{"title":"巴西东北部堕胎植物的使用:综述","authors":"Andreia Magnólia Marques Nunes, V. A. Silva","doi":"10.18542/ETHNOSCIENTIA.V6I2.10368","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"O uso de plantas para fins abortivos é frequente no Brasil, embora seja prática proibida por lei. O presente trabalho é uma revisão bibliográfica sobre as espécies registradas como abortivas no nordeste brasileiro. Para o desenvolvimento da pesquisa realizou-se um levantamento de artigos sobre o tema e utilizou-se como palavras-chave os seguintes termos: “plantas abortivas”, abortivas, aborto. Foram pesquisados trabalhos sobre etnobotânica, produções que tratavam sobre aborto, bem como o uso de plantas para este fim. Após a seleção dos artigos, dados de 35 trabalhos foram usados nesta revisão. O conhecimento sobre o uso dessas espécies é oriundo de benzedeiros, feirantes, donas de casa, estudantes e gestantes, com idade variando entre 13 e 96 anos. As motivações citadas para a prática do aborto foram: presença de outros filhos, ausência de companheiros, financeiro e questões religiosas, embora as religiões comentadas, evangélica e católica, condenem a prática. De um total de 79 plantas, as mais apontadas foram: Luffa operculata e Coutarea hexandra (citada oito vezes), Aspidosperma pyrifolium (citada seis vezes), Manihot cf. dichotoma e Peumus boldus (citada cinco vezes) e, Anadenanthera colubrina (citada quatro vezes). De modo geral, as mulheres utilizam as plantas sem o entendimento que, embora sejam naturais, apresentam propriedades que podem levar à morte, tanto que algumas usam tais espécies sem o objetivo de abortar, mas para diminuir ansiedade e combater desconfortos digestivos, desconsiderando suas contraindicações de uso. Algumas delas citaram, ainda, a utilização de artifícios na prática de “aborto” sem que estivessem de fato grávidas. Sendo assim, é importante que campanhas sejam realizadas para maior compreensão sobre o uso de plantas medicinais e seus efeitos colaterais, seja para grávidas, seja para a população em geral. ","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"21 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-03-19","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"O USO DE PLANTAS ABORTIVAS NO NORDESTE BRASILEIRO: UMA REVISÃO\",\"authors\":\"Andreia Magnólia Marques Nunes, V. A. Silva\",\"doi\":\"10.18542/ETHNOSCIENTIA.V6I2.10368\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"O uso de plantas para fins abortivos é frequente no Brasil, embora seja prática proibida por lei. O presente trabalho é uma revisão bibliográfica sobre as espécies registradas como abortivas no nordeste brasileiro. 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O USO DE PLANTAS ABORTIVAS NO NORDESTE BRASILEIRO: UMA REVISÃO
O uso de plantas para fins abortivos é frequente no Brasil, embora seja prática proibida por lei. O presente trabalho é uma revisão bibliográfica sobre as espécies registradas como abortivas no nordeste brasileiro. Para o desenvolvimento da pesquisa realizou-se um levantamento de artigos sobre o tema e utilizou-se como palavras-chave os seguintes termos: “plantas abortivas”, abortivas, aborto. Foram pesquisados trabalhos sobre etnobotânica, produções que tratavam sobre aborto, bem como o uso de plantas para este fim. Após a seleção dos artigos, dados de 35 trabalhos foram usados nesta revisão. O conhecimento sobre o uso dessas espécies é oriundo de benzedeiros, feirantes, donas de casa, estudantes e gestantes, com idade variando entre 13 e 96 anos. As motivações citadas para a prática do aborto foram: presença de outros filhos, ausência de companheiros, financeiro e questões religiosas, embora as religiões comentadas, evangélica e católica, condenem a prática. De um total de 79 plantas, as mais apontadas foram: Luffa operculata e Coutarea hexandra (citada oito vezes), Aspidosperma pyrifolium (citada seis vezes), Manihot cf. dichotoma e Peumus boldus (citada cinco vezes) e, Anadenanthera colubrina (citada quatro vezes). De modo geral, as mulheres utilizam as plantas sem o entendimento que, embora sejam naturais, apresentam propriedades que podem levar à morte, tanto que algumas usam tais espécies sem o objetivo de abortar, mas para diminuir ansiedade e combater desconfortos digestivos, desconsiderando suas contraindicações de uso. Algumas delas citaram, ainda, a utilização de artifícios na prática de “aborto” sem que estivessem de fato grávidas. Sendo assim, é importante que campanhas sejam realizadas para maior compreensão sobre o uso de plantas medicinais e seus efeitos colaterais, seja para grávidas, seja para a população em geral.