劳工党的刑事政策及其犯罪学解读(1979-2002)

Ícaro Del Rio Pertence Gomes
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Em linhas gerais, quando lê-se que o crime é uma prática de certa camada privilegiada, o partido denuncia a impunidade sistêmica desses agentes e conclama a apuração e punição destas condutas, criando-se aparatos e reformando os já existentes para tanto. Quando o crime é um “meio anti-social de sobrevivência” das classes espoliadas, compreende-se que a política econômica é a responsável por pressionar os trabalhadores a tais condutas e a proposta principal é elevar as condições materiais dos trabalhadores para que possam sobreviver através de meios lícitos. A exceção a tal tendência são os atos de  racismo, machismo e homofobia que atravessam todas as classes sociais. Neste caso, conclama-se a punição destas condutas, ante sua impunidade, bem como a criação de um aparato de proteção do Estado. 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摘要

本文的目的是讨论劳工党的刑事政策(建立应被视为犯罪的行为的计划和压制和预防这些行为的公共政策)和犯罪学阅读(理解犯罪行为的主要决定因素)。为此,我们分析了1979年至2002年期间全党起草的文件。这些文件提出了巴西刑事问题的五个主要轴心:(i)城市“犯罪”;农村政治犯罪;(3)“腐败”;(四)将压迫定为犯罪,(五)捍卫人权和改革压制性国家机构。总的来说,当我们读到犯罪是某一特权阶层的行为时,党谴责这些代理人的系统性有罪不罚,并呼吁对这些行为进行调查和惩罚,创造机制并为此改革现有机制。当犯罪是被剥削者阶级的“反社会生存手段”时,可以理解的是,经济政策是对工人施加这种行为压力的原因,其主要目的是提高工人的物质条件,使他们能够通过合法手段生存。这一趋势的例外是跨越所有社会阶层的种族主义、大男子主义和恐同行为。在这种情况下,要求对这些行为进行惩罚,因为它们不受惩罚,并建立一个国家保护机构。最后,该党坚持主张改革监狱制度和整个压制性国家机构,以捍卫人权。
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Política criminal petista e sua leitura criminológica (1979-2002)
O objetivo deste artigo é debater a política criminal petista (programa que estabelece as condutas que devem ser consideradas crimes e as políticas  públicas para sua repressão e prevenção) e a leitura criminológica (apreensão das principais determinantes das condutas criminosas) que a embasa. Para tanto, analisaram-se os documentos redigidos pelo conjunto do partido durante o período de 1979 a 2002. Estes documentos trazem cinco grandes eixos para a questão criminal brasileira: (i) “Criminalidade” urbana; (ii) Crimes políticos rurais; (iii) “Corrupção”; (iv) Criminalização das opressões e (v) Defesa dos direitos humanos e reforma dos aparelhos repressores do Estado. Em linhas gerais, quando lê-se que o crime é uma prática de certa camada privilegiada, o partido denuncia a impunidade sistêmica desses agentes e conclama a apuração e punição destas condutas, criando-se aparatos e reformando os já existentes para tanto. Quando o crime é um “meio anti-social de sobrevivência” das classes espoliadas, compreende-se que a política econômica é a responsável por pressionar os trabalhadores a tais condutas e a proposta principal é elevar as condições materiais dos trabalhadores para que possam sobreviver através de meios lícitos. A exceção a tal tendência são os atos de  racismo, machismo e homofobia que atravessam todas as classes sociais. Neste caso, conclama-se a punição destas condutas, ante sua impunidade, bem como a criação de um aparato de proteção do Estado. Por fim, o partido é enfático em defender a reforma do sistema prisional e de todo o aparato repressivo do Estado em defesa dos direitos humanos.  
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