Fernanda de Siqueira Lece Aragao, Larissa Veras Menezes
{"title":"激素替代疗法对更年期和绝经后妇女的影响分析","authors":"Fernanda de Siqueira Lece Aragao, Larissa Veras Menezes","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1010","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto dos mecanismos de reposição hormonal durante o climatério sobre o risco de desenvolver cânceres ginecológicos. Fonte de dados: Os dados foram coletados das plataformas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (PubMed), utilizando-se os indexa-dores “reposição hormonal e câncer” e “hormone replacement and cancer”. Utilizaram-se como filtro os trabalhos publicados nos últimos cinco anos. Seleção de estudos: Avaliaram-se 20 estudos prévios sobre o tema, selecionando-se 7 deles para melhor compreensão dos resultados obtidos. Os critérios abrangeram o grau de relevância científica do estudo, a preferência por estudos nacionais, a metodologia empregada e o embasamento teórico. Coleta de dados: Realizou-se leitura transversal dos artigos selecionados, com base em ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais, seguida de análise crítica dos dados obtidos em cada abordagem. Resultados: Os estudos analisados demonstram que a terapia hormonal foi associada ao aumento dos riscos de câncer de mama e ovário, apesar de melhorar a sobrevida global em casos com histórico dessas neoplasias específicas. Quanto às diferenças qualitativas da terapia isolada ou com associação hormonal, nota-se que a terapia hormonal combinada está relacionada a risco aumentado para câncer de endométrio e hiperplasia endometrial. Dados epidemiológicos de estudos prospectivos publicados recentemente mostraram que o desenvolvimento de câncer de mama ocorreu em um percentual de mulheres na pós-menopausa, atingidas, em média, aos 50 anos de idade, sendo que 51% dessas haviam se submetido à terapia hormonal na menopausa. Além disso, todos os tipos de tratamento, exceto estrogênios vaginais, foram associados ao risco de câncer de mama, sendo maior nas formulações com estrogênio combinado com progesterona, em comparação com as preparações de estrogênio separadas. Observou-se também que o risco de desenvolvimento de câncer de mama com 10 anos de uso de terapia hormonal é quase o dobro do que para mulheres que fazem 5 anos de uso, sugerindo que a ocorrência de neoplasias está relacionada ao tempo de exposição. Conclusão: A partir da revisão sistematizada, infere-se que, dentre os métodos de reposição hormonal, o que mais confere risco de desenvolver neoplasias é a terapia combinada, e que os cânceres mais prevalentes são os de mama, ovário e endométrio. Entende-se ainda que as evidências apontadas nos artigos avaliados se somam a variabilidade populacional em aspectos etários, tempo de menopausa e esquema de terapia hormonal empregada, e, assim, predizem individualmente o prognóstico da paciente submetida à reposição. Diante do exposto, a implementação da reposição hormonal no climatério deve ser diretamente dialogada, levando-se em consideração a avaliação de risco para o desenvolvimento de cânceres ginecológicos juntamente com os benefícios esperados com essa abordagem de tratamento.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Análise do impacto da terapia de reposição hormonal em mulheres no climatério e pós-menopausa\",\"authors\":\"Fernanda de Siqueira Lece Aragao, Larissa Veras Menezes\",\"doi\":\"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1010\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto dos mecanismos de reposição hormonal durante o climatério sobre o risco de desenvolver cânceres ginecológicos. Fonte de dados: Os dados foram coletados das plataformas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (PubMed), utilizando-se os indexa-dores “reposição hormonal e câncer” e “hormone replacement and cancer”. Utilizaram-se como filtro os trabalhos publicados nos últimos cinco anos. Seleção de estudos: Avaliaram-se 20 estudos prévios sobre o tema, selecionando-se 7 deles para melhor compreensão dos resultados obtidos. Os critérios abrangeram o grau de relevância científica do estudo, a preferência por estudos nacionais, a metodologia empregada e o embasamento teórico. Coleta de dados: Realizou-se leitura transversal dos artigos selecionados, com base em ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais, seguida de análise crítica dos dados obtidos em cada abordagem. Resultados: Os estudos analisados demonstram que a terapia hormonal foi associada ao aumento dos riscos de câncer de mama e ovário, apesar de melhorar a sobrevida global em casos com histórico dessas neoplasias específicas. Quanto às diferenças qualitativas da terapia isolada ou com associação hormonal, nota-se que a terapia hormonal combinada está relacionada a risco aumentado para câncer de endométrio e hiperplasia endometrial. Dados epidemiológicos de estudos prospectivos publicados recentemente mostraram que o desenvolvimento de câncer de mama ocorreu em um percentual de mulheres na pós-menopausa, atingidas, em média, aos 50 anos de idade, sendo que 51% dessas haviam se submetido à terapia hormonal na menopausa. Além disso, todos os tipos de tratamento, exceto estrogênios vaginais, foram associados ao risco de câncer de mama, sendo maior nas formulações com estrogênio combinado com progesterona, em comparação com as preparações de estrogênio separadas. Observou-se também que o risco de desenvolvimento de câncer de mama com 10 anos de uso de terapia hormonal é quase o dobro do que para mulheres que fazem 5 anos de uso, sugerindo que a ocorrência de neoplasias está relacionada ao tempo de exposição. Conclusão: A partir da revisão sistematizada, infere-se que, dentre os métodos de reposição hormonal, o que mais confere risco de desenvolver neoplasias é a terapia combinada, e que os cânceres mais prevalentes são os de mama, ovário e endométrio. Entende-se ainda que as evidências apontadas nos artigos avaliados se somam a variabilidade populacional em aspectos etários, tempo de menopausa e esquema de terapia hormonal empregada, e, assim, predizem individualmente o prognóstico da paciente submetida à reposição. Diante do exposto, a implementação da reposição hormonal no climatério deve ser diretamente dialogada, levando-se em consideração a avaliação de risco para o desenvolvimento de cânceres ginecológicos juntamente com os benefícios esperados com essa abordagem de tratamento.\",\"PeriodicalId\":84971,\"journal\":{\"name\":\"Jornal brasileiro de ginecologia\",\"volume\":\"10 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-01-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Jornal brasileiro de ginecologia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1010\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1010","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
Análise do impacto da terapia de reposição hormonal em mulheres no climatério e pós-menopausa
Objetivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar o impacto dos mecanismos de reposição hormonal durante o climatério sobre o risco de desenvolver cânceres ginecológicos. Fonte de dados: Os dados foram coletados das plataformas Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e National Library of Medicine (PubMed), utilizando-se os indexa-dores “reposição hormonal e câncer” e “hormone replacement and cancer”. Utilizaram-se como filtro os trabalhos publicados nos últimos cinco anos. Seleção de estudos: Avaliaram-se 20 estudos prévios sobre o tema, selecionando-se 7 deles para melhor compreensão dos resultados obtidos. Os critérios abrangeram o grau de relevância científica do estudo, a preferência por estudos nacionais, a metodologia empregada e o embasamento teórico. Coleta de dados: Realizou-se leitura transversal dos artigos selecionados, com base em ensaios clínicos randomizados e estudos observacionais, seguida de análise crítica dos dados obtidos em cada abordagem. Resultados: Os estudos analisados demonstram que a terapia hormonal foi associada ao aumento dos riscos de câncer de mama e ovário, apesar de melhorar a sobrevida global em casos com histórico dessas neoplasias específicas. Quanto às diferenças qualitativas da terapia isolada ou com associação hormonal, nota-se que a terapia hormonal combinada está relacionada a risco aumentado para câncer de endométrio e hiperplasia endometrial. Dados epidemiológicos de estudos prospectivos publicados recentemente mostraram que o desenvolvimento de câncer de mama ocorreu em um percentual de mulheres na pós-menopausa, atingidas, em média, aos 50 anos de idade, sendo que 51% dessas haviam se submetido à terapia hormonal na menopausa. Além disso, todos os tipos de tratamento, exceto estrogênios vaginais, foram associados ao risco de câncer de mama, sendo maior nas formulações com estrogênio combinado com progesterona, em comparação com as preparações de estrogênio separadas. Observou-se também que o risco de desenvolvimento de câncer de mama com 10 anos de uso de terapia hormonal é quase o dobro do que para mulheres que fazem 5 anos de uso, sugerindo que a ocorrência de neoplasias está relacionada ao tempo de exposição. Conclusão: A partir da revisão sistematizada, infere-se que, dentre os métodos de reposição hormonal, o que mais confere risco de desenvolver neoplasias é a terapia combinada, e que os cânceres mais prevalentes são os de mama, ovário e endométrio. Entende-se ainda que as evidências apontadas nos artigos avaliados se somam a variabilidade populacional em aspectos etários, tempo de menopausa e esquema de terapia hormonal empregada, e, assim, predizem individualmente o prognóstico da paciente submetida à reposição. Diante do exposto, a implementação da reposição hormonal no climatério deve ser diretamente dialogada, levando-se em consideração a avaliação de risco para o desenvolvimento de cânceres ginecológicos juntamente com os benefícios esperados com essa abordagem de tratamento.