{"title":"“男人唱歌,女人唱歌,美人鱼在海里唱歌”:分享的实地工作经验","authors":"Simone Lopes de Almeida","doi":"10.18542/ETHNOSCIENTIA.V6I2.10379","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Atravessei por diversas vezes o Semiárido alagoano, do Agreste ao Alto Sertão, onde está o grupo indígena Kalankó. Essa jornada às terras quentes durante o dia e frescas ao anoitecer inicia nas caminhadas junto ao meu companheiro antropólogo, em suas inúmeras idas a campo. Como pesquisador de grupos indígenas no Semiárido, esse trabalho exige dele uma imersão na vida daquela gente. Coloquei-me a caminhar junto dele, adquiri o hábito do caderno de campo, construí pontes e me perguntei até onde era a historiadora e/ou a esposa do etnólogo. Encontrei-me em trânsito, sentindo vigor por uma pesquisa que não era minha, mas ali estava por motivos, a princípio, afetivos. Dos textos etnográficos com que já tive contato sempre me marcou Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa, de Clifford Geertz, em A interpretação das culturas (2008), produzido pelo autor quando esteve naquele país com sua esposa. É interessante perceber que a história está repleta de relatos de viajantes, de Bali na Indonésia ao Semiárido do Brasil, de homens acompanhados por “suas” mulheres. Este relato é sobre quando observei, opinei e construí minha própria experiência como pesquisadora, durante a busca de meu marido em entender sobre a cultura dos Kalankó. Aqui apresento meus escritos e memórias de campo, baseados no método etnográfico e na observação participante.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"51 4 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2021-03-26","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"“CANTA HOMEM, CANTA MULHER E A SEREIA CANTA NO MAR” : UMA EXPERIÊNCIA DE TRABALHO DE CAMPO COMPARTILHADA\",\"authors\":\"Simone Lopes de Almeida\",\"doi\":\"10.18542/ETHNOSCIENTIA.V6I2.10379\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Atravessei por diversas vezes o Semiárido alagoano, do Agreste ao Alto Sertão, onde está o grupo indígena Kalankó. Essa jornada às terras quentes durante o dia e frescas ao anoitecer inicia nas caminhadas junto ao meu companheiro antropólogo, em suas inúmeras idas a campo. Como pesquisador de grupos indígenas no Semiárido, esse trabalho exige dele uma imersão na vida daquela gente. Coloquei-me a caminhar junto dele, adquiri o hábito do caderno de campo, construí pontes e me perguntei até onde era a historiadora e/ou a esposa do etnólogo. Encontrei-me em trânsito, sentindo vigor por uma pesquisa que não era minha, mas ali estava por motivos, a princípio, afetivos. Dos textos etnográficos com que já tive contato sempre me marcou Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa, de Clifford Geertz, em A interpretação das culturas (2008), produzido pelo autor quando esteve naquele país com sua esposa. É interessante perceber que a história está repleta de relatos de viajantes, de Bali na Indonésia ao Semiárido do Brasil, de homens acompanhados por “suas” mulheres. Este relato é sobre quando observei, opinei e construí minha própria experiência como pesquisadora, durante a busca de meu marido em entender sobre a cultura dos Kalankó. Aqui apresento meus escritos e memórias de campo, baseados no método etnográfico e na observação participante.\",\"PeriodicalId\":154983,\"journal\":{\"name\":\"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology\",\"volume\":\"51 4 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2021-03-26\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.18542/ETHNOSCIENTIA.V6I2.10379\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18542/ETHNOSCIENTIA.V6I2.10379","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
引用次数: 0
摘要
我多次穿越半干旱的alagoan,从Agreste到Alto sertao,那里是kalanko土著群体。这趟白天和夜晚凉爽的土地之旅始于我的人类学家同伴在无数次实地考察中徒步旅行。作为半干旱地区土著群体的研究人员,这项工作要求他沉浸在这些人的生活中。我开始和他一起走,养成了实地笔记的习惯,建立了桥梁,并想知道历史学家和/或人种学家的妻子在哪里。我发现自己在旅途中,对一项不属于我的研究感到兴奋,但最初是出于情感原因。从我接触过的人种学文本中,我总是看到一个引人入胜的游戏:克利福德·格尔茨(Clifford Geertz)在《文化解读》(a interpretation das culturas, 2008)一书中所写的关于巴厘公鸡打架的笔记,作者和妻子在那个国家时制作。有趣的是,历史上充满了旅行者的故事,从印度尼西亚的巴厘岛到半干旱的巴西,男人和“他们的”女人在一起。这个故事是关于我作为一个研究人员观察、评论和建立自己的经验,在我丈夫寻求了解kalanko文化的过程中。在这里,我展示了我的写作和田野记忆,基于人种学方法和参与观察。
“CANTA HOMEM, CANTA MULHER E A SEREIA CANTA NO MAR” : UMA EXPERIÊNCIA DE TRABALHO DE CAMPO COMPARTILHADA
Atravessei por diversas vezes o Semiárido alagoano, do Agreste ao Alto Sertão, onde está o grupo indígena Kalankó. Essa jornada às terras quentes durante o dia e frescas ao anoitecer inicia nas caminhadas junto ao meu companheiro antropólogo, em suas inúmeras idas a campo. Como pesquisador de grupos indígenas no Semiárido, esse trabalho exige dele uma imersão na vida daquela gente. Coloquei-me a caminhar junto dele, adquiri o hábito do caderno de campo, construí pontes e me perguntei até onde era a historiadora e/ou a esposa do etnólogo. Encontrei-me em trânsito, sentindo vigor por uma pesquisa que não era minha, mas ali estava por motivos, a princípio, afetivos. Dos textos etnográficos com que já tive contato sempre me marcou Um jogo absorvente: notas sobre a briga de galos balinesa, de Clifford Geertz, em A interpretação das culturas (2008), produzido pelo autor quando esteve naquele país com sua esposa. É interessante perceber que a história está repleta de relatos de viajantes, de Bali na Indonésia ao Semiárido do Brasil, de homens acompanhados por “suas” mulheres. Este relato é sobre quando observei, opinei e construí minha própria experiência como pesquisadora, durante a busca de meu marido em entender sobre a cultura dos Kalankó. Aqui apresento meus escritos e memórias de campo, baseados no método etnográfico e na observação participante.