{"title":"科学与价值相互作用模型背后的理性思想:认知、人类和生命的繁荣","authors":"Maurício de Carvalho Ramos","doi":"10.1590/S1678-31662014000500005","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"No presente artigo, proponho uma interpretacao da epistemologia de Hugh Lacey no que se refere a articulacao entre o conceito de racionalidade e os conceitos de florescimento cognitivo, humano e da vida. Sustento que a critica do autor aos aspectos teoricos e praticos da tecnociencia envolve a substituicao do progresso pelo florescimento, que e consistente com uma concepcao de natureza humana que valoriza seus aspectos singulares e individuais sem comprometer-se com formas teoricas e praticas de indivi dualismo egoista. Tais posicoes permitem elaborar uma etica do florescimento contraria a moral do progresso e a atividade cientifica orientada pelo ethos cientifico comercial. Tal orientacao, segundo minha leitura, compromete a autonomia do cientista individual, da instituicao de pesquisa e, no limite, da propria ciencia. Discuto ainda a analise dos valores que Lacey realiza tematizando a crenca e os desejos como causas da adocao de valores. Proponho que o desejo de saber esta associado a certo grau de es pontaneidade (que, segundo o autor, se pode argumentar como sendo um valor em si mesmo) e que, juntamente com a criatividade, sao dois valores que integram a etica do florescimento. Em conclusao, caracterizo a racionalidade subjacente ao modelo da interacao entre a ciencia e os valores como flexivel, plural e comprometida com uma concepcao de ciencia construtivamente voltada para uma existencia humana legitima e nao dissociada do mundo da vida. Tais atributos tambem estao ligados a racionalidade como disposicao a agir de modo inteligente e responsavel a razoes, que marca a vida comum e as praticas comunicativas que entrelacam intencionalidade e racionalidade.","PeriodicalId":168872,"journal":{"name":"Scientiae Studia","volume":"2 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2014-12-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"4","resultStr":"{\"title\":\"A ideia de racionalidade subjacente ao modelo da interação entre a ciência e os valores: florescimento cognitivo, humano e da vida\",\"authors\":\"Maurício de Carvalho Ramos\",\"doi\":\"10.1590/S1678-31662014000500005\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"No presente artigo, proponho uma interpretacao da epistemologia de Hugh Lacey no que se refere a articulacao entre o conceito de racionalidade e os conceitos de florescimento cognitivo, humano e da vida. Sustento que a critica do autor aos aspectos teoricos e praticos da tecnociencia envolve a substituicao do progresso pelo florescimento, que e consistente com uma concepcao de natureza humana que valoriza seus aspectos singulares e individuais sem comprometer-se com formas teoricas e praticas de indivi dualismo egoista. Tais posicoes permitem elaborar uma etica do florescimento contraria a moral do progresso e a atividade cientifica orientada pelo ethos cientifico comercial. Tal orientacao, segundo minha leitura, compromete a autonomia do cientista individual, da instituicao de pesquisa e, no limite, da propria ciencia. Discuto ainda a analise dos valores que Lacey realiza tematizando a crenca e os desejos como causas da adocao de valores. Proponho que o desejo de saber esta associado a certo grau de es pontaneidade (que, segundo o autor, se pode argumentar como sendo um valor em si mesmo) e que, juntamente com a criatividade, sao dois valores que integram a etica do florescimento. Em conclusao, caracterizo a racionalidade subjacente ao modelo da interacao entre a ciencia e os valores como flexivel, plural e comprometida com uma concepcao de ciencia construtivamente voltada para uma existencia humana legitima e nao dissociada do mundo da vida. Tais atributos tambem estao ligados a racionalidade como disposicao a agir de modo inteligente e responsavel a razoes, que marca a vida comum e as praticas comunicativas que entrelacam intencionalidade e racionalidade.\",\"PeriodicalId\":168872,\"journal\":{\"name\":\"Scientiae Studia\",\"volume\":\"2 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2014-12-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"4\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Scientiae Studia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.1590/S1678-31662014000500005\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Scientiae Studia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.1590/S1678-31662014000500005","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
A ideia de racionalidade subjacente ao modelo da interação entre a ciência e os valores: florescimento cognitivo, humano e da vida
No presente artigo, proponho uma interpretacao da epistemologia de Hugh Lacey no que se refere a articulacao entre o conceito de racionalidade e os conceitos de florescimento cognitivo, humano e da vida. Sustento que a critica do autor aos aspectos teoricos e praticos da tecnociencia envolve a substituicao do progresso pelo florescimento, que e consistente com uma concepcao de natureza humana que valoriza seus aspectos singulares e individuais sem comprometer-se com formas teoricas e praticas de indivi dualismo egoista. Tais posicoes permitem elaborar uma etica do florescimento contraria a moral do progresso e a atividade cientifica orientada pelo ethos cientifico comercial. Tal orientacao, segundo minha leitura, compromete a autonomia do cientista individual, da instituicao de pesquisa e, no limite, da propria ciencia. Discuto ainda a analise dos valores que Lacey realiza tematizando a crenca e os desejos como causas da adocao de valores. Proponho que o desejo de saber esta associado a certo grau de es pontaneidade (que, segundo o autor, se pode argumentar como sendo um valor em si mesmo) e que, juntamente com a criatividade, sao dois valores que integram a etica do florescimento. Em conclusao, caracterizo a racionalidade subjacente ao modelo da interacao entre a ciencia e os valores como flexivel, plural e comprometida com uma concepcao de ciencia construtivamente voltada para uma existencia humana legitima e nao dissociada do mundo da vida. Tais atributos tambem estao ligados a racionalidade como disposicao a agir de modo inteligente e responsavel a razoes, que marca a vida comum e as praticas comunicativas que entrelacam intencionalidade e racionalidade.