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Destacando alguns momentos do meio século de escrita dos Cahiers de Paul Valéry, será possível observar como um conceito estético oriundo da música – a modulação – é transformado pelo poeta francês, sendo empregado já nos manuscritos da Introdução ao Método de Leonardo da Vinci para refletir sobre o olhar, a figura e o desenho. Com efeito, ao ser deslocada do universo musical para a artes plásticas, a ideia de modulação deixará de ser pensada como uma transição sucessiva entre tons de diferentes partes de uma obra para ser concebida como passagem hesitante, sucessiva e simultânea, entre múltiplas camadas heterogêneas da experiência estética. Desse modo, o ato de modular abrirá um campo de reverberações entre as diferentes artes no interior do qual o conceito de forma, longe de ser definido pela purificação analítica dos componentes elementares de um meio, suporte ou área de competência estética, refina-se nas hesitações e intervalos entre diferentes práticas e materiais artísticos. Assim, o diálogo entre o conceito valeryano de modulação e a artes plásticas poderá também precisar aspectos importantes do formalismo poético atribuído a Valéry.