D. Leite, Perla Suely Gaia Raniéri Queiroz, André Luís Queiroz, Ingrid Magali de Souza Pimentel
{"title":"母亲对儿童保健方案服务的了解","authors":"D. Leite, Perla Suely Gaia Raniéri Queiroz, André Luís Queiroz, Ingrid Magali de Souza Pimentel","doi":"10.14295/jmphc.v11isup.711","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A saúde da criança representa um campo prioritário dentro dos cuidados à saúde das populações. Para que essa se desenvolva de forma mais efetiva e eficiente, além do conhecimento sobre as características relacionadas à morbimortalidade, tais como aspectos biológicos, demográficos e socioeconômicos, é importante salientar o papel que desempenham os serviços e o sistema de saúde. Problemas no cumprimento de normas técnicas por parte dos profissionais, no relacionamento entre profissional paciente e familiares, falta de equipamentos e outros insumos, deficiências na notificação de dados e dificuldades no processo de trabalho dos profissionais, são aspectos decisivos para uma adequada atenção à saúde. Dessa forma, a pesquisa tem o objetivo de conhecer a compreensão de mães sobre os serviços oferecidos pelo programa saúde da criança visando à construção de uma tecnologia educativa. Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, de natureza aplicada, com abordagem qualitativa com a utilização de uma entrevista semi-estruturada. A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde Cidade Nova VI (UBS CN VI), situada na Cidade Nova VI (CN VI), em Ananindeua no Estado do Pará. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará sob o número CAAE: 53934016.9.0000.5171. Participaram da pesquisa 20 mães que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e realizaram acompanhamento pré-natal na UBS CN VI no ano de 2016 e que retornaram à unidade juntamente com seus bebês para realização de consulta médica e ou de enfermagem visando o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Como critério de seleção da amostra foi utilizado o critério de saturação das informações. A obtenção dos dados foi realizada no período de Junho à Agosto de 2016 durante a consulta de enfermagem. “Não sei muito bem o que é, mas deve ser algum programa de prevenção, alguma coisa de cuidado com a criança pequena. (P.18). “É saúde para nossos filhos, ajuda a evitar certas doença porque a gente tem que cuidar bem das criança como falam para gente nas consultas do posto!” (P.19). As falas demonstram que as mães exaltam a relevância dos atendimentos previstos pelo programa saúde da criança na condução dos cuidados a essa fase da vida. As mães acreditam que ao realizarem as ações do programa estão efetivamente cuidando da saúde dos bebês. “Eu tenho muitas dúvidas sobre os atendimento no posto, sobre as vacinas quando a gente tem que fazer, os exames que a criança tem que fazer. Sabe como é né, é difícil para nós gravar todas aquelas datas das vacinas”. (P.1). “Tenho bastante dúvidas porque é o meu primeiro filho. Eu tenho dúvidas sobre as vacinas se a criança pode fazer quando está doente”. (P.3). “Período ideal? Sei o que fica marcado na carteira, como por exemplo as vacinas, o resto eu não sei não. Os exames eu sei que tem período melhor para fazer, mas não sei direito quando é”. (P.2) O cuidado prestado à criança tem o propósito de promoção de saúde através de ações prioritárias de vigilância e do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil. Por isso, é fundamental que a família seja cercada de todas as condições necessárias para a prestação do cuidado. Nessa perspectiva, observamos que diversos fatores contribuem para que os cuidados pertinentes à atenção integral a criança não sejam realizados da forma como são preconizados. Ficou evidente que todas as mães entrevistadas apresentavam conhecimento sobre o programa e que o relacionavam ao cuidado com a saúde dos bebês por meio da realização de uma série de serviços. As mães ressaltaram dentre desses cuidados os seguintes serviços: imunização, consultas, aleitamento materno exclusivo e exames com destaque para o teste do pezinho, o teste do reflexo vermelho e a triagem auditiva neonatal. Também ressaltaram que esses cuidados tem importante função preventiva colaborando para a manutenção da saúde infantil. Ficou notório, que existem barreiras de comunicação entre os profissionais de saúde e as mães e que o baixo nível de escolaridade é um fator que tem importante contribuição para o aumento desses obstáculos. A despeito das estratégias citadas pelas mães para o cumprimento das ações do programa, uma minoria das mulheres referiu que aguardava as consultas na tentativa de buscar esclarecimento de dúvidas sobre quando e quais serviços deveriam ser realizados. Ainda assim, devemos ressaltar que muitos profissionais realizam consultas rápidas focalizando o atendimento apenas na doença e dessa forma perdem a oportunidade de fornecer informações relevantes às mães durante as consultas ou visitas domiciliares deixando essas mulheres em uma atmosfera de dúvidas cuja a tendência é só aumentar caso não sejam esclarecidas corretamente. Ainda no tocante as dúvidas das mães, muitas entrevistadas relataram que o excesso de informações e serviços do programa acaba sendo um fator que dificulta a compreensão, memorização e a realização dos serviços. Esses dados apontam que o profissional de saúde deve criar mecanismos que favoreçam a aprendizagem e esses mecanismos devem acompanhar as novas tecnologias em saúde visando alcançar resultados positivos na melhor compreensão e adesão das mães no atendimento da criança conforme o preconizado pelo Ministério da Saúde. É fundamental ainda, que os profissionais de saúde utilizem e valorizem os instrumentos de monitoramento em saúde existentes, dentre os quais destacamos a caderneta de saúde da criança. É essencial também, que esses profissionais em especial o enfermeiro utilizem ferramentas pedagógicas que privilegiem as mães como protagonistas no processo de construção do cuidado. É necessário que esses profissionais desenvolvam novas formas de educação em saúde que se tornem mais interessantes aos usuários, como por exemplo as novas tecnologias de educação em saúde das quais destacamos as rodas de conversa, os jogos educativos e os aplicativos de celular. Metodologias pedagógicas que rompam com o padrão biomédico e que estejam em consonância com o mundo contemporâneo que traz o paciente como personagem principal do novo modelo de saúde.","PeriodicalId":358918,"journal":{"name":"JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750","volume":"37 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"A compreensão de mães sobre os serviços do programa saúde da criança\",\"authors\":\"D. Leite, Perla Suely Gaia Raniéri Queiroz, André Luís Queiroz, Ingrid Magali de Souza Pimentel\",\"doi\":\"10.14295/jmphc.v11isup.711\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A saúde da criança representa um campo prioritário dentro dos cuidados à saúde das populações. 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A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde Cidade Nova VI (UBS CN VI), situada na Cidade Nova VI (CN VI), em Ananindeua no Estado do Pará. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará sob o número CAAE: 53934016.9.0000.5171. Participaram da pesquisa 20 mães que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e realizaram acompanhamento pré-natal na UBS CN VI no ano de 2016 e que retornaram à unidade juntamente com seus bebês para realização de consulta médica e ou de enfermagem visando o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Como critério de seleção da amostra foi utilizado o critério de saturação das informações. A obtenção dos dados foi realizada no período de Junho à Agosto de 2016 durante a consulta de enfermagem. “Não sei muito bem o que é, mas deve ser algum programa de prevenção, alguma coisa de cuidado com a criança pequena. (P.18). “É saúde para nossos filhos, ajuda a evitar certas doença porque a gente tem que cuidar bem das criança como falam para gente nas consultas do posto!” (P.19). As falas demonstram que as mães exaltam a relevância dos atendimentos previstos pelo programa saúde da criança na condução dos cuidados a essa fase da vida. As mães acreditam que ao realizarem as ações do programa estão efetivamente cuidando da saúde dos bebês. “Eu tenho muitas dúvidas sobre os atendimento no posto, sobre as vacinas quando a gente tem que fazer, os exames que a criança tem que fazer. Sabe como é né, é difícil para nós gravar todas aquelas datas das vacinas”. (P.1). “Tenho bastante dúvidas porque é o meu primeiro filho. Eu tenho dúvidas sobre as vacinas se a criança pode fazer quando está doente”. (P.3). “Período ideal? Sei o que fica marcado na carteira, como por exemplo as vacinas, o resto eu não sei não. Os exames eu sei que tem período melhor para fazer, mas não sei direito quando é”. (P.2) O cuidado prestado à criança tem o propósito de promoção de saúde através de ações prioritárias de vigilância e do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil. Por isso, é fundamental que a família seja cercada de todas as condições necessárias para a prestação do cuidado. Nessa perspectiva, observamos que diversos fatores contribuem para que os cuidados pertinentes à atenção integral a criança não sejam realizados da forma como são preconizados. Ficou evidente que todas as mães entrevistadas apresentavam conhecimento sobre o programa e que o relacionavam ao cuidado com a saúde dos bebês por meio da realização de uma série de serviços. As mães ressaltaram dentre desses cuidados os seguintes serviços: imunização, consultas, aleitamento materno exclusivo e exames com destaque para o teste do pezinho, o teste do reflexo vermelho e a triagem auditiva neonatal. Também ressaltaram que esses cuidados tem importante função preventiva colaborando para a manutenção da saúde infantil. Ficou notório, que existem barreiras de comunicação entre os profissionais de saúde e as mães e que o baixo nível de escolaridade é um fator que tem importante contribuição para o aumento desses obstáculos. A despeito das estratégias citadas pelas mães para o cumprimento das ações do programa, uma minoria das mulheres referiu que aguardava as consultas na tentativa de buscar esclarecimento de dúvidas sobre quando e quais serviços deveriam ser realizados. Ainda assim, devemos ressaltar que muitos profissionais realizam consultas rápidas focalizando o atendimento apenas na doença e dessa forma perdem a oportunidade de fornecer informações relevantes às mães durante as consultas ou visitas domiciliares deixando essas mulheres em uma atmosfera de dúvidas cuja a tendência é só aumentar caso não sejam esclarecidas corretamente. 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摘要
儿童健康是人口保健中的一个优先领域。为了更有效和高效地开展这项工作,除了了解与发病率和死亡率有关的生物学、人口和社会经济方面的特征外,还必须强调服务和卫生系统所发挥的作用。专业人员在遵守技术标准方面的问题、专业病人与家属之间的关系、缺乏设备和其他投入、数据报告方面的不足以及专业人员工作过程中的困难,都是适当保健的关键方面。因此,本研究旨在了解母亲对儿童健康计划提供的服务的理解,旨在建立一种教育技术。这是一项实地研究,探索性的,应用性质的,采用半结构化访谈的定性方法。这项调查是在位于para州阿纳南杜瓦市新城六(新城六)的新城六基本保健单位进行的。该研究得到了Santa Casa de misericordia do para基金会研究伦理委员会的批准,CAAE编号为53934016.9.0000.5171。参加调查的20位签署了自由和知情同意的同时产前监测在瑞银在2016年看到陆和孩子在一起,回到单位的咨询医生和护理或监测儿童生长和发育。样本的选择标准是信息饱和标准。数据收集时间为2016年6月至8月的护理会诊期间。“我不知道这是什么,但一定是一些预防项目,一些照顾小孩的项目。(18)。“这对我们的孩子来说是健康的,有助于避免某些疾病,因为我们必须照顾好孩子,就像他们在办公室咨询时告诉我们的那样!””(条件)。演讲表明,母亲们强调了saude da crianca计划提供的护理在这一生命阶段的重要性。母亲们认为,通过实施该计划的行动,她们实际上是在照顾婴儿的健康。“我对诊所的护理有很多疑问,对我们必须接种的疫苗有很多疑问,对孩子必须做的检查有很多疑问。你知道它是怎么出生的,我们很难记录所有的疫苗接种日期。”(第1页)。“我很怀疑,因为这是我的第一个孩子。我怀疑孩子生病时是否能接种疫苗。”(3)。“理想的时期?我知道钱包上的标记,比如疫苗,其他的我不知道。我知道考试还有更好的时间,但我不知道是什么时候。”(P.2)儿童保育的目的是通过监测和监测儿童生长和发育的优先行动来促进健康。因此,至关重要的是,家庭周围要有提供照顾的所有必要条件。从这个角度来看,我们注意到有几个因素导致对儿童的全面护理没有按照建议的方式进行。很明显,所有接受采访的母亲都对该方案有了解,并通过执行一系列服务将其与婴儿保健联系起来。在这些护理中,母亲们强调了以下服务:免疫、咨询、纯母乳喂养和检查,重点是脚部测试、红色反射测试和新生儿听力筛查。他们还强调,这种护理具有重要的预防功能,有助于维护儿童健康。众所周知,保健专业人员和母亲之间存在沟通障碍,教育水平低是造成这些障碍增加的一个重要因素。尽管母亲们提到了实现方案行动的战略,但少数妇女表示,她们正在等待协商,试图澄清关于何时和应提供何种服务的疑问。还是应该先说很多专家进行快速跟踪医疗品质只有在磋商病就这样失去机会提供相关信息在磋商中,母亲或家访让这些女人在大气层充满疑惑,只是增加的趋势如果昨天不正确。 关于母亲们的怀疑,许多受访者报告说,过多的信息和项目服务最终成为阻碍理解、记忆和实现服务的因素。这些数据表明,保健专业人员应建立促进学习的机制,这些机制应遵循新的保健技术,以便按照卫生部的建议,在更好地了解和坚持母亲照顾儿童方面取得积极成果。卫生专业人员还必须利用和重视现有的健康监测工具,其中我们强调儿童健康手册。同样重要的是,这些专业人员,特别是护士,使用教学工具,使母亲在护理建设过程中成为主角。这些专业人员有必要开发新的健康教育形式,使用户更感兴趣,如新的健康教育技术,其中我们强调对话轮,教育游戏和移动应用程序。打破生物医学标准并符合当代世界的教学方法,将病人作为新的健康模式的主要特征。
A compreensão de mães sobre os serviços do programa saúde da criança
A saúde da criança representa um campo prioritário dentro dos cuidados à saúde das populações. Para que essa se desenvolva de forma mais efetiva e eficiente, além do conhecimento sobre as características relacionadas à morbimortalidade, tais como aspectos biológicos, demográficos e socioeconômicos, é importante salientar o papel que desempenham os serviços e o sistema de saúde. Problemas no cumprimento de normas técnicas por parte dos profissionais, no relacionamento entre profissional paciente e familiares, falta de equipamentos e outros insumos, deficiências na notificação de dados e dificuldades no processo de trabalho dos profissionais, são aspectos decisivos para uma adequada atenção à saúde. Dessa forma, a pesquisa tem o objetivo de conhecer a compreensão de mães sobre os serviços oferecidos pelo programa saúde da criança visando à construção de uma tecnologia educativa. Trata-se de uma pesquisa de campo, exploratória, de natureza aplicada, com abordagem qualitativa com a utilização de uma entrevista semi-estruturada. A pesquisa foi realizada na Unidade Básica de Saúde Cidade Nova VI (UBS CN VI), situada na Cidade Nova VI (CN VI), em Ananindeua no Estado do Pará. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará sob o número CAAE: 53934016.9.0000.5171. Participaram da pesquisa 20 mães que assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e realizaram acompanhamento pré-natal na UBS CN VI no ano de 2016 e que retornaram à unidade juntamente com seus bebês para realização de consulta médica e ou de enfermagem visando o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento infantil. Como critério de seleção da amostra foi utilizado o critério de saturação das informações. A obtenção dos dados foi realizada no período de Junho à Agosto de 2016 durante a consulta de enfermagem. “Não sei muito bem o que é, mas deve ser algum programa de prevenção, alguma coisa de cuidado com a criança pequena. (P.18). “É saúde para nossos filhos, ajuda a evitar certas doença porque a gente tem que cuidar bem das criança como falam para gente nas consultas do posto!” (P.19). As falas demonstram que as mães exaltam a relevância dos atendimentos previstos pelo programa saúde da criança na condução dos cuidados a essa fase da vida. As mães acreditam que ao realizarem as ações do programa estão efetivamente cuidando da saúde dos bebês. “Eu tenho muitas dúvidas sobre os atendimento no posto, sobre as vacinas quando a gente tem que fazer, os exames que a criança tem que fazer. Sabe como é né, é difícil para nós gravar todas aquelas datas das vacinas”. (P.1). “Tenho bastante dúvidas porque é o meu primeiro filho. Eu tenho dúvidas sobre as vacinas se a criança pode fazer quando está doente”. (P.3). “Período ideal? Sei o que fica marcado na carteira, como por exemplo as vacinas, o resto eu não sei não. Os exames eu sei que tem período melhor para fazer, mas não sei direito quando é”. (P.2) O cuidado prestado à criança tem o propósito de promoção de saúde através de ações prioritárias de vigilância e do acompanhamento do crescimento e do desenvolvimento infantil. Por isso, é fundamental que a família seja cercada de todas as condições necessárias para a prestação do cuidado. Nessa perspectiva, observamos que diversos fatores contribuem para que os cuidados pertinentes à atenção integral a criança não sejam realizados da forma como são preconizados. Ficou evidente que todas as mães entrevistadas apresentavam conhecimento sobre o programa e que o relacionavam ao cuidado com a saúde dos bebês por meio da realização de uma série de serviços. As mães ressaltaram dentre desses cuidados os seguintes serviços: imunização, consultas, aleitamento materno exclusivo e exames com destaque para o teste do pezinho, o teste do reflexo vermelho e a triagem auditiva neonatal. Também ressaltaram que esses cuidados tem importante função preventiva colaborando para a manutenção da saúde infantil. Ficou notório, que existem barreiras de comunicação entre os profissionais de saúde e as mães e que o baixo nível de escolaridade é um fator que tem importante contribuição para o aumento desses obstáculos. A despeito das estratégias citadas pelas mães para o cumprimento das ações do programa, uma minoria das mulheres referiu que aguardava as consultas na tentativa de buscar esclarecimento de dúvidas sobre quando e quais serviços deveriam ser realizados. Ainda assim, devemos ressaltar que muitos profissionais realizam consultas rápidas focalizando o atendimento apenas na doença e dessa forma perdem a oportunidade de fornecer informações relevantes às mães durante as consultas ou visitas domiciliares deixando essas mulheres em uma atmosfera de dúvidas cuja a tendência é só aumentar caso não sejam esclarecidas corretamente. Ainda no tocante as dúvidas das mães, muitas entrevistadas relataram que o excesso de informações e serviços do programa acaba sendo um fator que dificulta a compreensão, memorização e a realização dos serviços. Esses dados apontam que o profissional de saúde deve criar mecanismos que favoreçam a aprendizagem e esses mecanismos devem acompanhar as novas tecnologias em saúde visando alcançar resultados positivos na melhor compreensão e adesão das mães no atendimento da criança conforme o preconizado pelo Ministério da Saúde. É fundamental ainda, que os profissionais de saúde utilizem e valorizem os instrumentos de monitoramento em saúde existentes, dentre os quais destacamos a caderneta de saúde da criança. É essencial também, que esses profissionais em especial o enfermeiro utilizem ferramentas pedagógicas que privilegiem as mães como protagonistas no processo de construção do cuidado. É necessário que esses profissionais desenvolvam novas formas de educação em saúde que se tornem mais interessantes aos usuários, como por exemplo as novas tecnologias de educação em saúde das quais destacamos as rodas de conversa, os jogos educativos e os aplicativos de celular. Metodologias pedagógicas que rompam com o padrão biomédico e que estejam em consonância com o mundo contemporâneo que traz o paciente como personagem principal do novo modelo de saúde.