{"title":"关于巴西黑人发明的说明","authors":"Caue Flor","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2019.169149","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Desde o final dos anos 1980 os povos, tradições e culturas de origem africana têm ocupado o centro de um profundo debate epistemológico. A perspectiva pós-colonial, se não for a maior protagonista desse debate epistêmico, tem concentrado grande parte de suas preocupações na investigação dos modos pelos quais as tradições de pensamento ocidental conheceram e, sobretudo, representaram o Outro do ocidente (em nosso caso o Negro). Esse artigo busca realizar justamente essa tarefa desconstrutivista. Busca-se compreender como a antropologia, particularmente na figura de Gilberto Freyre, construiu o negro no Brasil como um objeto teórico autorizado e passou a proporcionar um vocabulário capaz de identifica-lo e representa-lo. Por meio das críticas de autores internos a própria antropologia e autores pós-coloniais, como Homi Bhabha, Stuart Hall e Franz Fanon acerca das representações ocidentais sobre o Negro, o artigo conclui que, não diferente de outros contextos colonizados, a formulações de Freyre e, grosso modo, a antropologia se desdobram e reproduzem as problemáticas relações epistemológicas que marcam a relação colonial.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"92 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2019-08-08","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"NOTAS ACERCA DA INVENÇÃO DO NEGRO NO BRASIL\",\"authors\":\"Caue Flor\",\"doi\":\"10.11606/issn.1983-6023.sank.2019.169149\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Desde o final dos anos 1980 os povos, tradições e culturas de origem africana têm ocupado o centro de um profundo debate epistemológico. A perspectiva pós-colonial, se não for a maior protagonista desse debate epistêmico, tem concentrado grande parte de suas preocupações na investigação dos modos pelos quais as tradições de pensamento ocidental conheceram e, sobretudo, representaram o Outro do ocidente (em nosso caso o Negro). Esse artigo busca realizar justamente essa tarefa desconstrutivista. Busca-se compreender como a antropologia, particularmente na figura de Gilberto Freyre, construiu o negro no Brasil como um objeto teórico autorizado e passou a proporcionar um vocabulário capaz de identifica-lo e representa-lo. Por meio das críticas de autores internos a própria antropologia e autores pós-coloniais, como Homi Bhabha, Stuart Hall e Franz Fanon acerca das representações ocidentais sobre o Negro, o artigo conclui que, não diferente de outros contextos colonizados, a formulações de Freyre e, grosso modo, a antropologia se desdobram e reproduzem as problemáticas relações epistemológicas que marcam a relação colonial.\",\"PeriodicalId\":276534,\"journal\":{\"name\":\"Sankofa (São Paulo)\",\"volume\":\"92 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2019-08-08\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Sankofa (São Paulo)\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2019.169149\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Sankofa (São Paulo)","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2019.169149","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Desde o final dos anos 1980 os povos, tradições e culturas de origem africana têm ocupado o centro de um profundo debate epistemológico. A perspectiva pós-colonial, se não for a maior protagonista desse debate epistêmico, tem concentrado grande parte de suas preocupações na investigação dos modos pelos quais as tradições de pensamento ocidental conheceram e, sobretudo, representaram o Outro do ocidente (em nosso caso o Negro). Esse artigo busca realizar justamente essa tarefa desconstrutivista. Busca-se compreender como a antropologia, particularmente na figura de Gilberto Freyre, construiu o negro no Brasil como um objeto teórico autorizado e passou a proporcionar um vocabulário capaz de identifica-lo e representa-lo. Por meio das críticas de autores internos a própria antropologia e autores pós-coloniais, como Homi Bhabha, Stuart Hall e Franz Fanon acerca das representações ocidentais sobre o Negro, o artigo conclui que, não diferente de outros contextos colonizados, a formulações de Freyre e, grosso modo, a antropologia se desdobram e reproduzem as problemáticas relações epistemológicas que marcam a relação colonial.