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Hábitos e práticas alimentares na sociedade portuguesa. Mudanças e reconfigurações
Este artigo dará conta, de modo panorâmico, das dinâmicas e reconfigurações dos hábitos e práticas alimentares dos portugueses, procurando assinalar os contrastes mais significativos entre o Estado Novo e as décadas seguintes, até à contemporaneidade. Para isso, utilizaram-se estudos de índole diversa, integrando-os e unificando-os. Fez-se uma seleção e revisão de literatura, analisando-se e confrontando-se, no texto, os seguintes tópicos: a institucionalização da segurança alimentar, a masculinização do espaço culinário, a alimentação como metáfora identitária e reificação de estatuto social, a gastronomia memorialística, o crescimento da cozinha de origem étnica, entre outros. Em resumo, podemos concluir que houve mudanças muito positivas se compararmos as práticas e hábitos alimentares durante a vigência da ditadura do Estado Novo (1933-1974), onde a pobreza e a falta de alimentos eram problemas preocupantes, com a abundância e variedade do Regime Democrático (1975-2021). Estas mudanças sinalizam também as grandes reconfigurações sociais, entretanto, ocorridas. Porém, existem agora problemas muito sérios, como, por exemplo, o distanciamento do padrão alimentar tradicional português, referente à saudável Dieta Mediterrânica, entre outros.