M. S. Pilnik, Clara de Carvalho Machado, Luana Fowler, Bianca Minink Villa, Ricardo Gomes Ribeiro, L. Ming
{"title":"RESEX CHICO MENDES的社会生物多样性保护:挑战与展望","authors":"M. S. Pilnik, Clara de Carvalho Machado, Luana Fowler, Bianca Minink Villa, Ricardo Gomes Ribeiro, L. Ming","doi":"10.18542/ethnoscientia.v7i1.11046","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"A Reserva Extrativista Chico Mendes (RESEX CM) surgiu em contraponto ao modelo de desenvolvimento agropecuário idealizado para a Amazônia na década de 1960. Possui como fundamento as reivindicações de populações extrativistas, cujo cerne é o uso e manejo adequado dos recursos naturais associado à geração de renda e à garantia de permanência nos territórios. Contudo, devido à falta de investimentos e infraestrutura para o escoamento e comercialização dos produtos da biodiversidade, moradores da RESEX implementaram a pecuária em parte das áreas produtivas. Além de gerar impactos negativos à paisagem florestal, esta atividade não condiz, a médio e longo prazo, com o modo de vida extrativista. Diante desta contradição, nosso estudo dedica-se a registrar como moradores de uma das comunidades da RESEX interpretam o cenário atual e quais as possíveis estratégias de inovação. O estudo foi desenvolvido por meio das metodologias participativas FOFA, “rio da vida” e mapa mental. Constatamos as transformações históricas, econômicas, socioculturais e ambientais que vêm ocorrendo desde o período da borracha (final do século XIX) até o momento. Quanto aos desafios enfrentados pela comunidade, destacamos a luta de alguns núcleos familiares contra a implementação da pecuária extensiva e consequente desmatamento exacerbado, assim como conflitos relacionados a retirada clandestina de madeira e caça ilegal por invasores. Já no que se refere às perspectivas dos comunitários participantes, observamos o interesse por uma organização socioeconômica estruturada, a partir de ferramentas como associativismo e cooperativismo. Junto aos comunitários, detectamos a importância do selo de identificação geográfica e do fortalecimento de cadeias de valor já existentes, como também a necessidade de fomentar novas oportunidades de renda através de produtos regionais agroecológicos e produtos florestais não-madeireiros.","PeriodicalId":154983,"journal":{"name":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","volume":"13 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2022-05-17","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"CONSERVAÇÃO DA SOCIOBIODIVERSIDADE NA RESEX CHICO MENDES, ACRE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS\",\"authors\":\"M. S. Pilnik, Clara de Carvalho Machado, Luana Fowler, Bianca Minink Villa, Ricardo Gomes Ribeiro, L. Ming\",\"doi\":\"10.18542/ethnoscientia.v7i1.11046\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"A Reserva Extrativista Chico Mendes (RESEX CM) surgiu em contraponto ao modelo de desenvolvimento agropecuário idealizado para a Amazônia na década de 1960. Possui como fundamento as reivindicações de populações extrativistas, cujo cerne é o uso e manejo adequado dos recursos naturais associado à geração de renda e à garantia de permanência nos territórios. Contudo, devido à falta de investimentos e infraestrutura para o escoamento e comercialização dos produtos da biodiversidade, moradores da RESEX implementaram a pecuária em parte das áreas produtivas. Além de gerar impactos negativos à paisagem florestal, esta atividade não condiz, a médio e longo prazo, com o modo de vida extrativista. Diante desta contradição, nosso estudo dedica-se a registrar como moradores de uma das comunidades da RESEX interpretam o cenário atual e quais as possíveis estratégias de inovação. O estudo foi desenvolvido por meio das metodologias participativas FOFA, “rio da vida” e mapa mental. Constatamos as transformações históricas, econômicas, socioculturais e ambientais que vêm ocorrendo desde o período da borracha (final do século XIX) até o momento. Quanto aos desafios enfrentados pela comunidade, destacamos a luta de alguns núcleos familiares contra a implementação da pecuária extensiva e consequente desmatamento exacerbado, assim como conflitos relacionados a retirada clandestina de madeira e caça ilegal por invasores. Já no que se refere às perspectivas dos comunitários participantes, observamos o interesse por uma organização socioeconômica estruturada, a partir de ferramentas como associativismo e cooperativismo. Junto aos comunitários, detectamos a importância do selo de identificação geográfica e do fortalecimento de cadeias de valor já existentes, como também a necessidade de fomentar novas oportunidades de renda através de produtos regionais agroecológicos e produtos florestais não-madeireiros.\",\"PeriodicalId\":154983,\"journal\":{\"name\":\"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology\",\"volume\":\"13 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2022-05-17\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i1.11046\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Ethnoscientia - Brazilian Journal of Ethnobiology and Ethnoecology","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.18542/ethnoscientia.v7i1.11046","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
CONSERVAÇÃO DA SOCIOBIODIVERSIDADE NA RESEX CHICO MENDES, ACRE: DESAFIOS E PERSPECTIVAS
A Reserva Extrativista Chico Mendes (RESEX CM) surgiu em contraponto ao modelo de desenvolvimento agropecuário idealizado para a Amazônia na década de 1960. Possui como fundamento as reivindicações de populações extrativistas, cujo cerne é o uso e manejo adequado dos recursos naturais associado à geração de renda e à garantia de permanência nos territórios. Contudo, devido à falta de investimentos e infraestrutura para o escoamento e comercialização dos produtos da biodiversidade, moradores da RESEX implementaram a pecuária em parte das áreas produtivas. Além de gerar impactos negativos à paisagem florestal, esta atividade não condiz, a médio e longo prazo, com o modo de vida extrativista. Diante desta contradição, nosso estudo dedica-se a registrar como moradores de uma das comunidades da RESEX interpretam o cenário atual e quais as possíveis estratégias de inovação. O estudo foi desenvolvido por meio das metodologias participativas FOFA, “rio da vida” e mapa mental. Constatamos as transformações históricas, econômicas, socioculturais e ambientais que vêm ocorrendo desde o período da borracha (final do século XIX) até o momento. Quanto aos desafios enfrentados pela comunidade, destacamos a luta de alguns núcleos familiares contra a implementação da pecuária extensiva e consequente desmatamento exacerbado, assim como conflitos relacionados a retirada clandestina de madeira e caça ilegal por invasores. Já no que se refere às perspectivas dos comunitários participantes, observamos o interesse por uma organização socioeconômica estruturada, a partir de ferramentas como associativismo e cooperativismo. Junto aos comunitários, detectamos a importância do selo de identificação geográfica e do fortalecimento de cadeias de valor já existentes, como também a necessidade de fomentar novas oportunidades de renda através de produtos regionais agroecológicos e produtos florestais não-madeireiros.