Maurício Silva da Anunciação, Mercia De Lima Amorim, Paulo Sérgio Paz
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Caros leitores, a presente chamada propôs-se a publicar estudos originais de pesquisadores do Brasil e do exterior, que tivessem como objeto de investigação ficções de países de língua portuguesa. Partindo da premissa que a história é uma indagação sobre a verdade dos fatos produzidos por atores sociais, o resultado dessa atividade reflexiva é sempre parcial e está comprometido com o sujeito enunciador do discurso, com o tempo do discurso, com o público ao qual esse se destina. Nessa ordem, a ficção consiste na busca de uma “verdade”, que pode ter como objeto um acontecimento histórico que abstrai a experiência do ser humano com o seu passado. Nas representações, em que história e ficção emergem, a presença de um sujeito que expõe sua ideologia e, consequentemente, a de seu grupo e a de seu tempo igualmente se destaca. Assim, história e ficção são discursos elaborados por meio de uma narração que, situada em um tempo presente, os quais intentam resgatar e reestruturar a compreensão do passado. Ambos os discursos, nesse sentido, originam-se em uma construção imagética, cujas lacunas e silêncios devem ser preenchidos pelo leitor, que lida, simultaneamente, com o factual e o imaginado. Pode-se afirmar que, ao pensarmos as narrativas em língua portuguesa contemporâneas, desencontramos fronteiras objetivas, uma vez que a ficção se expressa por um movimento em que os discursos histórico e literário se cruzam, cabendo à última iluminar a realidade que lhe deu origem.