几何学习的认知条件

Cleide Ribeiro Mota Arinos, José Luiz Magalhães de Freitas, Méricles Thadeu Moretti
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Existem três tipos de desconstrução das formas: a desconstrução instrumental para construir uma figura, a decomposição heurística e a desconstrução dimensional. A desconstrução dimensional constitui o processo central da visualização geométrica. Para analisar o papel da linguagem em geometria, deve-se distinguir três níveis de operações discursivas: a denominação, a enunciação de propriedades e a dedução. Essa distinção é essencial porque a relação da linguagem com a visualização muda completamente de um nível a outro. Contudo, nesta variação, se esconde um fenômeno cognitivo fundamental: o hiato dimensional. As passagens entre visualização e discurso implicam em geometria uma mudança do número de dimensões para reconhecer os objetos do conhecimento visados em cada um desses dois registros. 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摘要

几何学是一个知识领域,它需要两种非常不同的表征域的认知清晰度:表示空间的形象化形式和表达属性的语言,从而推断新的属性。学习困难最初来自于这两种寄存器的使用方式,通常与它们正常的认知功能和数学之外的功能相反。如何看待这些数字取决于它被动员的活动。所以我们可以区分一种以标志性方式运作的观察方式和一种以非标志性方式运作的观察方式。非标志性的可视化意味着对视觉上已经识别的形状的解构。有三种类型的形式解构:构建图形的工具解构、启发式分解和维度解构。空间解构是几何可视化的核心过程。为了分析语言在几何学中的作用,必须区分三个层次的话语操作:命名、属性的表达和演绎。这种区别是至关重要的,因为语言和视觉的关系从一个层次到另一个层次完全改变了。然而,在这种变异中隐藏着一个基本的认知现象:维度差距。在几何学中,形象化和话语之间的通道意味着维度数的变化,以识别这两个记录中所针对的知识对象。意识到形式的维度解构和话语操作的多样性是可视化和话语协同工作的条件,尽管它们的维度差距。这些是学习几何的关键阈值。
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As condições cognitivas da aprendizagem da geometria
A geometria é um domínio do conhecimento que exige articulação cognitiva de dois registros de representação muito diferentes: a visualização de formas para representar o espaço e a linguagem para enunciar propriedades para daí deduzir novas. As dificuldades da aprendizagem vêm inicialmente da forma como esses dois registros são utilizados, de uma maneira frequentemente contrária ao seu funcionamento cognitivo normal e fora da matemática.  O modo de ver as figuras depende da atividade em que ela é mobilizada. Podemos assim, distinguir um modo de ver que funciona de maneira icônica e um modo de ver que funciona de maneira não icônica. A visualização não icônica implica na desconstrução das formas já visualmente reconhecidas. Existem três tipos de desconstrução das formas: a desconstrução instrumental para construir uma figura, a decomposição heurística e a desconstrução dimensional. A desconstrução dimensional constitui o processo central da visualização geométrica. Para analisar o papel da linguagem em geometria, deve-se distinguir três níveis de operações discursivas: a denominação, a enunciação de propriedades e a dedução. Essa distinção é essencial porque a relação da linguagem com a visualização muda completamente de um nível a outro. Contudo, nesta variação, se esconde um fenômeno cognitivo fundamental: o hiato dimensional. As passagens entre visualização e discurso implicam em geometria uma mudança do número de dimensões para reconhecer os objetos do conhecimento visados em cada um desses dois registros. A tomada de consciência da desconstrução dimensional das formas e a da variedade de operações discursivas são as condições para que a visualização e o discurso funcionem em sinergia, apesar de seu hiato dimensional. São esses os limiares decisivos na aprendizagem da geometria.
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