMÓRIAS DE UMA COMUNIDADE COM REMANESCENTES QUILOMBOLAS EM TEIXEIRA DE FREITAS (BA)","authors":"Bougleux Bomjardim da Silva Carmo, Lilian Reichert Coelho","doi":"10.22456/2594-8962.117264","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117264","url":null,"abstract":"Neste artigo, reflete-se acerca da força sociocultural e política da rememoração no resgate da história das identidades sociais. Concomitante, (re)constrói-se a memória social da comunidade Arara em Teixeira de Freitas (BA) a partir das narrativas de seus moradores mais antigos, centrando-se na dimensão da origem. Para tanto, mobiliza-se os pressupostos filosóficos, precipuamente, em Walter Benjamin e Paul Ricoeur acerca de memória, narrativa e reconhecimento. Metodologicamente, na intersecção entre filosofia e estudos linguísticos, analisa-se um conjunto de fragmentos e relatos oriundas das lembranças de velhos (BOSI, 2004), sendo nove os sujeitos da pesquisa. Para tanto, emprega-se instrumentos descritivos da análise de narrativas (BAMBERG; GEORGAKOPOULOU, 2008; CABRAL; BIAR, 2015; GEORGAKOPOULOU, 2015; NORRICK, 2019). Como resultado, mostra-se: a) a construção da narrativa fundadora de Arara, consoante processos de reconhecimento ancorados na mundanidade e na experiência; b) a apropriação política dos sujeitos de sua história frente à exclusão social; c) a configuração narrativa das identidades; e, finalmente, uma versão que performa as origens e práticas da comunidade em estudo. A reflexão endossa a importância da linguagem como esteio ao partilhamento e visibilização das estórias locais, pois a memória é também o lugar da inscrição dos vencidos e esquecidos da história.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"126591468","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.116082
J. Pereira
the purpose of my reading is to see how Maria Alzira Seixo’s notion – that, in Under the Frangipani, different forms of time contingently oppose... – could be helpful in our understanding of the way the question of memory and forgetting is dealt with, in the novel. Following Ana Mafalda Leite’s observation of the fact that, each short story told – typically, a model for each of the chapters of the novels by Mia Couto – also provides the underlying assumptions of the all-embracing narrative, we then move to examine the forms of understanding social and natural life, events and time, by the different characters in the institution. And it will be with the help of Michel de Certeau’s perspective on modern History, in his L’écriture de l’histoire, and with some of Jacques Derrida’s insights, borrowed both from A Taste for the Secret and Histoire du mensonge, that we try to make sense of that aspect of Mia Couto’s novel, that concerns Mozambique’s contemporary hopes and dramas.
我阅读这本书的目的是想看看玛丽亚·阿尔兹拉·塞索的观点——在《香花菜之下》中,不同形式的时间是如何偶然对立的……可以帮助我们理解小说中处理记忆和遗忘问题的方式。根据Ana Mafalda Leite的观察,每个短篇故事——通常是Mia Couto小说的每个章节的一个模型——也提供了包罗万象的叙事的潜在假设,然后我们开始研究理解社会和自然生活的形式,事件和时间,通过机构中的不同角色。在Michel de Certeau对现代历史的看法的帮助下,在他的《L ' 档案档案》中,以及雅克·德里达的一些见解,从《秘密的味道》和《男人的历史》中借用,我们试图理解米娅·库托小说中关于莫桑比克当代希望和戏剧的那一方面。
{"title":"Mia Couto: memória e esquecimento em A Varanda do Frangipani...","authors":"J. Pereira","doi":"10.22456/2594-8962.116082","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.116082","url":null,"abstract":"the purpose of my reading is to see how Maria Alzira Seixo’s notion – that, in Under the Frangipani, different forms of time contingently oppose... – could be helpful in our understanding of the way the question of memory and forgetting is dealt with, in the novel. Following Ana Mafalda Leite’s observation of the fact that, each short story told – typically, a model for each of the chapters of the novels by Mia Couto – also provides the underlying assumptions of the all-embracing narrative, we then move to examine the forms of understanding social and natural life, events and time, by the different characters in the institution. And it will be with the help of Michel de Certeau’s perspective on modern History, in his L’écriture de l’histoire, and with some of Jacques Derrida’s insights, borrowed both from A Taste for the Secret and Histoire du mensonge, that we try to make sense of that aspect of Mia Couto’s novel, that concerns Mozambique’s contemporary hopes and dramas.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"71 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"122821878","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.117164
Weverson Dadalto, F. S. P. Trefzger
O romance K., de Bernardo Kucinski (2011), e o filme Avanti popolo, dirigido por Michael Wahrmann (2012), tematizam os desaparecimentos de militantes políticos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985); o trauma consequente desses crimes afeta não só os familiares das vítimas, mas também toda a sociedade brasileira, que ainda não elaborou seu passado violento. Tanto o escritor quanto o cineasta associam essas histórias de violência ao declínio das utopias e aos limites da representação artística no relato de situações traumáticas. Este ensaio estabelece, nesse viés, uma aproximação entre as duas obras selecionadas para análise, observando especialmente os recursos formais empregados por ambas para a expressão do sofrimento causado pela ditadura. Também são investigados os sentidos das reflexões metalinguísticas e das relações intertextuais identificadas no filme e no livro. A partir de textos crítico-teóricos de Janaína de Almeida Teles (2010, 2012), Bernardo Kucinski (2001, 2013), Jaime Ginzburg (2017) e Jeanne Marie Gagnebin (2009), entre outros, este estudo também aponta como K. e Avanti popolo provocam a sociedade brasileira a rememorar seu passado autoritário e a discutir as consequências do esquecimento da barbárie nas relações sociopolíticas contemporâneas.
{"title":"OS DESAPARECIDOS POLÍTICOS DA DITADURA MILITAR, AS UTOPIAS E A ARTE: TRÊS MORTES EM AVANTI POPOLO, DE MICHAEL WAHRMANN, E K., DE BERNARDO KUCINSKI","authors":"Weverson Dadalto, F. S. P. Trefzger","doi":"10.22456/2594-8962.117164","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117164","url":null,"abstract":"O romance K., de Bernardo Kucinski (2011), e o filme Avanti popolo, dirigido por Michael Wahrmann (2012), tematizam os desaparecimentos de militantes políticos durante a ditadura militar no Brasil (1964-1985); o trauma consequente desses crimes afeta não só os familiares das vítimas, mas também toda a sociedade brasileira, que ainda não elaborou seu passado violento. Tanto o escritor quanto o cineasta associam essas histórias de violência ao declínio das utopias e aos limites da representação artística no relato de situações traumáticas. Este ensaio estabelece, nesse viés, uma aproximação entre as duas obras selecionadas para análise, observando especialmente os recursos formais empregados por ambas para a expressão do sofrimento causado pela ditadura. Também são investigados os sentidos das reflexões metalinguísticas e das relações intertextuais identificadas no filme e no livro. A partir de textos crítico-teóricos de Janaína de Almeida Teles (2010, 2012), Bernardo Kucinski (2001, 2013), Jaime Ginzburg (2017) e Jeanne Marie Gagnebin (2009), entre outros, este estudo também aponta como K. e Avanti popolo provocam a sociedade brasileira a rememorar seu passado autoritário e a discutir as consequências do esquecimento da barbárie nas relações sociopolíticas contemporâneas.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"172 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"133181919","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.116120
Weslei Roberto Candido
O presente artigo tem como objetivo discutir o percurso fragmentário do discurso memorialístico e testemunhal em Becos da Memória (2017), de Conceição Evaristo. Na narrativa, Maria-Nova, menina que habita uma favela em processo de desfavelamento, percorre os becos recolhendo as memórias dos adultos e guardando-as para si. Em um processo de sofrimento, porque a menina gostava daquelas histórias mais tristes e, também, porque trazia dentro de si uma tristeza que não sabia explicar, ela vai tecendo uma colcha de retalhos com as memórias dos habitantes da favela. Como afirma Maurice Halbwachs (2003), nenhuma memória é totalmente individual, mas fruto de uma coletividade. Deste modo, as memórias recolhidas por Maria-Nova compõem um mosaico com as vidas individuais dos moradores da favela, alçando as narrativas ao registro de uma coletividade. Maria-Nova é colocada como testemunha do desmantelamento da favela onde habita. Testemunha-se um excesso de realidade (SELIGMANN-SILVA, 2003), que se plasma no discurso memorial de Maria-Nova sob o impacto do desaparecimento da favela. Portanto, é nesta perspectiva do testemunho que o artigo discutirá a memória como preservação do passado, principalmente, daquele passado incômodo, habitado pelos excluídos da sociedade, que ganham voz dentro da obra de Conceição Evaristo.
本文旨在探讨conceicao Evaristo在Becos da memoria(2017)中记忆和见证话语的碎片化路径。在叙述中,玛丽亚-诺瓦,一个住在贫民窟的女孩,在贫困的过程中,走在小巷里收集成年人的记忆,并把它们留给自己。在一个痛苦的过程中,因为女孩喜欢那些最悲伤的故事,也因为她内心有一种无法解释的悲伤,她用贫民窟居民的记忆编织了一张拼布被子。正如Maurice Halbwachs(2003)所指出的,没有记忆是完全个人的,而是集体的结果。通过这种方式,Maria-Nova收集的记忆构成了贫民窟居民个人生活的马赛克,将叙事提升到一个集体的记录。玛丽亚·诺瓦是她居住的贫民窟拆除的目击者。它见证了一种过度的现实(SELIGMANN-SILVA, 2003),这反映在玛丽亚-诺瓦的纪念演讲中,在贫民窟消失的影响下。因此,正是从这个证词的角度,本文将讨论记忆作为过去的保存,特别是那些被社会排斥的人居住的不舒服的过去,他们在conceicao Evaristo的作品中获得了发言权。
{"title":"BECOS DA MEMÓRIA E OS PERCURSOS DO RELATO TESTEMUNHAL DE MARIA-NOVA","authors":"Weslei Roberto Candido","doi":"10.22456/2594-8962.116120","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.116120","url":null,"abstract":"O presente artigo tem como objetivo discutir o percurso fragmentário do discurso memorialístico e testemunhal em Becos da Memória (2017), de Conceição Evaristo. Na narrativa, Maria-Nova, menina que habita uma favela em processo de desfavelamento, percorre os becos recolhendo as memórias dos adultos e guardando-as para si. Em um processo de sofrimento, porque a menina gostava daquelas histórias mais tristes e, também, porque trazia dentro de si uma tristeza que não sabia explicar, ela vai tecendo uma colcha de retalhos com as memórias dos habitantes da favela. Como afirma Maurice Halbwachs (2003), nenhuma memória é totalmente individual, mas fruto de uma coletividade. Deste modo, as memórias recolhidas por Maria-Nova compõem um mosaico com as vidas individuais dos moradores da favela, alçando as narrativas ao registro de uma coletividade. Maria-Nova é colocada como testemunha do desmantelamento da favela onde habita. Testemunha-se um excesso de realidade (SELIGMANN-SILVA, 2003), que se plasma no discurso memorial de Maria-Nova sob o impacto do desaparecimento da favela. Portanto, é nesta perspectiva do testemunho que o artigo discutirá a memória como preservação do passado, principalmente, daquele passado incômodo, habitado pelos excluídos da sociedade, que ganham voz dentro da obra de Conceição Evaristo.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"9 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121776039","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.117081
Carina Marques Duarte
O objetivo deste artigo é analisar o romance Entre as memórias silenciadas, do moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, verificando em que medida algumas personagens – posicionando-se nas antípodas do discurso dominante propagado pela FRELIMO – defendem a conservação das tradições e se movem no sentido da preservação da memória, inclusive daquela marcada por eventos traumáticos, como foram os campos de reeducação no país recém-independente. A partir do exame da conduta das personagens, demonstraremos que o romance em questão cumpre o que Ricoeur denominou “dever de memória”. Para tanto, além das proposições do estudioso mencionado, nos serão de grande valia as formulações de Jacques Le Goff e Maurice Halbwachs e o estudo de Thomaz (2008).
{"title":"Reter o pretérito: o dever de memória no romance Entre as memórias silenciadas","authors":"Carina Marques Duarte","doi":"10.22456/2594-8962.117081","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117081","url":null,"abstract":"O objetivo deste artigo é analisar o romance Entre as memórias silenciadas, do moçambicano Ungulani Ba Ka Khosa, verificando em que medida algumas personagens – posicionando-se nas antípodas do discurso dominante propagado pela FRELIMO – defendem a conservação das tradições e se movem no sentido da preservação da memória, inclusive daquela marcada por eventos traumáticos, como foram os campos de reeducação no país recém-independente. A partir do exame da conduta das personagens, demonstraremos que o romance em questão cumpre o que Ricoeur denominou “dever de memória”. Para tanto, além das proposições do estudioso mencionado, nos serão de grande valia as formulações de Jacques Le Goff e Maurice Halbwachs e o estudo de Thomaz (2008).","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"50 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121484434","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.115983
Miguel Rettenmaier, Bruna Viciniescki
Este trabalho se debruça sobre duas autobiografias relacionadas à extinta Casa de Detenção de SP, popularmente conhecida como Carandiru, quais sejam: Memórias de um Sobrevivente (2001), de Luiz Alberto Mendes, e Estação Carandiru (1999), de Drauzio Varella. O título do trabalho alude à condição, em detalhe entre parênteses, às circunstâncias de ambos os enunciadores, um que passa pelo espaço voluntariamente, na posição de médico, outro que fica, sob termos que fogem à sua vontade, na condição de apenado. Nessa ordem, Varella relata, sob sua visão de médico, o que presenciou nos dez anos em que conviveu com a massa carcerária da Casa de Detenção entre 1989 e 1999; Mendes, como escritor autodidata que passa por um processo de formação leitora enquanto cumpria sua pena de mais de cem anos, testemunha sobre sua vivência de habitante do Carandiru na década de 1970. A base teórica se articula com os estudos sobre autobiografia, de Lejeune (2014;2004), associados a termos conceituais de Ricoeur (2007), sobre a memória, e de Bakhtin (2016) sobre a natureza do enunciado. Nas distinções entre ambas as vozes, um ponto comum, como espaço heterotópico (FOUCAULT, 2001) o Carandiru, é focalizado, em um mesmo cenário de violências e violações
本研究的重点是两部与SP的拘留所有关的自传,即路易斯·阿尔贝托·门德斯的memorias de um surente(2001)和德拉齐奥·瓦雷拉的estacao Carandiru(1999)。作品的标题在括号中详细地暗指了这两个发音者的情况,一个是自愿以医生的身份进入空间的,另一个是在他无法控制的条件下,处于囚犯的状态。根据这一命令,瓦雷拉以医生的身份讲述了他在1989年至1999年期间与监狱里的囚犯生活在一起的十年中所目睹的情况;门德斯,作为一个自学成才的作家,在服刑一百多年的过程中经历了阅读训练的过程,见证了他在20世纪70年代作为卡兰迪鲁居民的经历。理论基础与勒琼(2014;2004)关于自传的研究、利科(2007)关于记忆的概念术语和巴赫金(2016)关于陈述性质的研究相联系。在这两种声音之间的区别中,一个共同的点,作为异位空间(福柯,2001)卡兰迪鲁,集中在同一场景的暴力和侵犯
{"title":"SISTEMA PRISIONAL E AUTOBIOGRAFIA: DOIS OLHARES (UM QUE PASSA E UM QUE FICA) SOBRE O CARANDIRU","authors":"Miguel Rettenmaier, Bruna Viciniescki","doi":"10.22456/2594-8962.115983","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.115983","url":null,"abstract":"Este trabalho se debruça sobre duas autobiografias relacionadas à extinta Casa de Detenção de SP, popularmente conhecida como Carandiru, quais sejam: Memórias de um Sobrevivente (2001), de Luiz Alberto Mendes, e Estação Carandiru (1999), de Drauzio Varella. O título do trabalho alude à condição, em detalhe entre parênteses, às circunstâncias de ambos os enunciadores, um que passa pelo espaço voluntariamente, na posição de médico, outro que fica, sob termos que fogem à sua vontade, na condição de apenado. Nessa ordem, Varella relata, sob sua visão de médico, o que presenciou nos dez anos em que conviveu com a massa carcerária da Casa de Detenção entre 1989 e 1999; Mendes, como escritor autodidata que passa por um processo de formação leitora enquanto cumpria sua pena de mais de cem anos, testemunha sobre sua vivência de habitante do Carandiru na década de 1970. A base teórica se articula com os estudos sobre autobiografia, de Lejeune (2014;2004), associados a termos conceituais de Ricoeur (2007), sobre a memória, e de Bakhtin (2016) sobre a natureza do enunciado. Nas distinções entre ambas as vozes, um ponto comum, como espaço heterotópico (FOUCAULT, 2001) o Carandiru, é focalizado, em um mesmo cenário de violências e violações","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"146 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"132305144","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-01-20DOI: 10.22456/2594-8962.117245
Viviane Da Silva Dutra, R. Cardoso
O Peru, durante o conflito armado interno (1980-2000), viveu a intensidade de uma guerra sem precedentes entre o Estado e o grupo revolucionário Sendero Luminoso. As interpretações a respeito do horror sofrido pela população têm gerado uma verdadeira batalha de memórias por parte de diversos setores oficiais e também por áreas do conhecimento, incluindo a literatura. Contudo, nesses olhares, nem sempre aparece a experiência de quem, de fato, viveu a situação. Em 2005, Edilberto Jiménez publicou o livro Chungui: violencia y trazos de memoria. Na obra, o antropólogo acompanha relatos dos sobreviventes da região de Chungui, uma das mais afetadas pelo conflito, e cria imagens nas quais busca representar as situações narradas. Este artigo discute o entrelaçamento das narrativas trazidas por esses narradores, as imagens de Jiménez, os discursos oficiais e literárias. Nosso objetivo é refletir sobre o quanto palavras e imagens podem ou não expressar o vivido, construindo experiências e subjetividades. Ao mesmo tempo, destacamos o papel das vozes periféricas ante o peso da história oficial e/ou oficializada.
在1980-2000年的内部武装冲突期间,秘鲁经历了国家和革命组织光辉道路之间前所未有的激烈战争。对民众所遭受的恐怖的解释在各个官方部门和包括文学在内的知识领域引发了一场真正的记忆之战。然而,在这些眼神中,并不总是能看到那些真正经历过这种情况的人的经历。2005年,艾迪伯托·希门尼斯出版了《Chungui: violencia y trazos de memoria》一书。在这部作品中,人类学家追踪了受冲突影响最严重的春贵地区幸存者的故事,并创作了图像,试图代表所叙述的情况。本文探讨了这些叙述者带来的叙事、希门尼斯的形象、官方话语和文学话语的交织。我们的目标是反思文字和图像在多大程度上可以或不能表达生活、构建经验和主体性。与此同时,我们强调边缘声音在官方和/或官方历史权重之前的作用。
{"title":"DISCURSOS SOBRE O OUTRO, VOZES DA EXPERIÊNCIA: A MEMÓRIA ENTRE PALAVRAS E IMAGENS","authors":"Viviane Da Silva Dutra, R. Cardoso","doi":"10.22456/2594-8962.117245","DOIUrl":"https://doi.org/10.22456/2594-8962.117245","url":null,"abstract":"O Peru, durante o conflito armado interno (1980-2000), viveu a intensidade de uma guerra sem precedentes entre o Estado e o grupo revolucionário Sendero Luminoso. As interpretações a respeito do horror sofrido pela população têm gerado uma verdadeira batalha de memórias por parte de diversos setores oficiais e também por áreas do conhecimento, incluindo a literatura. Contudo, nesses olhares, nem sempre aparece a experiência de quem, de fato, viveu a situação. Em 2005, Edilberto Jiménez publicou o livro Chungui: violencia y trazos de memoria. Na obra, o antropólogo acompanha relatos dos sobreviventes da região de Chungui, uma das mais afetadas pelo conflito, e cria imagens nas quais busca representar as situações narradas. Este artigo discute o entrelaçamento das narrativas trazidas por esses narradores, as imagens de Jiménez, os discursos oficiais e literárias. Nosso objetivo é refletir sobre o quanto palavras e imagens podem ou não expressar o vivido, construindo experiências e subjetividades. Ao mesmo tempo, destacamos o papel das vozes periféricas ante o peso da história oficial e/ou oficializada.","PeriodicalId":126634,"journal":{"name":"Revista Conexão Letras","volume":"39 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-01-20","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116654152","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}