{"title":"单一卫生系统肿瘤三级护理的保健费用","authors":"Simone Costa Banna, J. Bulgarelli","doi":"10.14295/jmphc.v12.1064","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Estudos na literatura revelam que o acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer no Brasil é marcado pelas imensas desigualdades de oferta da assistência especializada, demora no diagnóstico e início do tratamento. Em relação à atenção terciária, a concentração dos recursos diagnósticos e terapêuticos, desejável para garantir maiores volumes e melhor qualidade do atendimento, muitas vezes impõem extensos deslocamentos a uma parcela considerável da população, sendo que, serviços especializados de cirurgia, radioterapia e quimioterapia estão concentrados nas cidades grandes, fazendo com que esta proporção considerável de pacientes que moram distantes desses serviços, estejam suscetíveis a uma menor sobrevida. O diagnóstico tardio revela a carência na quantidade e qualidade de serviços oncológicos fora das grandes capitais, assim como a baixa capacitação profissional na atenção oncológica, a incapacidade das unidades de saúde em absorver a demanda e as dificuldades dos gestores municipais e estaduais em definir e estabelecer um fluxo nos diversos níveis assistenciais. Em um país com as dimensões do Brasil, a distribuição desigual da população e dos serviços de saúde no território marca um desafio a ser enfrentado. Garantir o acesso da população aos diferentes níveis assistenciais é um dos sentidos atribuídos à integralidade através do artigo 196 da Constituição de 1988, que trata a saúde como direito de todos e dever do Estado, mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos. Conforme os termos do artigo 195, os custos de cuidados com a saúde devem ser realizados através de recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. A vigente Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer (Portaria 874/2013- GM/MS) busca contemplar em todas as unidades federadas ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, e apresenta a necessidade do cuidado integral ao usuário na Rede de Atenção à Saúde e estabelece que o tratamento do câncer seja realizado em estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) de forma regionalizada e descentralizada, atuando de forma organizada e articulada com o Ministério da Saúde (MS) e com as Secretarias de Saúde dos estados e municípios. Desta forma, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) que atua como órgão técnico e normativo do Ministério da Saúde (MS) no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e controle do câncer no Brasil estimou no biênio 2019--2020, o surgimento de aproximadamente 600 mil novos casos de câncer no país, com exceção do câncer de pele não melanoma. Sendo que os tipos de câncer mais incidentes em homens serão próstata (31,7%), pulmão (8,7%), intestino (8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral (5,2%) e nas mulheres os com maior incidência serão os cânceres de mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireóide (4,0%). Em 2017, o custo total com tratamento de câncer no Brasil, foi de R$ 4,5 bilhões, sendo 48% deste valor destinado à quimioterapia, 10%, radioterapia e 7% na hormonioterapia. Os gastos com esses tratamentos totalizaram R$ 2,9 bilhões neste ano, enquanto procedimentos hospitalares chegaram a R$ 1,1 bilhão, representando 25% das despesas. No ano de 2018, R$ 4,6 bilhões, sendo que quimioterapia representou 49% das despesas, enquanto radioterapia e hormonioterapia ficaram responsáveis por 10% e 6% dos gastos, respectivamente. Os procedimentos hospitalares continuaram a representar 25% das despesas. Através de estatísticas do DATASUS nos anos de 2017 e 2018, foi estimado que cada paciente de câncer custou, em média, cerca de R$ 9 mil por ano para o sistema de saúde público brasileiro (R$ 9.107 em 2017 e R$ 9.157 em 2018). Com relação aos procedimentos realizados no SUS, observa-se um crescimento contínuo na quantidade de procedimentos de radioterapia, cirurgia e, principalmente, quimioterapia realizados nos últimos cinco anos. Isto indica que o uso dos serviços de saúde voltados para o tratamento de neoplasias vem aumentando no País com consequente aumento de custos associados. Investigar os custos de cuidados de saúde no SUS destinados para a atenção terciária em oncologia. Foi realizado uma revisão integrativa utilizando as bases de dados BVS, PubMed, Web of Science e Scopus, norteado com a pergunta de pesquisa: “O que os estudos na literatura destacam sobre os custos de cuidados de saúde no SUS destinados a atenção terciária em oncologia?”. A sintaxe utilizada para as bases de dados foi: (\"Cost allocation\" OR \"Cost control\" OR \"Costs and cost analysis\" OR \"Health care costs\" OR \"Hospital costs\") AND (\"Oncology\" OR \"Cancer institutes\" OR \"Hospital service of Oncology\") AND (\"Outpatient care\" OR \"Tertiary health care\" OR \"Third level of health care\" OR \"Unified health system\"). O total de estudos identificados nas bases de dados BVS, PubMed, Web of Science e Scopus, foram 59 estudos, 8 estudos no Google acadêmico, totalizando 67 estudos. Foram excluídos 3 duplicatas e 1 assunto diferente do artigo em estudo e 31 estudos excluídos após a leitura de títulos e resumos. Realizada a leitura na íntegra de 32 estudos e selecionados 9 estudos para inclusão na revisão. A garantia da integralidade da saúde e da aplicabilidade correta dos recursos destinados para a atenção terciária no SUS necessita de uma gestão eficiente assim como de estratégias advindas da economia da saúde para que pacientes oncológicos em tratamento possam ter acesso digno, eficiente e de qualidade, adequado às condições de vida destas pessoas, considerando sua região, condição econômica e estágio da doença.","PeriodicalId":358918,"journal":{"name":"JMPHC | Journal of Management & Primary Health Care | ISSN 2179-6750","volume":"17 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-05-25","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Custos de cuidados de saúde no SUS na atenção terciária em oncologia\",\"authors\":\"Simone Costa Banna, J. 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Isto indica que o uso dos serviços de saúde voltados para o tratamento de neoplasias vem aumentando no País com consequente aumento de custos associados. Investigar os custos de cuidados de saúde no SUS destinados para a atenção terciária em oncologia. Foi realizado uma revisão integrativa utilizando as bases de dados BVS, PubMed, Web of Science e Scopus, norteado com a pergunta de pesquisa: “O que os estudos na literatura destacam sobre os custos de cuidados de saúde no SUS destinados a atenção terciária em oncologia?”. A sintaxe utilizada para as bases de dados foi: (\\\"Cost allocation\\\" OR \\\"Cost control\\\" OR \\\"Costs and cost analysis\\\" OR \\\"Health care costs\\\" OR \\\"Hospital costs\\\") AND (\\\"Oncology\\\" OR \\\"Cancer institutes\\\" OR \\\"Hospital service of Oncology\\\") AND (\\\"Outpatient care\\\" OR \\\"Tertiary health care\\\" OR \\\"Third level of health care\\\" OR \\\"Unified health system\\\"). 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摘要
文献研究表明,在巴西,获得癌症诊断和治疗的机会在提供专门援助、诊断和开始治疗方面存在巨大的不平等。三级的注意,理想的诊断和治疗浓度的资源,以确保最大最好的品质和服务,通常需要大量流离失所人口相当大的比例,专业服务的手术,放疗和化疗都集中在大城市,让遥远的病人住的服务这相当大的比重,可能会降低存活率。诊断显示缺乏在服务癌症远离大资本的数量和质量,以及低专业培训在注意着残疾的医疗单位中对州和市政管理困难和需求定义和建立流在不同等级秩序。在一个像巴西这么大的国家,人口和保健服务的不平等分布是一个需要面对的挑战。确保人口获得不同等级秩序是一个感官的同时在整个1988年通过宪法第196条,内容健康,国家所有人的权利和职责,在经济和社会政策旨在减少和其他受疾病的风险。根据第195条的规定,保健费用必须通过社会保障预算、联邦、州、联邦区和市政府以及其他来源的资源来支付。现行的国家癌症预防和控制政策(第874/2013号法令- GM/MS)寻求在所有联邦单位采取促进、预防、诊断、治疗、康复和姑息治疗的行动用户并提交完整的需要小心注意健康和说明网络进行癌症治疗的医疗机构护理能真正作为一个单元的高复杂性的肿瘤学(Unacon)或在肿瘤治疗中护理中心的高复杂性(Cacon)地区化的方式和团结的组织形式和运作方式,结合卫生部(MS)和卫生部门的国家和城市。这样,国家癌症研究所(印加)作用的立法技术和卫生部(MS)和整体的协调发展为癌症预防和控制巴西估计在2019 - -2020,大约60万新病例的出现在国家癌症,除了皮肤癌黑色素瘤。男性癌症发病率最高的是前列腺(31.7%)、肺(8.7%)、肠(8.1%)、胃(6.3%)和口腔(5.2%),女性癌症发病率最高的是乳腺癌(29.5%)、肠(9.4%)、宫颈癌(8.1%)、肺(6.2%)和甲状腺(4.0%)。2017年,巴西癌症治疗的总成本为45亿雷亚尔,其中48%用于化疗,10%用于放疗,7%用于激素治疗。今年用于这些治疗的支出总额为29亿雷亚尔,而医院手术支出达到11亿雷亚尔,占支出的25%。2018年,46亿雷亚尔,化疗占支出的49%,放疗和激素治疗分别占支出的10%和6%。医院程序继续占支出的25%。通过2017年和2018年DATASUS的统计数据,估计每个癌症患者每年向巴西公共卫生系统花费约9000雷亚尔(2017年为9107雷亚尔,2018年为9157雷亚尔)。关于在SUS中进行的手术,在过去五年中,放射治疗、手术,特别是化疗的数量持续增长。这表明,在该国,以肿瘤治疗为重点的保健服务的使用正在增加,从而增加了相关费用。调查单一卫生系统肿瘤三级护理的医疗费用。利用BVS、PubMed、Web of Science和Scopus数据库进行了一项综合综述,并以研究问题为指导:“文献中关于肿瘤三级护理SUS的医疗成本的研究强调了什么?”
Custos de cuidados de saúde no SUS na atenção terciária em oncologia
Estudos na literatura revelam que o acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer no Brasil é marcado pelas imensas desigualdades de oferta da assistência especializada, demora no diagnóstico e início do tratamento. Em relação à atenção terciária, a concentração dos recursos diagnósticos e terapêuticos, desejável para garantir maiores volumes e melhor qualidade do atendimento, muitas vezes impõem extensos deslocamentos a uma parcela considerável da população, sendo que, serviços especializados de cirurgia, radioterapia e quimioterapia estão concentrados nas cidades grandes, fazendo com que esta proporção considerável de pacientes que moram distantes desses serviços, estejam suscetíveis a uma menor sobrevida. O diagnóstico tardio revela a carência na quantidade e qualidade de serviços oncológicos fora das grandes capitais, assim como a baixa capacitação profissional na atenção oncológica, a incapacidade das unidades de saúde em absorver a demanda e as dificuldades dos gestores municipais e estaduais em definir e estabelecer um fluxo nos diversos níveis assistenciais. Em um país com as dimensões do Brasil, a distribuição desigual da população e dos serviços de saúde no território marca um desafio a ser enfrentado. Garantir o acesso da população aos diferentes níveis assistenciais é um dos sentidos atribuídos à integralidade através do artigo 196 da Constituição de 1988, que trata a saúde como direito de todos e dever do Estado, mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos. Conforme os termos do artigo 195, os custos de cuidados com a saúde devem ser realizados através de recursos do orçamento da seguridade social, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, além de outras fontes. A vigente Política Nacional para a Prevenção e Controle do Câncer (Portaria 874/2013- GM/MS) busca contemplar em todas as unidades federadas ações de promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação e cuidados paliativos, e apresenta a necessidade do cuidado integral ao usuário na Rede de Atenção à Saúde e estabelece que o tratamento do câncer seja realizado em estabelecimentos de saúde habilitados como Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou como Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) de forma regionalizada e descentralizada, atuando de forma organizada e articulada com o Ministério da Saúde (MS) e com as Secretarias de Saúde dos estados e municípios. Desta forma, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) que atua como órgão técnico e normativo do Ministério da Saúde (MS) no desenvolvimento e coordenação das ações integradas para a prevenção e controle do câncer no Brasil estimou no biênio 2019--2020, o surgimento de aproximadamente 600 mil novos casos de câncer no país, com exceção do câncer de pele não melanoma. Sendo que os tipos de câncer mais incidentes em homens serão próstata (31,7%), pulmão (8,7%), intestino (8,1%), estômago (6,3%) e cavidade oral (5,2%) e nas mulheres os com maior incidência serão os cânceres de mama (29,5%), intestino (9,4%), colo do útero (8,1%), pulmão (6,2%) e tireóide (4,0%). Em 2017, o custo total com tratamento de câncer no Brasil, foi de R$ 4,5 bilhões, sendo 48% deste valor destinado à quimioterapia, 10%, radioterapia e 7% na hormonioterapia. Os gastos com esses tratamentos totalizaram R$ 2,9 bilhões neste ano, enquanto procedimentos hospitalares chegaram a R$ 1,1 bilhão, representando 25% das despesas. No ano de 2018, R$ 4,6 bilhões, sendo que quimioterapia representou 49% das despesas, enquanto radioterapia e hormonioterapia ficaram responsáveis por 10% e 6% dos gastos, respectivamente. Os procedimentos hospitalares continuaram a representar 25% das despesas. Através de estatísticas do DATASUS nos anos de 2017 e 2018, foi estimado que cada paciente de câncer custou, em média, cerca de R$ 9 mil por ano para o sistema de saúde público brasileiro (R$ 9.107 em 2017 e R$ 9.157 em 2018). Com relação aos procedimentos realizados no SUS, observa-se um crescimento contínuo na quantidade de procedimentos de radioterapia, cirurgia e, principalmente, quimioterapia realizados nos últimos cinco anos. Isto indica que o uso dos serviços de saúde voltados para o tratamento de neoplasias vem aumentando no País com consequente aumento de custos associados. Investigar os custos de cuidados de saúde no SUS destinados para a atenção terciária em oncologia. Foi realizado uma revisão integrativa utilizando as bases de dados BVS, PubMed, Web of Science e Scopus, norteado com a pergunta de pesquisa: “O que os estudos na literatura destacam sobre os custos de cuidados de saúde no SUS destinados a atenção terciária em oncologia?”. A sintaxe utilizada para as bases de dados foi: ("Cost allocation" OR "Cost control" OR "Costs and cost analysis" OR "Health care costs" OR "Hospital costs") AND ("Oncology" OR "Cancer institutes" OR "Hospital service of Oncology") AND ("Outpatient care" OR "Tertiary health care" OR "Third level of health care" OR "Unified health system"). O total de estudos identificados nas bases de dados BVS, PubMed, Web of Science e Scopus, foram 59 estudos, 8 estudos no Google acadêmico, totalizando 67 estudos. Foram excluídos 3 duplicatas e 1 assunto diferente do artigo em estudo e 31 estudos excluídos após a leitura de títulos e resumos. Realizada a leitura na íntegra de 32 estudos e selecionados 9 estudos para inclusão na revisão. A garantia da integralidade da saúde e da aplicabilidade correta dos recursos destinados para a atenção terciária no SUS necessita de uma gestão eficiente assim como de estratégias advindas da economia da saúde para que pacientes oncológicos em tratamento possam ter acesso digno, eficiente e de qualidade, adequado às condições de vida destas pessoas, considerando sua região, condição econômica e estágio da doença.