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Traduzir a Bíblia: “...a impossibilidade de dizer”
Desde São Jerónimo que a Bíblia Hebraica, ou partes dela, foi traduzida em quase dois mil idiomas e, em algumas línguas, a tradução prolifera em dezenas de versões. Esta realidade permitiu um acesso quase universal ao texto, porém estabelecendo, em muitos casos, uma distância tremenda com a língua original, as suas características e tonalidades e a verdade do seu dizer. Se existe algo de positivo neste movimento recente ele parece situar-se apenas na diversidade dos vários contributos de conhecimento para a compreensão do texto bíblico e do seu significado que ele permitiu. O debate recente obriga a que estes contributos se entendam como porções diferentes de uma verdade indizível; que resultam de diferentes métodos de tradução, que alguns acusam ser responsáveis por mudar o verdadeiro rosto das próprias Escrituras. Este artigo procura rever este debate procurando situar as fragilidades das tentativas literais e das que arriscam oferecer um lugar ao sentido, defendendo que estas duas tentativas, embora opostas, têm trabalhado uma confluência construtiva. Os desafios persistem e são, por vezes insuperáveis, mas o caminho permanece aberto nas perspetivas e as opções atuais.