Denise Clementino de Souza, Mariana Patrícia Lima, Cristiane Ana da Silva Lima
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Resultados: os achados apontam que ter seu próprio negócio em casa acarreta uma falsa impressão de flexibilidade para as mulheres; a rotina laboral das proprietárias é exaustiva e com acúmulo das atividades produtiva e reprodutiva imbricadas no mesmo espaço, gerando tripla jornada e condições precárias de trabalho; a emancipação financeira das mulheres que atuam na confecção ocorre a partir da (re)organização das suas funções no próprio ambiente privado do lar, divergindo da literatura que relaciona sua autonomia ao ingresso no ambiente público do mercado laboral; e a informalidade, típica da região, favorece a entrada das entrevistadas no setor de confecções, mas as priva de acesso à seguridade social. 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Processo de (Re)Organização do Trabalho Produtivo e Reprodutivo de Mulheres na Confecção
RESUMO Objetivo: o artigo analisou como as mulheres proprietárias de negócio de confecção no agreste pernambucano (re)organizaram seu trabalho produtivo e reprodutivo no espaço privado de suas casas levando em consideração as relações de gênero. Marco teórico: embasa-se na discussão sobre divisão sexual do trabalho, dinâmica de conciliação entre espaço público e privado, tripla jornada e inserção da mulher no mercado laboral, a partir das problemáticas enfrentadas por elas. Método: utilizou-se da abordagem qualitativa do tipo descritiva, com realização de 23 entrevistas semiestruturadas. Resultados: os achados apontam que ter seu próprio negócio em casa acarreta uma falsa impressão de flexibilidade para as mulheres; a rotina laboral das proprietárias é exaustiva e com acúmulo das atividades produtiva e reprodutiva imbricadas no mesmo espaço, gerando tripla jornada e condições precárias de trabalho; a emancipação financeira das mulheres que atuam na confecção ocorre a partir da (re)organização das suas funções no próprio ambiente privado do lar, divergindo da literatura que relaciona sua autonomia ao ingresso no ambiente público do mercado laboral; e a informalidade, típica da região, favorece a entrada das entrevistadas no setor de confecções, mas as priva de acesso à seguridade social. Conclusões: as contribuições teóricas revelam que as mulheres não precisam, necessariamente, sair do espaço privado para adentrar o mundo laboral produtivo e alcançar certa emancipação, pois conseguem fazer isso a partir da (re)organização do trabalho produtivo no próprio ambiente do lar.