当前的教育政策和人的形成

R. C. L. Andrade, Tânia Mara Rezende Machado, Suzane da Rocha Vieira Gonçalves, Viviani Fernanda Hojas
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Com efeito, nem todas e todos que frequentam ou frequentaram a escola sabem de seu potencial humanizador. A grande maioria das pessoas não tem elementos para identificar que a educação que se faz nessa instituição social pode e deve contribuir para a humanização. Não identifica, por exemplo, que a organização do tempo e do espaço escolar, assim como a escolha e organização dos conteúdos, das metodologias de ensino, dos instrumentos e formas de avaliação, das referências teóricas e os tipos de relações interpessoais estabelecidas são elementos de uma cultura escolar que pode estar a serviço da humanização ou da desumanização. Educar é, portanto, escolher a que projeto de sociedade se quer servir. Há que se fazer escolhas, há que se tomar partido, há que se manifestar intencionalidades! Não se forma homens-bombas da mesma maneira que se forma homens que cultivam éticas e estéticas voltadas à defesa da vida, da paz, do respeito à diversidade, da alteridade e da utopia. A temática proposta neste Dossiê – “Políticas Educacionais e Formação Humana” –, assim como em outros que vêm sendo organizados por todo o país, não foi escolhida de forma aleatória. Tal escolha levou em conta a necessidade de refletirmos, coletivamente e com base em diferentes olhares, sobre a conjuntura atual brasileira e, mais detidamente, sobre questões ligadas ao campo educacional. Durante a campanha eleitoral de 2018, alguns dos embates centrais se desenvolveram em torno da educação e, mesmo após a eleição, é ao redor dela que vem se dando grande parte dos movimentos políticos antagônicos constituintes do social. (LOPES, 2019). No interior dos embates travados, alguns aspectos chamam atenção como, por exemplo, as críticas dirigidas tanto à obra (cientificidade de seu “método de alfabetização”) quanto à pessoa (aparência física) de Paulo Freire, educador brasileiro conhecido internacionalmente por sua perspectiva de formação humana. 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摘要

为什么要让人人性化?为什么要要求一些在原则上听起来像重复的东西呢?为什么使人人性化不是一种冗余?为什么谴责不人道的教育和捍卫有助于形成人性化的人的教育是必要的?我们的目的不是回答这些问题,而是把它们放在屏幕上,以激发新的和不同的思考。我们认为,一个人必须多次出生:一个是生理上的,许多其他的是通过教育在文化上出生的。虽然从很小的时候就有可能确定形成的特征,但学校教育是人类形成的重要行动。事实上,并不是所有上过或曾经上过学校的人都知道它的人性化潜力。绝大多数人没有因素来确定在这个社会机构中进行的教育能够而且应该有助于人性化。不确定,例如,学校的时间和空间的组织、内容的选择和组织、教学方法、理论依据的评估工具和方法,和类型的人际关系都可能在学校文化的组成部分的人性化服务或非人性化的。因此,教育就是选择一个人想要服务的社会项目。我们必须做出选择,我们必须站在一边,我们必须表达我们的意图!炸弹人的形成方式与培养旨在捍卫生命、和平、尊重多样性、异质性和乌托邦的伦理和美学的人的形成方式不同。这份档案中提出的主题——“教育政策和人的形成”——以及全国各地正在组织的其他主题,并不是随机选择的。这一选择考虑到有必要根据不同的观点集体反思巴西目前的情况,更详细地反思与教育领域有关的问题。在2018年的竞选活动中,一些核心冲突是围绕教育发展起来的,甚至在选举之后,社会的大部分对立政治运动都是围绕教育发展起来的。(洛佩斯,2019)。在这些冲突中,一些方面引起了人们的注意,例如,对保罗·弗莱雷的工作(他的“识字方法”的科学性)和人(外表)的批评,保罗·弗莱雷是巴西教育家,以其对人类形成的观点而闻名。保罗弗莱雷所称的解放教育发生在受压迫的教育者意识到并认识到压迫者的那一刻,压迫者是主人
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AS POLÍTICAS EDUCACIONAIS ATUAIS E A (DE)FORMAÇÃO HUMANA
Por que desejar a humanização do homem? Por que pretender algo que em princípio soaria como um pleonasmo? Por que humanizar o homem não é uma redundância? Por que a denúncia de uma educação desumanizadora e a defesa de uma educação que contribua para formar o homem humanizado se fazem necessárias? Não é nosso intento responder tais questionamentos, mas sim colocá-los em tela para impulsionar novas e diferentes reflexões. Consideramos que ao homem cabe nascer muitas vezes: uma biologicamente e tantas outras culturalmente por meio da educação. Embora desde a mais tenra idade seja possível identificar traços formativos, a educação escolar se constitui em importante ação para a formação humana. Com efeito, nem todas e todos que frequentam ou frequentaram a escola sabem de seu potencial humanizador. A grande maioria das pessoas não tem elementos para identificar que a educação que se faz nessa instituição social pode e deve contribuir para a humanização. Não identifica, por exemplo, que a organização do tempo e do espaço escolar, assim como a escolha e organização dos conteúdos, das metodologias de ensino, dos instrumentos e formas de avaliação, das referências teóricas e os tipos de relações interpessoais estabelecidas são elementos de uma cultura escolar que pode estar a serviço da humanização ou da desumanização. Educar é, portanto, escolher a que projeto de sociedade se quer servir. Há que se fazer escolhas, há que se tomar partido, há que se manifestar intencionalidades! Não se forma homens-bombas da mesma maneira que se forma homens que cultivam éticas e estéticas voltadas à defesa da vida, da paz, do respeito à diversidade, da alteridade e da utopia. A temática proposta neste Dossiê – “Políticas Educacionais e Formação Humana” –, assim como em outros que vêm sendo organizados por todo o país, não foi escolhida de forma aleatória. Tal escolha levou em conta a necessidade de refletirmos, coletivamente e com base em diferentes olhares, sobre a conjuntura atual brasileira e, mais detidamente, sobre questões ligadas ao campo educacional. Durante a campanha eleitoral de 2018, alguns dos embates centrais se desenvolveram em torno da educação e, mesmo após a eleição, é ao redor dela que vem se dando grande parte dos movimentos políticos antagônicos constituintes do social. (LOPES, 2019). No interior dos embates travados, alguns aspectos chamam atenção como, por exemplo, as críticas dirigidas tanto à obra (cientificidade de seu “método de alfabetização”) quanto à pessoa (aparência física) de Paulo Freire, educador brasileiro conhecido internacionalmente por sua perspectiva de formação humana. A educação a que Paulo Freire denominou de libertadora ocorre a partir do momento em que o educador/educando oprimido se conscientiza e reconhece o opressor que hospeda, tor-
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