艾滋病毒感染者的社会表现:从放弃治疗到重新开始治疗的动机

Viviane Michele Do Amaral, Gabrielle Silva Dos Santos, João Vitor da Silva Nascimento, Renata Pires de Arruda Faggion, Flávia Meneguetti Pierri, Ieda Harumi Higarashi, Juliana Helena Montezelli, Gilselena Kerbauy
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Objetivo: Apreender as representações sociais de pessoas vivendo com HIV acerca do abandono do tratamento e a motivação para a retomada. Percurso metodológico: Trata-se de um estudo qualitativo pautado na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici. O cenário foi um Serviço de Atendimento Especializado em HIV/aids localizado na região Sul do Brasil. A população foi composta por 288 pessoas diagnosticadas com HIV em abandono do tratamento por período superior a 100 dias. Destas, 250 foram excluídas em função de critérios relacionados a informações cadastrais incompletas ou equivocadas, e aspectos impeditivos do comparecimento ao serviço e de contato. Outras 18 pessoas foram consideradas perdas por desistência. A amostra foi composta por 20 pessoas que se enquadraram aos critérios de elegibilidade e aceitaram participar do estudo. A coleta das informações ocorreu entre junho de 2021 e junho de 2022 em entrevistas semiestruturadas audiogravadas e transcritas na íntegra. Para análise das falas foi utilizado o discurso do sujeito coletivo. Resultados: Participaram do estudo 20 pessoas vivendo com HIV, sendo 12 homens e oito mulheres, com idade entre 27 e 55 anos. O tempo de abandono variou entre 210 e 1580 dias. A análise das entrevistas permitiu a emersão de 18 ideias centrais e duas ancoragens, as quais foram agrupadas em quatro grandes temas: 1) Abandono do tratamento por questões intrínsecas à pessoa vivendo com HIV; 2) Abandono do tratamento por questões ligadas à terapia medicamentosa; 3) Abandono do tratamento por dogmas sociais; 4) Forças propulsoras para a retomada do tratamento. Considerações finais: A análise qualitativa das representações sociais das pessoas vivendo com HIV indicou que o abandono da terapia antirretroviral é multifatorial, e envolve questões socioculturais, geográficas, familiares e biológicas. É essencial considerar todas as questões que permeiam e impactam as vidas das pessoas vivendo com HIV em abandono do tratamento para além das questões biológicas, viabilizando a implementação de ações que contribuam para a efetividade das políticas públicas de saúde no intuito de estimular a adesão e encorajar a retomada ao tratamento. 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摘要

简介:持续使用抗逆转录病毒疗法可以有效地阻止由人类免疫缺陷病毒引起的病毒复制,防止免疫系统的损害和机会性感染的出现。据估计,到2021年,全世界有1020万艾滋病毒感染者没有从抗逆转录病毒药物的使用中受益。同年,这一指标达到了33.3万人,在隆德里纳市,288名艾滋病毒感染者正在放弃治疗。目的:了解艾滋病毒感染者放弃治疗的社会表现和恢复治疗的动机。方法论方法:这是一项以谢尔盖·莫斯科维奇的社会表征理论为指导的定性研究。场景是位于巴西南部的一个专门的艾滋病毒/艾滋病护理服务。该人群包括288名被诊断为艾滋病毒的人,他们放弃治疗超过100天。其中,250人因登记信息不完整或错误的标准以及妨碍参加服务和联系的方面而被排除在外。另外18人被认为是退出损失。样本由20人组成,他们符合资格标准并同意参与研究。信息收集发生在2021年6月至2022年6月期间,通过半结构化访谈进行录音和完整转录。话语分析采用集体主体话语。结果:研究对象为20名HIV感染者,男性12名,女性8名,年龄27 - 55岁。弃用时间在210 ~ 1580天之间。通过对访谈的分析,出现了18个中心思想和两个锚点,这些锚点被分为四个主要主题:1)由于艾滋病毒感染者的内在问题而放弃治疗;2)由于艾滋病毒感染者的内在问题而放弃治疗2)因药物治疗问题放弃治疗;3)放弃社会教条的治疗;4)恢复治疗的驱动力。最后考虑:对艾滋病毒感染者社会表现的定性分析表明,放弃抗逆转录病毒治疗是多因素的,涉及社会文化、地理、家庭和生物学问题。是必不可少的考虑所有的问题渗透并影响人们的生活在放弃治疗的艾滋病毒感染者除了生物难题,实现的行为导致了公共政策的有效性,为加入的刺激和鼓励其治疗。本研究旨在唤醒HIV感染者的主观问题,并在人性化实践中尊重这些问题,旨在鼓励持续治疗,控制感染,提高生活质量。
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REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DE PESSOAS VIVENDO COM HIV: DO ABANDONO DO TRATAMENTO À MOTIVAÇÃO PARA A RETOMADA
Introdução: O uso contínuo da terapia antirretroviral é eficiente para interromper a replicação viral causada pelo Vírus da Imunodeficiência Humana impedindo o comprometimento do sistema imunológico e o aparecimento das infecções oportunistas. Estima-se que em 2021, 10,2 milhões de pessoas infectadas pelo HIV não se beneficiaram com o uso dos antirretrovirais em todo o mundo. No mesmo ano esse indicador atingiu 333 mil pessoas, e na esfera municipal de Londrina, 288 pessoas vivendo com HIV encontravam-se em abandono do tratamento. Objetivo: Apreender as representações sociais de pessoas vivendo com HIV acerca do abandono do tratamento e a motivação para a retomada. Percurso metodológico: Trata-se de um estudo qualitativo pautado na Teoria das Representações Sociais de Serge Moscovici. O cenário foi um Serviço de Atendimento Especializado em HIV/aids localizado na região Sul do Brasil. A população foi composta por 288 pessoas diagnosticadas com HIV em abandono do tratamento por período superior a 100 dias. Destas, 250 foram excluídas em função de critérios relacionados a informações cadastrais incompletas ou equivocadas, e aspectos impeditivos do comparecimento ao serviço e de contato. Outras 18 pessoas foram consideradas perdas por desistência. A amostra foi composta por 20 pessoas que se enquadraram aos critérios de elegibilidade e aceitaram participar do estudo. A coleta das informações ocorreu entre junho de 2021 e junho de 2022 em entrevistas semiestruturadas audiogravadas e transcritas na íntegra. Para análise das falas foi utilizado o discurso do sujeito coletivo. Resultados: Participaram do estudo 20 pessoas vivendo com HIV, sendo 12 homens e oito mulheres, com idade entre 27 e 55 anos. O tempo de abandono variou entre 210 e 1580 dias. A análise das entrevistas permitiu a emersão de 18 ideias centrais e duas ancoragens, as quais foram agrupadas em quatro grandes temas: 1) Abandono do tratamento por questões intrínsecas à pessoa vivendo com HIV; 2) Abandono do tratamento por questões ligadas à terapia medicamentosa; 3) Abandono do tratamento por dogmas sociais; 4) Forças propulsoras para a retomada do tratamento. Considerações finais: A análise qualitativa das representações sociais das pessoas vivendo com HIV indicou que o abandono da terapia antirretroviral é multifatorial, e envolve questões socioculturais, geográficas, familiares e biológicas. É essencial considerar todas as questões que permeiam e impactam as vidas das pessoas vivendo com HIV em abandono do tratamento para além das questões biológicas, viabilizando a implementação de ações que contribuam para a efetividade das políticas públicas de saúde no intuito de estimular a adesão e encorajar a retomada ao tratamento. Almeja-se que esta investigação possa despertar para as questões subjetivas ao universo da pessoa que vive com HIV e estas respeitadas na prática humanizada, voltadas ao incentivo do tratamento contínuo para controle da infecção e promoção da qualidade de vida.
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