{"title":"通过Whatsapp在贝尔蒙特-巴的传播策略和数字素养:当地识字实践中的再存在素养和反种族主义","authors":"Gabriel Alves de Souza Gonçalves, G. Santos","doi":"10.61202/2595-9328.7cipcihs0090","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Tendo em vista que a noção de oralidade vinha da atmosfera intelectual branca do romantismo europeu, que explicaria o desprezo pelas sociedades sem escrita (CALVET, 2011) , e considerando que “É precisamente a linguagem como forma de desumanizar o negro” (FANON, 2008) o projeto teve como ponto inicial a idéia de racismo por meio da linguagem, partindo da ideia que, de acordo com Hampâté Ba, durante muito tempo se julgou que os povos sem escrita eram povos sem cultura. Ao decorrer dessa pesquisa, percebemos que, para muitos, a ideia ainda é a mesma atualmente, em que a escrita é valorizada e o áudio desvalorizado. Com isso, analisamos nesta pesquisa as práticas de envio de áudio por pessoas negras em grupos de whatsapp. Dessa maneira, este projeto teve como objetivo, investigar como se davam as práticas de comunicação e letramento de pessoas negras não escolarizadas, ou com pouca escolaridade, em grupos de whatsapp de Belmonte, cujo território é abrangido pela UFSB. Buscamos compreender, como essas pessoas usavam um letramento de reexistência negra naqueles espaços. Para a realização desta pesquisa, utilizamos a abordagem etnográfica, com coleta de dados dos áudios e entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam para uso multivariado de formas de letramento por essas pessoas e noção do papel da escrita como excludente.","PeriodicalId":307713,"journal":{"name":"Anais do Congresso de Iniciação à Pesquisa, Criação e Inovação","volume":"27 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-07-31","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Estratégias de comunicação e letramento digital via Whatsapp em Belmonte-BA: letramentos de reexistência e antirracismo nas práticas letradas locais\",\"authors\":\"Gabriel Alves de Souza Gonçalves, G. Santos\",\"doi\":\"10.61202/2595-9328.7cipcihs0090\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Tendo em vista que a noção de oralidade vinha da atmosfera intelectual branca do romantismo europeu, que explicaria o desprezo pelas sociedades sem escrita (CALVET, 2011) , e considerando que “É precisamente a linguagem como forma de desumanizar o negro” (FANON, 2008) o projeto teve como ponto inicial a idéia de racismo por meio da linguagem, partindo da ideia que, de acordo com Hampâté Ba, durante muito tempo se julgou que os povos sem escrita eram povos sem cultura. Ao decorrer dessa pesquisa, percebemos que, para muitos, a ideia ainda é a mesma atualmente, em que a escrita é valorizada e o áudio desvalorizado. Com isso, analisamos nesta pesquisa as práticas de envio de áudio por pessoas negras em grupos de whatsapp. Dessa maneira, este projeto teve como objetivo, investigar como se davam as práticas de comunicação e letramento de pessoas negras não escolarizadas, ou com pouca escolaridade, em grupos de whatsapp de Belmonte, cujo território é abrangido pela UFSB. Buscamos compreender, como essas pessoas usavam um letramento de reexistência negra naqueles espaços. Para a realização desta pesquisa, utilizamos a abordagem etnográfica, com coleta de dados dos áudios e entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam para uso multivariado de formas de letramento por essas pessoas e noção do papel da escrita como excludente.\",\"PeriodicalId\":307713,\"journal\":{\"name\":\"Anais do Congresso de Iniciação à Pesquisa, Criação e Inovação\",\"volume\":\"27 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-07-31\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Anais do Congresso de Iniciação à Pesquisa, Criação e Inovação\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.61202/2595-9328.7cipcihs0090\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Anais do Congresso de Iniciação à Pesquisa, Criação e Inovação","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.61202/2595-9328.7cipcihs0090","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Estratégias de comunicação e letramento digital via Whatsapp em Belmonte-BA: letramentos de reexistência e antirracismo nas práticas letradas locais
Tendo em vista que a noção de oralidade vinha da atmosfera intelectual branca do romantismo europeu, que explicaria o desprezo pelas sociedades sem escrita (CALVET, 2011) , e considerando que “É precisamente a linguagem como forma de desumanizar o negro” (FANON, 2008) o projeto teve como ponto inicial a idéia de racismo por meio da linguagem, partindo da ideia que, de acordo com Hampâté Ba, durante muito tempo se julgou que os povos sem escrita eram povos sem cultura. Ao decorrer dessa pesquisa, percebemos que, para muitos, a ideia ainda é a mesma atualmente, em que a escrita é valorizada e o áudio desvalorizado. Com isso, analisamos nesta pesquisa as práticas de envio de áudio por pessoas negras em grupos de whatsapp. Dessa maneira, este projeto teve como objetivo, investigar como se davam as práticas de comunicação e letramento de pessoas negras não escolarizadas, ou com pouca escolaridade, em grupos de whatsapp de Belmonte, cujo território é abrangido pela UFSB. Buscamos compreender, como essas pessoas usavam um letramento de reexistência negra naqueles espaços. Para a realização desta pesquisa, utilizamos a abordagem etnográfica, com coleta de dados dos áudios e entrevistas semiestruturadas. Os resultados apontam para uso multivariado de formas de letramento por essas pessoas e noção do papel da escrita como excludente.