Ravine Sales Nunes, Ricardo José de Souza, Nathalia Cristina Cruz Silva
{"title":"生殖器脱垂女性的性活动概况","authors":"Ravine Sales Nunes, Ricardo José de Souza, Nathalia Cristina Cruz Silva","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1032","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: O prolapso genital é caracterizado pela protrusão de órgãos pélvicos através ou além das paredes vaginais. É comum em mulheres multíparas, afetando até 50% delas, e pode causar sintomas relacionados ao trato urinário, intestinal e sexual. A disfunção sexual e os distúrbios do assoalho pélvico são problemas frequentemente associados, especialmente em mulheres que apresentam incontinência urinária ou fecal durante a atividade sexual. Portanto, é importante investigar a relação entre o diagnóstico de prolapso genital e seus impactos na atividade sexual dessas mulheres, uma vez que a sexualidade desempenha um papel importante na qualidade de vida e frequentemente é um objetivo do tratamento. Objetivo: Identificar o perfil da atividade sexual de mulheres com prolapso genital atendidas em um Ambulatório de Uroginecologia. Metodologia: O estudo foi conduzido em um hospital terciário e incluiu mulheres diagnosticadas com prolapso genital atendidas no Ambulatório de Uroginecologia entre janeiro de 2021 e janeiro de 2023. Todas as pacientes envolvidas forneceram consentimento informado. Durante a anamnese, além de coletar dados demográficos, foram obtidas informações sobre a frequência de atividade sexual e o principal motivo para a abstinência sexual, quando aplicável. O diagnóstico de prolapso genital foi realizado por meio do exame físico, utilizando-se a classificação Pelvic Organ Prolapse Quantification (POP-Q) e considerando o estágio II ou superior. O prolapso foi classificado de acordo com o compartimento vaginal afetado: anterior (parede anterior da vagina), apical (útero ou cúpula vaginal) e posterior (parede posterior). A análise estatística foi realizada empregando-se frequências, porcentagens, mediana e intervalo interquartil. As variáveis numéricas foram analisadas utilizando-se o teste t de Student e as variáveis categóricas foram analisadas empregando-se o teste do qui-quadrado. Resultados: No total, 182 mulheres participaram do estudo, das quais 141 (77,5%) relataram não estar envolvidas em atividade sexual, enquanto 41 (22,5%) afirmaram estar ativas sexualmente. As mulheres que ainda mantinham atividade sexual eram, em média, 10 anos mais jovens do que aquelas sem atividade sexual (p<0,001). Outro fator relevante foi o sítio do prolapso vaginal afetado; as mulheres com prolapso apical relataram significativamente menos atividade sexual do que aquelas sem prolapso apical (p=0,042). A falta de parceiro foi a causa mais comum de abstinência sexual (71/182), seguida pelo prolapso genital (27/182). Além disso, 20 mulheres afirmaram não ter intenção de retomar a atividade sexual no futuro, e 9 mulheres não estavam ativas sexualmente devido a problemas do parceiro. Conclusão: Em conclusão, observou-se que, à medida que as mulheres envelhecem, há uma tendência de redução na atividade sexual, o que pode estar associado a uma maior prevalência de prolapso genital em mulheres mais velhas, bem como a fatores sociais, como a falta de parceiro nessa faixa etária ou problemas de saúde do parceiro. Além disso, constatou-se um impacto maior do prolapso apical em comparação com outros compartimentos na atividade sexual dessas mulheres.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"31 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"O perfil de atividade sexual de mulheres com prolapso genital\",\"authors\":\"Ravine Sales Nunes, Ricardo José de Souza, Nathalia Cristina Cruz Silva\",\"doi\":\"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1032\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: O prolapso genital é caracterizado pela protrusão de órgãos pélvicos através ou além das paredes vaginais. É comum em mulheres multíparas, afetando até 50% delas, e pode causar sintomas relacionados ao trato urinário, intestinal e sexual. A disfunção sexual e os distúrbios do assoalho pélvico são problemas frequentemente associados, especialmente em mulheres que apresentam incontinência urinária ou fecal durante a atividade sexual. Portanto, é importante investigar a relação entre o diagnóstico de prolapso genital e seus impactos na atividade sexual dessas mulheres, uma vez que a sexualidade desempenha um papel importante na qualidade de vida e frequentemente é um objetivo do tratamento. Objetivo: Identificar o perfil da atividade sexual de mulheres com prolapso genital atendidas em um Ambulatório de Uroginecologia. Metodologia: O estudo foi conduzido em um hospital terciário e incluiu mulheres diagnosticadas com prolapso genital atendidas no Ambulatório de Uroginecologia entre janeiro de 2021 e janeiro de 2023. Todas as pacientes envolvidas forneceram consentimento informado. Durante a anamnese, além de coletar dados demográficos, foram obtidas informações sobre a frequência de atividade sexual e o principal motivo para a abstinência sexual, quando aplicável. O diagnóstico de prolapso genital foi realizado por meio do exame físico, utilizando-se a classificação Pelvic Organ Prolapse Quantification (POP-Q) e considerando o estágio II ou superior. O prolapso foi classificado de acordo com o compartimento vaginal afetado: anterior (parede anterior da vagina), apical (útero ou cúpula vaginal) e posterior (parede posterior). A análise estatística foi realizada empregando-se frequências, porcentagens, mediana e intervalo interquartil. As variáveis numéricas foram analisadas utilizando-se o teste t de Student e as variáveis categóricas foram analisadas empregando-se o teste do qui-quadrado. Resultados: No total, 182 mulheres participaram do estudo, das quais 141 (77,5%) relataram não estar envolvidas em atividade sexual, enquanto 41 (22,5%) afirmaram estar ativas sexualmente. As mulheres que ainda mantinham atividade sexual eram, em média, 10 anos mais jovens do que aquelas sem atividade sexual (p<0,001). Outro fator relevante foi o sítio do prolapso vaginal afetado; as mulheres com prolapso apical relataram significativamente menos atividade sexual do que aquelas sem prolapso apical (p=0,042). A falta de parceiro foi a causa mais comum de abstinência sexual (71/182), seguida pelo prolapso genital (27/182). Além disso, 20 mulheres afirmaram não ter intenção de retomar a atividade sexual no futuro, e 9 mulheres não estavam ativas sexualmente devido a problemas do parceiro. Conclusão: Em conclusão, observou-se que, à medida que as mulheres envelhecem, há uma tendência de redução na atividade sexual, o que pode estar associado a uma maior prevalência de prolapso genital em mulheres mais velhas, bem como a fatores sociais, como a falta de parceiro nessa faixa etária ou problemas de saúde do parceiro. Além disso, constatou-se um impacto maior do prolapso apical em comparação com outros compartimentos na atividade sexual dessas mulheres.\",\"PeriodicalId\":84971,\"journal\":{\"name\":\"Jornal brasileiro de ginecologia\",\"volume\":\"31 1\",\"pages\":\"0\"},\"PeriodicalIF\":0.0000,\"publicationDate\":\"2023-01-01\",\"publicationTypes\":\"Journal Article\",\"fieldsOfStudy\":null,\"isOpenAccess\":false,\"openAccessPdf\":\"\",\"citationCount\":\"0\",\"resultStr\":null,\"platform\":\"Semanticscholar\",\"paperid\":null,\"PeriodicalName\":\"Jornal brasileiro de ginecologia\",\"FirstCategoryId\":\"1085\",\"ListUrlMain\":\"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1032\",\"RegionNum\":0,\"RegionCategory\":null,\"ArticlePicture\":[],\"TitleCN\":null,\"AbstractTextCN\":null,\"PMCID\":null,\"EPubDate\":\"\",\"PubModel\":\"\",\"JCR\":\"\",\"JCRName\":\"\",\"Score\":null,\"Total\":0}","platform":"Semanticscholar","paperid":null,"PeriodicalName":"Jornal brasileiro de ginecologia","FirstCategoryId":"1085","ListUrlMain":"https://doi.org/10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1032","RegionNum":0,"RegionCategory":null,"ArticlePicture":[],"TitleCN":null,"AbstractTextCN":null,"PMCID":null,"EPubDate":"","PubModel":"","JCR":"","JCRName":"","Score":null,"Total":0}
O perfil de atividade sexual de mulheres com prolapso genital
Introdução: O prolapso genital é caracterizado pela protrusão de órgãos pélvicos através ou além das paredes vaginais. É comum em mulheres multíparas, afetando até 50% delas, e pode causar sintomas relacionados ao trato urinário, intestinal e sexual. A disfunção sexual e os distúrbios do assoalho pélvico são problemas frequentemente associados, especialmente em mulheres que apresentam incontinência urinária ou fecal durante a atividade sexual. Portanto, é importante investigar a relação entre o diagnóstico de prolapso genital e seus impactos na atividade sexual dessas mulheres, uma vez que a sexualidade desempenha um papel importante na qualidade de vida e frequentemente é um objetivo do tratamento. Objetivo: Identificar o perfil da atividade sexual de mulheres com prolapso genital atendidas em um Ambulatório de Uroginecologia. Metodologia: O estudo foi conduzido em um hospital terciário e incluiu mulheres diagnosticadas com prolapso genital atendidas no Ambulatório de Uroginecologia entre janeiro de 2021 e janeiro de 2023. Todas as pacientes envolvidas forneceram consentimento informado. Durante a anamnese, além de coletar dados demográficos, foram obtidas informações sobre a frequência de atividade sexual e o principal motivo para a abstinência sexual, quando aplicável. O diagnóstico de prolapso genital foi realizado por meio do exame físico, utilizando-se a classificação Pelvic Organ Prolapse Quantification (POP-Q) e considerando o estágio II ou superior. O prolapso foi classificado de acordo com o compartimento vaginal afetado: anterior (parede anterior da vagina), apical (útero ou cúpula vaginal) e posterior (parede posterior). A análise estatística foi realizada empregando-se frequências, porcentagens, mediana e intervalo interquartil. As variáveis numéricas foram analisadas utilizando-se o teste t de Student e as variáveis categóricas foram analisadas empregando-se o teste do qui-quadrado. Resultados: No total, 182 mulheres participaram do estudo, das quais 141 (77,5%) relataram não estar envolvidas em atividade sexual, enquanto 41 (22,5%) afirmaram estar ativas sexualmente. As mulheres que ainda mantinham atividade sexual eram, em média, 10 anos mais jovens do que aquelas sem atividade sexual (p<0,001). Outro fator relevante foi o sítio do prolapso vaginal afetado; as mulheres com prolapso apical relataram significativamente menos atividade sexual do que aquelas sem prolapso apical (p=0,042). A falta de parceiro foi a causa mais comum de abstinência sexual (71/182), seguida pelo prolapso genital (27/182). Além disso, 20 mulheres afirmaram não ter intenção de retomar a atividade sexual no futuro, e 9 mulheres não estavam ativas sexualmente devido a problemas do parceiro. Conclusão: Em conclusão, observou-se que, à medida que as mulheres envelhecem, há uma tendência de redução na atividade sexual, o que pode estar associado a uma maior prevalência de prolapso genital em mulheres mais velhas, bem como a fatores sociais, como a falta de parceiro nessa faixa etária ou problemas de saúde do parceiro. Além disso, constatou-se um impacto maior do prolapso apical em comparação com outros compartimentos na atividade sexual dessas mulheres.