Bruna Obeica Vasconcellos, Helena de Sant’ Anna Fonseca Alves, Marcos Paulo Cardoso Marques, Jacqueline Assumção Silveira Montuori, Amanda Barata Reis, Walter Palis Ventura, Alberto Alves Borges, Jorge Fonte de Rezende Filho
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Relato de caso: Apresentamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 31 anos de idade, com diagnóstico de endometriose profunda e queixas de dores abdominais moderadas. A paciente não estava usando métodos contraceptivos e tinha o desejo de engravidar. Ela aguardava agendamento de cirurgia por meio do Sistema de Regulação de Consultas e Exames (SISREG). Após receber seis ciclos de ozonioterapia no Hospital Municipal da Piedade, a paciente apresentou um teste de gravidez positivo. Ela iniciou o pré-natal com 12 semanas e 1 dia de gestação, conforme confirmado por ultrassonografia do primeiro trimestre. Não houve complicações durante a gestação, e a paciente deu à luz por meio de cesariana com 39 semanas devido a uma parada na progressão do trabalho de parto. Comentários: No caso apresentado, a ozonioterapia surgiu como abordagem alternativa após o insucesso das condutas tradicionais, permitindo a realização do desejo de engravidar em uma paciente com uma condição que poderia limitar essa possibilidade. Acredita-se que a endometriose esteja associada a um desequilíbrio entre espécies reativas e mecanismos antioxidantes devido à ativação de macrófagos pelo tecido endometrial. Esse desequilíbrio leva à oxidação e nitração de estruturas, o que explica, em parte, a alta taxa de infertilidade nessa condição. Além disso, o estresse oxidativo pode afetar processos como a maturação de oócitos, a esteroidogênese ovariana, a luteólise e a manutenção do corpo lúteo. A ozonioterapia melhora a oxigenação do corpo, modula as reações inflamatórias e aumenta o sistema antioxidante e imunológico, desempenhando um papel importante na redução de aderências e aumentando as chances de fertilidade. Além disso, oferece uma abordagem terapêutica menos invasiva e melhora a qualidade de vida das pacientes. No entanto, é importante ressaltar que a adoção da ozonioterapia como tratamento para endometriose enfrenta algumas dificuldades. Existem poucos estudos realizados sobre o tema, e os benefícios dessa abordagem não estão bem estabelecidos na literatura médica. Além disso, a ozonioterapia pode ser um tratamento de alto custo e de difícil acesso para a população em geral. Em conclusão, embora o caso apresentado demonstre sucesso na gravidez após a ozonioterapia, é necessário considerar as limitações e desafios associados a essa abordagem, devido à falta de estudos robustos e à disponibilidade restrita desse tipo de tratamento.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"47 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Ozonioterapia na endometriose: relato de caso\",\"authors\":\"Bruna Obeica Vasconcellos, Helena de Sant’ Anna Fonseca Alves, Marcos Paulo Cardoso Marques, Jacqueline Assumção Silveira Montuori, Amanda Barata Reis, Walter Palis Ventura, Alberto Alves Borges, Jorge Fonte de Rezende Filho\",\"doi\":\"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1033\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: A endometriose é uma condição caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, resultando em sintomas como dismenorreia, dispareunia e dor pélvica crônica. 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Ela iniciou o pré-natal com 12 semanas e 1 dia de gestação, conforme confirmado por ultrassonografia do primeiro trimestre. Não houve complicações durante a gestação, e a paciente deu à luz por meio de cesariana com 39 semanas devido a uma parada na progressão do trabalho de parto. Comentários: No caso apresentado, a ozonioterapia surgiu como abordagem alternativa após o insucesso das condutas tradicionais, permitindo a realização do desejo de engravidar em uma paciente com uma condição que poderia limitar essa possibilidade. Acredita-se que a endometriose esteja associada a um desequilíbrio entre espécies reativas e mecanismos antioxidantes devido à ativação de macrófagos pelo tecido endometrial. Esse desequilíbrio leva à oxidação e nitração de estruturas, o que explica, em parte, a alta taxa de infertilidade nessa condição. Além disso, o estresse oxidativo pode afetar processos como a maturação de oócitos, a esteroidogênese ovariana, a luteólise e a manutenção do corpo lúteo. 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Introdução: A endometriose é uma condição caracterizada pela presença de tecido endometrial fora da cavidade uterina, resultando em sintomas como dismenorreia, dispareunia e dor pélvica crônica. Além disso, a endometriose é uma das principais causas de infertilidade e tem um impacto significativo na qualidade de vida das mulheres afetadas. Estudos recentes indicam que a endometriose está associada a uma resposta inflamatória na cavidade peritoneal, e o estresse oxidativo desempenha um papel importante na fisiopatologia da doença. Nesse contexto, a ozonioterapia tem sido considerada como uma opção de tratamento. Relato de caso: Apresentamos o caso de uma paciente do sexo feminino, 31 anos de idade, com diagnóstico de endometriose profunda e queixas de dores abdominais moderadas. A paciente não estava usando métodos contraceptivos e tinha o desejo de engravidar. Ela aguardava agendamento de cirurgia por meio do Sistema de Regulação de Consultas e Exames (SISREG). Após receber seis ciclos de ozonioterapia no Hospital Municipal da Piedade, a paciente apresentou um teste de gravidez positivo. Ela iniciou o pré-natal com 12 semanas e 1 dia de gestação, conforme confirmado por ultrassonografia do primeiro trimestre. Não houve complicações durante a gestação, e a paciente deu à luz por meio de cesariana com 39 semanas devido a uma parada na progressão do trabalho de parto. Comentários: No caso apresentado, a ozonioterapia surgiu como abordagem alternativa após o insucesso das condutas tradicionais, permitindo a realização do desejo de engravidar em uma paciente com uma condição que poderia limitar essa possibilidade. Acredita-se que a endometriose esteja associada a um desequilíbrio entre espécies reativas e mecanismos antioxidantes devido à ativação de macrófagos pelo tecido endometrial. Esse desequilíbrio leva à oxidação e nitração de estruturas, o que explica, em parte, a alta taxa de infertilidade nessa condição. Além disso, o estresse oxidativo pode afetar processos como a maturação de oócitos, a esteroidogênese ovariana, a luteólise e a manutenção do corpo lúteo. A ozonioterapia melhora a oxigenação do corpo, modula as reações inflamatórias e aumenta o sistema antioxidante e imunológico, desempenhando um papel importante na redução de aderências e aumentando as chances de fertilidade. Além disso, oferece uma abordagem terapêutica menos invasiva e melhora a qualidade de vida das pacientes. No entanto, é importante ressaltar que a adoção da ozonioterapia como tratamento para endometriose enfrenta algumas dificuldades. Existem poucos estudos realizados sobre o tema, e os benefícios dessa abordagem não estão bem estabelecidos na literatura médica. Além disso, a ozonioterapia pode ser um tratamento de alto custo e de difícil acesso para a população em geral. Em conclusão, embora o caso apresentado demonstre sucesso na gravidez após a ozonioterapia, é necessário considerar as limitações e desafios associados a essa abordagem, devido à falta de estudos robustos e à disponibilidade restrita desse tipo de tratamento.