Pub Date : 2023-02-01DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207538
Manuel Ialá
Considerando a necessidade de analisar e compreender o colonialismo e os processos da descolonização nos Países Africanos da Língua Oficial Portuguesa (PALOP), principalmente na Guiné-Bissau, buscou-se identificar os condicionantes internos e externos que levaram o surgimento dos movimentos independentistas e as suas estratégias de mobilização aos negros, no âmbito internacional e local face a situação vivida na altura. Sabe- se ainda que o colonialismo tenha durado menos de um século. Contudo, a invasão, a opressão e a desumanização desenvolvidas pelos exploradores ocidentais ao povo africano duraram cinco séculos, isto é, do século XV ao século XX. Neste âmbito histórico, o trabalho é desenvolvido através da abordagem-metodológica qualitativa, aplicando o procedimento bibliográfico. O alto nível de exploração colonial infligida aos negros africanos, os problemas estruturais que assolam os negros da diáspora devido ao seu passado escravocrata e a desvalorização cíclica dos sistemas culturais endógenos, fizeram brotar na diáspora e no próprio continente africano, movimentos que denunciavam a exploração colonial e subestimação do negro ao nível mundial. No entanto, o sistema colonial português e os demais não queriam abandonar os territórios ocupados no continente, em virtude das receitas provenientes da pilhagem dos recursos naturais e da exploração da mão de obra africana.
{"title":"Processo de descolonização nos PALOP: Análise dos condicionantes internos e externos da luta de libertação na Guiné-Bissau","authors":"Manuel Ialá","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207538","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207538","url":null,"abstract":"Considerando a necessidade de analisar e compreender o colonialismo e os processos da descolonização nos Países Africanos da Língua Oficial Portuguesa (PALOP), principalmente na Guiné-Bissau, buscou-se identificar os condicionantes internos e externos que levaram o surgimento dos movimentos independentistas e as suas estratégias de mobilização aos negros, no âmbito internacional e local face a situação vivida na altura. Sabe- se ainda que o colonialismo tenha durado menos de um século. Contudo, a invasão, a opressão e a desumanização desenvolvidas pelos exploradores ocidentais ao povo africano duraram cinco séculos, isto é, do século XV ao século XX. Neste âmbito histórico, o trabalho é desenvolvido através da abordagem-metodológica qualitativa, aplicando o procedimento bibliográfico. O alto nível de exploração colonial infligida aos negros africanos, os problemas estruturais que assolam os negros da diáspora devido ao seu passado escravocrata e a desvalorização cíclica dos sistemas culturais endógenos, fizeram brotar na diáspora e no próprio continente africano, movimentos que denunciavam a exploração colonial e subestimação do negro ao nível mundial. No entanto, o sistema colonial português e os demais não queriam abandonar os territórios ocupados no continente, em virtude das receitas provenientes da pilhagem dos recursos naturais e da exploração da mão de obra africana.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"40 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"115817667","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-01DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207540
A. Cosenza, Igor Grabois
Por intermédio de Igor Grabois, a Revista SANKOFA teve a oportunidade de entrevistar o representante da Frente Polisário Ahmed Mulay Ali Hamadi, aproveitando sua vinda ao Brasil. As perguntas foram elaboradas por Apoena Canuto Cosenza, e a entrevista foi realizada no dia 5 de Outubro. A Frente Polisário é uma organização política fundada em 10 de maio de 1973. Luta pela libertação do Saara Ocidental e pelo reconhecimento internacional da República Árabe Saharaui Democrática. Atualmente, o Sahara ocidental está ocupado pelas tropas de Marrocos, e tem seu território dividido em dois: uma zona livre, onde o governo da República Árabe Saharaui Democrática organiza a vida de seu povo, e uma zona ocupada por Marrocos, onde a população ainda luta por sua liberdade. Nessa entrevista, buscamos entender o significado dessa luta de libertação e sua pertinência para a África e para a América Latina.
通过Igor Grabois, SANKOFA杂志有机会采访波利萨里奥阵线代表Ahmed Mulay Ali Hamadi，利用他访问巴西的机会。问题由Apoena Canuto Cosenza准备，采访于10月5日进行。波利萨里奥阵线是一个成立于1973年5月10日的政治组织。为解放西撒哈拉和国际上承认阿拉伯撒哈拉民主共和国而斗争。目前，西撒哈拉被摩洛哥军队占领，其领土被分为两部分:一个自由区，阿拉伯撒哈拉民主共和国政府在那里组织其人民的生活;一个被摩洛哥占领的地区，那里的人民仍在为他们的自由而斗争。在这次采访中，我们试图理解这场解放斗争的意义及其与非洲和拉丁美洲的相关性。
{"title":"Entrevista da Revista SANKOFA com Ahmed Mulay Ali Hamadi, representante da Frente Polisário no Brasil, 5 de outubro de 2022","authors":"A. Cosenza, Igor Grabois","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207540","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207540","url":null,"abstract":"Por intermédio de Igor Grabois, a Revista SANKOFA teve a oportunidade de entrevistar o representante da Frente Polisário Ahmed Mulay Ali Hamadi, aproveitando sua vinda ao Brasil. As perguntas foram elaboradas por Apoena Canuto Cosenza, e a entrevista foi realizada no dia 5 de Outubro. A Frente Polisário é uma organização política fundada em 10 de maio de 1973. Luta pela libertação do Saara Ocidental e pelo reconhecimento internacional da República Árabe Saharaui Democrática. Atualmente, o Sahara ocidental está ocupado pelas tropas de Marrocos, e tem seu território dividido em dois: uma zona livre, onde o governo da República Árabe Saharaui Democrática organiza a vida de seu povo, e uma zona ocupada por Marrocos, onde a população ainda luta por sua liberdade. Nessa entrevista, buscamos entender o significado dessa luta de libertação e sua pertinência para a África e para a América Latina.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"87 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"124956897","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-01DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207536
Vinicius Oliveira, Maria Simone Euclides
Este artigo é fruto da monografia intitulada Entre Colmeias & Quilombos, e visa se debruçar nos elementos afrocentrados e afrorreferenciados presentes na obra The Gift/Black is King, da multiartista Beyoncé. Na costura entre a Afrocentridade e a Antropologia, junto da proposta metodológica de análise de conteúdo, intenta compreendemos a arte, principalmente a partir das músicas e o álbum, como o locus tensionadores e potencialmente propositivos das humanidades negras, apontando ao mesmo tempo, o resgate de elementos na ancestralidade africana, em vias de tessitura do presente e do futuro em narrativas afrofuturistas. A obra de Beyoncé aqui analisada, apresenta alternativas outras para pessoas negras que encerra com o status quo racista, universalizante e, portanto, eurocêntrico. Assim, discutimos Sankofa e o movimento do Afrofuturismo em consonância com elementos presentes nas músicas de Beyoncé que os ressignifica no presente ao tecer narrativas para a realização humana negra, resultando em autoestima e afrorreferência em sujeitos/as/es africanos/as/es em diáspora ou não, permitindo outras acepções sobre o mundo que se afastam das definições de ser e estar calcadas no ser ocidental-colonial.
这篇文章是一篇名为《蜂箱与歌伦波》的专著的成果，旨在探讨多艺术家beyonce的作品《礼物/黑色是王》中以非洲为中心和非洲参考的元素。缝在Afrocentridade和人类学,在提案的内容分析方法,爱我多了解艺术,主要的歌曲和专辑,怎么轨迹通过与潜在propositivos人文的方式,同时,元素在非洲血统的赎金,在现在和将来的声域afrofuturistas的叙事手法。这里分析的beyonce的作品为黑人提供了其他的选择，以种族主义、普遍主义和因此以欧洲为中心的现状结束。所以讨论Sankofa Afrofuturismo符合运动元素在碧昂丝的歌ressignifica黑在当下人类成就的编织故事,导致自尊和afrorreferência主题/非洲/ es /的/你在他乡不允许其他意义上的世界就会是和人行道的定义在西方是主权。
{"title":"Passado-presente-passado em vias de construção de futuro: O que podemos apre(e)nder com Black is King?","authors":"Vinicius Oliveira, Maria Simone Euclides","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207536","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207536","url":null,"abstract":"Este artigo é fruto da monografia intitulada Entre Colmeias & Quilombos, e visa se debruçar nos elementos afrocentrados e afrorreferenciados presentes na obra The Gift/Black is King, da multiartista Beyoncé. Na costura entre a Afrocentridade e a Antropologia, junto da proposta metodológica de análise de conteúdo, intenta compreendemos a arte, principalmente a partir das músicas e o álbum, como o locus tensionadores e potencialmente propositivos das humanidades negras, apontando ao mesmo tempo, o resgate de elementos na ancestralidade africana, em vias de tessitura do presente e do futuro em narrativas afrofuturistas. A obra de Beyoncé aqui analisada, apresenta alternativas outras para pessoas negras que encerra com o status quo racista, universalizante e, portanto, eurocêntrico. Assim, discutimos Sankofa e o movimento do Afrofuturismo em consonância com elementos presentes nas músicas de Beyoncé que os ressignifica no presente ao tecer narrativas para a realização humana negra, resultando em autoestima e afrorreferência em sujeitos/as/es africanos/as/es em diáspora ou não, permitindo outras acepções sobre o mundo que se afastam das definições de ser e estar calcadas no ser ocidental-colonial.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"173 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121754933","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-01DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207539
Willian Felipe Martins Costa
O intuito deste artigo é refletir possibilidades teórico-metodológicas para a construção de conhecimento no campo da história do Tempo Presente desde uma perspectiva decolonial. Para isso, busco no diálogo com produções situadas nos campos dos estudos Pós-Coloniais e Decoloniais, bem como, estudos Afro-brasileiros e da Diáspora as ferramentas analíticas e conceituais que me possibilitem pensar e desenvolver um trabalho metodológico no campo da historiografia História do Tempo Presente. Para abordar essas questões busco na análise de memórias e narrativas acerca da capela e Irmandade de N. S. do Rosário dos Homens Pretos observar a constituição de um território negro na cidade e no tempo presente. As fontes principais para o trabalho historiográfico que trago trecho de entrevistas realizadas durante o ano de 2021 com pessoas da cidade. Junto às fontes orais busquei acionar fontes arquivísticas, trechos de periódicos e textos de memorialistas datados do século XX.
{"title":"Memórias e narrativas negras na cidade de Laguna/Sul do Brasil: Possibilidade de construção de conhecimento no campo da história do tempo presente desde uma perspectiva decolonial","authors":"Willian Felipe Martins Costa","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207539","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207539","url":null,"abstract":"O intuito deste artigo é refletir possibilidades teórico-metodológicas para a construção de conhecimento no campo da história do Tempo Presente desde uma perspectiva decolonial. Para isso, busco no diálogo com produções situadas nos campos dos estudos Pós-Coloniais e Decoloniais, bem como, estudos Afro-brasileiros e da Diáspora as ferramentas analíticas e conceituais que me possibilitem pensar e desenvolver um trabalho metodológico no campo da historiografia História do Tempo Presente. Para abordar essas questões busco na análise de memórias e narrativas acerca da capela e Irmandade de N. S. do Rosário dos Homens Pretos observar a constituição de um território negro na cidade e no tempo presente. As fontes principais para o trabalho historiográfico que trago trecho de entrevistas realizadas durante o ano de 2021 com pessoas da cidade. Junto às fontes orais busquei acionar fontes arquivísticas, trechos de periódicos e textos de memorialistas datados do século XX.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"5 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"127252688","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2023-02-01DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207537
Evander Ruthieri da Silva
O artigo analisa o romance de aventura At Home in the Transvaal (1884), de Mary Ann Carey-Hobson, observando a fonte literária a partir de uma perspectiva teórico-metodológica que enfatiza suas relações com o mundo do trabalho e o colonialismo no sul da África nas décadas de 1870-1880. A ênfase recai sobre a idealização dos trabalhadores nas fazendas e nos campos de mineração, observando o destaque de Hobson a um tipo desejável de colono: jovial, laborioso e empreendedor, sem “vícios morais”, ao exemplo do alcoolismo ou dos jogos de azar. Além disso, estabelece distinções entre trabalhadores brancos e negros, descrevendo-os como serviçais domésticos, subservientes e afetuosamente apegados aos seus empregadores, sintomático de elementos racialistas e paternalistas na escrita literária de Hobson. Dessa forma, o romance aproxima-se dos interesses da elite colonial e do colonato branco no sul da África que, naquele contexto, visava estabelecer formas mais efetivas de controle da mão de obra e das terras de africanos negros.
{"title":"De Colonos laboriosos, gatunos e bêbados trapaceiros: Mundos do trabalho e colonialismo em At Home in the Transvaal (1884), de Mary Ann Carey-Hobson","authors":"Evander Ruthieri da Silva","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207537","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2023.207537","url":null,"abstract":"O artigo analisa o romance de aventura At Home in the Transvaal (1884), de Mary Ann Carey-Hobson, observando a fonte literária a partir de uma perspectiva teórico-metodológica que enfatiza suas relações com o mundo do trabalho e o colonialismo no sul da África nas décadas de 1870-1880. A ênfase recai sobre a idealização dos trabalhadores nas fazendas e nos campos de mineração, observando o destaque de Hobson a um tipo desejável de colono: jovial, laborioso e empreendedor, sem “vícios morais”, ao exemplo do alcoolismo ou dos jogos de azar. Além disso, estabelece distinções entre trabalhadores brancos e negros, descrevendo-os como serviçais domésticos, subservientes e afetuosamente apegados aos seus empregadores, sintomático de elementos racialistas e paternalistas na escrita literária de Hobson. Dessa forma, o romance aproxima-se dos interesses da elite colonial e do colonato branco no sul da África que, naquele contexto, visava estabelecer formas mais efetivas de controle da mão de obra e das terras de africanos negros.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"26 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2023-02-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"121494320","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-11DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194846
Marcelo Loyola de Andrade
Este artigo analisa os africanos escravizados em Ilhéus, sul da Bahia, entre os anos de 1850 e 1888, período de expansão da lavoura cacaueira. O foco recai nas atividades econômicas que estavam inseridos e nas características demográficas da população. As fontes privilegiadas são inventários post mortem e o Recenseamento Geral do Império do Brasil de 1872. A proposta é enfatizar que a escravidão impôs constantes situações de vulnerabilidade, envolvendo a exploração do trabalho e a separação de muitas famílias por meio das vendas e doações, realizadas durante a partilha dos bens entre os herdeiros. Nesse contexto, em que comumente eram tratadas como mercadorias, eles reagiram de diversas maneiras.
{"title":"Africanos escravizados na expansão cacaueira de Ilhéus-Bahia, 1850- 1888","authors":"Marcelo Loyola de Andrade","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194846","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194846","url":null,"abstract":"Este artigo analisa os africanos escravizados em Ilhéus, sul da Bahia, entre os anos de 1850 e 1888, período de expansão da lavoura cacaueira. O foco recai nas atividades econômicas que estavam inseridos e nas características demográficas da população. As fontes privilegiadas são inventários post mortem e o Recenseamento Geral do Império do Brasil de 1872. A proposta é enfatizar que a escravidão impôs constantes situações de vulnerabilidade, envolvendo a exploração do trabalho e a separação de muitas famílias por meio das vendas e doações, realizadas durante a partilha dos bens entre os herdeiros. Nesse contexto, em que comumente eram tratadas como mercadorias, eles reagiram de diversas maneiras.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"44 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116694928","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-11DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194848
A. Santos
Abordando os efeitos dos valores civilizatórios de matriz africana e suas eventuais possibilidades nos processos escolares, este artigo busca, primeiramente, desmistificar diversos significados apostos, pejorativamente, a elementos desta matriz; a seguir, se volta para a apresentação das bases culturais presentes nesta visão de mundo e o processo ensino/aprendizagem daí decorrente, de forma a possibilitar a visualização das diferenças entre a mesma e o entendimento ocidental disseminado sobre estas sociedades a partir da Europa estendida, ou seja: da expansão da cultura europeia sobre terras e populações indevidamente subjugadas. Portanto, o artigo tem o intuito de apresentar tais valores como possibilidades para o trato pedagógico, escolar e oficial ou não.
{"title":"Educação Africana: possibilidades pedagógicas","authors":"A. Santos","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194848","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194848","url":null,"abstract":"Abordando os efeitos dos valores civilizatórios de matriz africana e suas eventuais possibilidades nos processos escolares, este artigo busca, primeiramente, desmistificar diversos significados apostos, pejorativamente, a elementos desta matriz; a seguir, se volta para a apresentação das bases culturais presentes nesta visão de mundo e o processo ensino/aprendizagem daí decorrente, de forma a possibilitar a visualização das diferenças entre a mesma e o entendimento ocidental disseminado sobre estas sociedades a partir da Europa estendida, ou seja: da expansão da cultura europeia sobre terras e populações indevidamente subjugadas. Portanto, o artigo tem o intuito de apresentar tais valores como possibilidades para o trato pedagógico, escolar e oficial ou não.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"203 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"131774425","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-11DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194847
C. Gutman
Este artigo é um recorte de uma tese de doutorado em andamento e tem como objetivo propor questões e reflexões, a partir do paradigma da Afrocentricidade, as crianças africanas escravizadas como sujeitos africanos, ou seja, como sujeitos históricos e atores sociais que foram invisibilizadas nas demografias do tráfico atlântico ao Brasil para incluí-los na historiografia da infância brasileira. Neste trabalho, a análise é feita através de 420 anúncios de fugas de crianças africanas escravizadas publicados entre os anos de 1839 a 1849 no jornal O Diário do Rio de Janeiro. É importante relacionar essas crianças africanas escravizadas (encontradas nos anúncios de fugidos no jornal) e a infância africana vivida e revivida por muitas delas nas suas memórias trazidas no corpo e na mente, vistos diariamente entre os seus, na cidade, nos oitocentos.
{"title":"Crianças africanas escravizadas nos anúncios de fugidos, nos oitocentos, na cidade do Rio de Janeiro","authors":"C. Gutman","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194847","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194847","url":null,"abstract":"Este artigo é um recorte de uma tese de doutorado em andamento e tem como objetivo propor questões e reflexões, a partir do paradigma da Afrocentricidade, as crianças africanas escravizadas como sujeitos africanos, ou seja, como sujeitos históricos e atores sociais que foram invisibilizadas nas demografias do tráfico atlântico ao Brasil para incluí-los na historiografia da infância brasileira. Neste trabalho, a análise é feita através de 420 anúncios de fugas de crianças africanas escravizadas publicados entre os anos de 1839 a 1849 no jornal O Diário do Rio de Janeiro. É importante relacionar essas crianças africanas escravizadas (encontradas nos anúncios de fugidos no jornal) e a infância africana vivida e revivida por muitas delas nas suas memórias trazidas no corpo e na mente, vistos diariamente entre os seus, na cidade, nos oitocentos.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"43 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"116885039","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-11DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194850
Juliana Serzedello Crespim Lopes
Tido como data-símbolo da população negra no Brasil, o 20 de novembro (Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra) é reivindicado por organizações negras como uma contraposição às tradicionais comemorações do 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea em 1888. Este artigo discute o conceito de Consciência Negra, considerando-se as reflexões de Biko (1990), Fanon (2008), Mbembe (2014), Souza (1983), Nascimento (2018) e Gonzales (1982). Com base nas categorias propostas por tais autores/as, serão analisadas fontes tais como documentos inaugurais do Movimento Negro Unificado (MNU), manifestos e vídeos das Marchas para Zumbi em finais do século XX. Assim, o artigo discute o processo que se concretiza nas leis 10.639/2003 e 12.519/11, reconhecendo o 20 de novembro como efeméride nacional.
{"title":"“Neo zumbilismo é agora”: 20 de novembro e consciência negra no Brasil","authors":"Juliana Serzedello Crespim Lopes","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194850","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194850","url":null,"abstract":"Tido como data-símbolo da população negra no Brasil, o 20 de novembro (Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra) é reivindicado por organizações negras como uma contraposição às tradicionais comemorações do 13 de maio, dia da assinatura da Lei Áurea em 1888. Este artigo discute o conceito de Consciência Negra, considerando-se as reflexões de Biko (1990), Fanon (2008), Mbembe (2014), Souza (1983), Nascimento (2018) e Gonzales (1982). Com base nas categorias propostas por tais autores/as, serão analisadas fontes tais como documentos inaugurais do Movimento Negro Unificado (MNU), manifestos e vídeos das Marchas para Zumbi em finais do século XX. Assim, o artigo discute o processo que se concretiza nas leis 10.639/2003 e 12.519/11, reconhecendo o 20 de novembro como efeméride nacional.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114602397","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
Pub Date : 2022-02-11DOI: 10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194851
J. Vieira, Roberta Barros Meira, Taiza Mara Rauen Moraes
O presente trabalho analisa o texto literário da trilogia “As areias do Imperador” do escritor e biólogo moçambicano Mia Couto. Na obra, Mia Couto narra a guerra colonial empreendida por Portugal no sul moçambicano no ano de 1895, tendo como objetivo a captura do imperador Ngungunhane e a dissolução do Reino de Gaza, tido como a última resistência política ao poder colonial português. A partir de referenciais que dialogam com a rede de saberes tradicionais e da oralidade das culturas moçambicanas, Mia Couto constrói uma releitura do passado colonial moçambicano, apontando as marcas deixadas pela colonização e principalmente, evidenciando os processos de resistência das culturas locais. As resistências foram sendo constituídas através da mobilização de diversos fatores presente na história e nas culturas das sociedades que foram alvo dos projetos coloniais e que estão relacionadas com os seus modos de existir e de ver o mundo. No presente artigo, serão evidenciados os aspectos relacionados ao ambiente que participaram do engendramento destas resistências. Estes aspectos, por sua vez, não estão isolados e atuam em uma esfera de imbricamentos entre história e saberes tradicionais. Por fim, destaca-se que pensar os aspectos ambientais como elemento atuante na história destas sociedades e na história de resistência ao processo colonial, possibilita dialogar com noções particulares de patrimônio ambiental. Desse modo, a partir da análise histórica e do texto literário, são discutidas as narrativas de paisagens presentes nos volumes que compõem a trilogia de Mia Couto e suas contribuições para pensar o patrimônio ambiental a partir das perspectivas invisibilizadas pela narrativa eurocêntrica colonial.
{"title":"“Uma paisagem por baixo da outra”: narrativas de coloniais sobre a natureza na trilogia “as areias do imperador” de mia couto","authors":"J. Vieira, Roberta Barros Meira, Taiza Mara Rauen Moraes","doi":"10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194851","DOIUrl":"https://doi.org/10.11606/issn.1983-6023.sank.2022.194851","url":null,"abstract":"O presente trabalho analisa o texto literário da trilogia “As areias do Imperador” do escritor e biólogo moçambicano Mia Couto. Na obra, Mia Couto narra a guerra colonial empreendida por Portugal no sul moçambicano no ano de 1895, tendo como objetivo a captura do imperador Ngungunhane e a dissolução do Reino de Gaza, tido como a última resistência política ao poder colonial português. A partir de referenciais que dialogam com a rede de saberes tradicionais e da oralidade das culturas moçambicanas, Mia Couto constrói uma releitura do passado colonial moçambicano, apontando as marcas deixadas pela colonização e principalmente, evidenciando os processos de resistência das culturas locais. As resistências foram sendo constituídas através da mobilização de diversos fatores presente na história e nas culturas das sociedades que foram alvo dos projetos coloniais e que estão relacionadas com os seus modos de existir e de ver o mundo. No presente artigo, serão evidenciados os aspectos relacionados ao ambiente que participaram do engendramento destas resistências. Estes aspectos, por sua vez, não estão isolados e atuam em uma esfera de imbricamentos entre história e saberes tradicionais. Por fim, destaca-se que pensar os aspectos ambientais como elemento atuante na história destas sociedades e na história de resistência ao processo colonial, possibilita dialogar com noções particulares de patrimônio ambiental. Desse modo, a partir da análise histórica e do texto literário, são discutidas as narrativas de paisagens presentes nos volumes que compõem a trilogia de Mia Couto e suas contribuições para pensar o patrimônio ambiental a partir das perspectivas invisibilizadas pela narrativa eurocêntrica colonial.","PeriodicalId":276534,"journal":{"name":"Sankofa (São Paulo)","volume":"11 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0,"publicationDate":"2022-02-11","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":null,"resultStr":null,"platform":"Semanticscholar","paperid":"114260689","PeriodicalName":null,"FirstCategoryId":null,"ListUrlMain":null,"RegionNum":0,"RegionCategory":"","ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":"","EPubDate":null,"PubModel":null,"JCR":null,"JCRName":null,"Score":null,"Total":0}
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