Maria Eduarda Neves de Alencar, Raphael Pizzatto Raposo de Almeida
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Ao exame físico, identificou-se nódulo endurecido, não aderido a planos profundos, hiperemiado e indolor. Em março, ele consultou um dermatologista e realizou uma ultrassonografia que sugeriu tratar-se de uma coleção subcutânea compatível com abscesso. Foi tentada a excisão do nódulo, mas durante o procedimento, observou-se tecido altamente vascularizado e ausência de pus. O tumor apresentou crescimento progressivo e, em agosto, evoluiu para uma lesão vegetante e sangrante. Em novembro de 2021, o paciente procurou a emergência de um hospital federal no Rio de Janeiro devido a um sangramento ativo proveniente do tumor exofítico, que tinha aproximadamente 10 cm. Ele foi internado para cirurgia. O exame laboratorial pré-cirúrgico revelou níveis de hemoglobina de 6,9 mg/dL, sendo administradas 2 unidades de concentrado de hemácias. O paciente foi submetido a uma segmentectomia com remoção completa da lesão, e o material foi encaminhado para análise histopatológica. Em dezembro de 2021, na consulta de revisão pós-operatória, observou-se uma boa cicatrização. O laudo histopatológico revelou uma neoplasia maligna pouco diferenciada com padrão fusiforme e proliferação vascular evidente, sendo o material encaminhado para estudo imuno-histoquímico. Os achados morfológicos no laudo imuno-histoquímico foram compatíveis com o diagnóstico de sarcoma indiferenciado/pleomórfico. O paciente foi encaminhado ao serviço de oncologia do mesmo hospital para tratamento adjuvante. Comentários: Esse caso ilustra um desafio diagnóstico significativo, uma vez que o câncer de mama masculino é uma condição rara. Os homens tendem a procurar menos os serviços de saúde, aderir menos aos cuidados e apresentar menor continuidade no acompanhamento médico. A percepção comum de que o câncer de mama é uma doença exclusivamente feminina contribui para que os homens afetados por essa condição se afastem dos centros de saúde capazes de realizar o diagnóstico precoce. 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Câncer de mama exofítico volumoso em homem: relato de caso
Introdução: O câncer de mama masculino é uma condição rara, representando cerca de 1% de todos os casos de câncer de mama no mundo. No Brasil, é mais comum em homens acima dos 60 anos e apresenta maior incidência nas Regiões Sul e Sudeste. Embora a origem, a evolução e o tratamento dessa doença sejam semelhantes entre homens e mulheres, devido à baixa suspeita clínica de câncer de mama em homens, o diagnóstico tende a ocorrer em estágios mais avançados. Relato de caso: Apresenta-se o caso de um paciente masculino de 63 anos. Ele notou o surgimento de um nódulo no quadrante superior direito da mama esquerda em janeiro de 2021. O paciente é ex-tabagista e não possui histórico familiar de câncer de mama ou ovário. Ao exame físico, identificou-se nódulo endurecido, não aderido a planos profundos, hiperemiado e indolor. Em março, ele consultou um dermatologista e realizou uma ultrassonografia que sugeriu tratar-se de uma coleção subcutânea compatível com abscesso. Foi tentada a excisão do nódulo, mas durante o procedimento, observou-se tecido altamente vascularizado e ausência de pus. O tumor apresentou crescimento progressivo e, em agosto, evoluiu para uma lesão vegetante e sangrante. Em novembro de 2021, o paciente procurou a emergência de um hospital federal no Rio de Janeiro devido a um sangramento ativo proveniente do tumor exofítico, que tinha aproximadamente 10 cm. Ele foi internado para cirurgia. O exame laboratorial pré-cirúrgico revelou níveis de hemoglobina de 6,9 mg/dL, sendo administradas 2 unidades de concentrado de hemácias. O paciente foi submetido a uma segmentectomia com remoção completa da lesão, e o material foi encaminhado para análise histopatológica. Em dezembro de 2021, na consulta de revisão pós-operatória, observou-se uma boa cicatrização. O laudo histopatológico revelou uma neoplasia maligna pouco diferenciada com padrão fusiforme e proliferação vascular evidente, sendo o material encaminhado para estudo imuno-histoquímico. Os achados morfológicos no laudo imuno-histoquímico foram compatíveis com o diagnóstico de sarcoma indiferenciado/pleomórfico. O paciente foi encaminhado ao serviço de oncologia do mesmo hospital para tratamento adjuvante. Comentários: Esse caso ilustra um desafio diagnóstico significativo, uma vez que o câncer de mama masculino é uma condição rara. Os homens tendem a procurar menos os serviços de saúde, aderir menos aos cuidados e apresentar menor continuidade no acompanhamento médico. A percepção comum de que o câncer de mama é uma doença exclusivamente feminina contribui para que os homens afetados por essa condição se afastem dos centros de saúde capazes de realizar o diagnóstico precoce. No entanto, apesar dessas dificuldades, foi possível realizar com sucesso uma cirurgia conservadora no presente caso.