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Entre os anos de 2002 e 2005, o Complexo Penitenciário do Carandiru passou por um processo de desativação que terminou com a maioria de seus pavilhões implodidos. No mesmo terreno, a partir de 2003, iniciou-se a construção do Parque da Juventude, quando o espaço passou a ser reconfigurado e a sofrer mudanças radicais em sua paisagem. É a partir desse processo de reconfiguração, de substituição de uma composição espacial por outra completamente avessa, que este artigo pretende discutir a relação que hoje se estabelece entre o espaço e as pessoas que por ele transitam, se amparando na etnografia como metodologia e na criação de fotomontagens como um movimento epistemológico para se pensar essas múltiplas temporalidades. O que o artigo se propõe a analisar é, sob uma perspectiva antropológica, os arranjos e rearranjos da memória no contexto de apagamento do Carandiru.