{"title":"墙上的另一块砖:在处理机器学习系统时,我们作为意义创造者的自主权受到威胁","authors":"C. Leporace","doi":"10.51359/2357-9986.2022.252618","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A autonomia, tal como proposta pela abordagem enativa para a cognição, é a capacidade que os organismos vivos têm de seguir as normas constituídas pela sua própria atividade. Esse conceito está ligado a outros dois conceitos do enativismo, de sense-making e de participatory sense-making – o primeiro referindo-se à capacidade do cognoscente de produzir um mundo de sentido através da sua ligação com o ambiente, e de ser afetado pelo meio de forma contínua, e o último constituindo uma extensão desta ideia, que se aplica a processos interativos em que pelo menos dois agentes se encontram envolvidos. Neste ensaio, defendo que, ao lidar com sistemas de machine learning, que não podem ser considerados autônomos, o agente ou cognoscente não pode sustentar a sua autonomia da mesma forma que seria possível sustentá-la num encontro com outro agente. A argumentação desenrola-se em três pilares: o encontro desequilibrado em que a autonomia do cognoscente é ameaçada; a redução do leque de experiências que um agente autônomo poderia ter e o desconhecimento do cognoscente quanto às normase às ameaças potenciais dos sistemas com os quais está a lidar. Ainda que o ensaio seja centrado nesses riscos, as oportunidades oferecidas por sistemas algorítmicos como os de aprendizagem de máquina são também reconhecidas. Para aproveitá-las, aponta-se que é necessário buscar um equilíbrio capaz deenglobar a intersubjetividade, inerentemente humana, permeada pela afetividade.","PeriodicalId":262325,"journal":{"name":"Perspectiva Filosófica","volume":"3 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-12-12","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Another brick in the wall: Threats to our autonomy as sense-makers when dealing with machine learning systems\",\"authors\":\"C. Leporace\",\"doi\":\"10.51359/2357-9986.2022.252618\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A autonomia, tal como proposta pela abordagem enativa para a cognição, é a capacidade que os organismos vivos têm de seguir as normas constituídas pela sua própria atividade. Esse conceito está ligado a outros dois conceitos do enativismo, de sense-making e de participatory sense-making – o primeiro referindo-se à capacidade do cognoscente de produzir um mundo de sentido através da sua ligação com o ambiente, e de ser afetado pelo meio de forma contínua, e o último constituindo uma extensão desta ideia, que se aplica a processos interativos em que pelo menos dois agentes se encontram envolvidos. Neste ensaio, defendo que, ao lidar com sistemas de machine learning, que não podem ser considerados autônomos, o agente ou cognoscente não pode sustentar a sua autonomia da mesma forma que seria possível sustentá-la num encontro com outro agente. A argumentação desenrola-se em três pilares: o encontro desequilibrado em que a autonomia do cognoscente é ameaçada; a redução do leque de experiências que um agente autônomo poderia ter e o desconhecimento do cognoscente quanto às normase às ameaças potenciais dos sistemas com os quais está a lidar. Ainda que o ensaio seja centrado nesses riscos, as oportunidades oferecidas por sistemas algorítmicos como os de aprendizagem de máquina são também reconhecidas. Para aproveitá-las, aponta-se que é necessário buscar um equilíbrio capaz deenglobar a intersubjetividade, inerentemente humana, permeada pela afetividade.\",\"PeriodicalId\":262325,\"journal\":{\"name\":\"Perspectiva Filosófica\",\"volume\":\"3 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-12-12\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Perspectiva Filosófica\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.252618\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Perspectiva Filosófica","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.51359/2357-9986.2022.252618","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Another brick in the wall: Threats to our autonomy as sense-makers when dealing with machine learning systems
A autonomia, tal como proposta pela abordagem enativa para a cognição, é a capacidade que os organismos vivos têm de seguir as normas constituídas pela sua própria atividade. Esse conceito está ligado a outros dois conceitos do enativismo, de sense-making e de participatory sense-making – o primeiro referindo-se à capacidade do cognoscente de produzir um mundo de sentido através da sua ligação com o ambiente, e de ser afetado pelo meio de forma contínua, e o último constituindo uma extensão desta ideia, que se aplica a processos interativos em que pelo menos dois agentes se encontram envolvidos. Neste ensaio, defendo que, ao lidar com sistemas de machine learning, que não podem ser considerados autônomos, o agente ou cognoscente não pode sustentar a sua autonomia da mesma forma que seria possível sustentá-la num encontro com outro agente. A argumentação desenrola-se em três pilares: o encontro desequilibrado em que a autonomia do cognoscente é ameaçada; a redução do leque de experiências que um agente autônomo poderia ter e o desconhecimento do cognoscente quanto às normase às ameaças potenciais dos sistemas com os quais está a lidar. Ainda que o ensaio seja centrado nesses riscos, as oportunidades oferecidas por sistemas algorítmicos como os de aprendizagem de máquina são também reconhecidas. Para aproveitá-las, aponta-se que é necessário buscar um equilíbrio capaz deenglobar a intersubjetividade, inerentemente humana, permeada pela afetividade.