HPV e vacinação: resultados preliminares do conhecimento de alunos de Medicina do Rio de Janeiro

Introdução: O câncer de colo de útero é uma das neoplasias ginecológicas mais frequentes no Brasil, porém tem alto potencial de prevenção e cura devido à disponibilidade de vacinação e exames de rastreamento. Apesar da implementação da vacinação em todo o país, a cobertura na população-alvo ainda está abaixo do recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Essa redução na cobertura vacinal é influenciada por diversos fatores, cujo conhecimento é essencial para o desenvolvimento de estratégias que aumentem os índices de vacinação e reduzam a incidência de novos casos de câncer. Objetivo: Avaliar o conhecimento dos alunos de graduação em Medicina sobre o papilomavírus humano (HPV), a imunização e suas repercussões. Métodos: Realizou-se um estudo transversal com coleta de dados de acadêmicos de uma faculdade privada de Medicina no Rio de Janeiro. O questionário utilizado continha perguntas sobre prevenção do câncer de colo de útero, complicações e acessibilidade da vacina. Os dados pessoais dos participantes, como idade, período de graduação, sexo e gênero, também foram coletados. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina Estácio de Sá. Resultados preliminares: Obtiveram-se 147 respostas, sendo a maioria dos alunos com idade entre 21 e 28 anos (63,5%), 17% no sexto período, 84,5% do sexo feminino e 94,6% cisgêneros. A taxa de acerto geral foi de 76%. Em relação à recomendação da vacinação contra o HPV, 99,3% dos estudantes concordaram. No entanto, nas perguntas relacionadas à prevenção do câncer de colo de útero, apenas 70% das respostas foram corretas. A questão com menor taxa de acerto (27%) foi sobre o uso da vacina em gestantes. Discussão: No Brasil, a vacinação contra o HPV deve ser uma das principais estratégias para reduzir a incidência do câncer de colo de útero. Este estudo buscou identificar o engajamento dos estudantes de Medicina em relação à prevenção desse tipo de câncer por meio da vacinação, visando disseminar informações para a população em geral. No entanto, é necessário aprimorar o conhecimento na área de prevenção, já que apenas 70% das respostas foram corretas nesse aspecto. Conclusão: Os resultados preliminares indicam que 76% dos alunos responderam corretamente ao questionário, demonstrando um alto índice de recomendação para a vacinação contra o HPV. No entanto, são necessários mais dados com um maior número de respostas em diferentes estágios da graduação para avaliar a reprodutibilidade desses resultados. Tanto os profissionais de saúde quanto os estudantes desempenham papel fundamental na orientação da população sobre a importância da prevenção do câncer de colo de útero.