Wender Emiliano Soares, Lara Miranda Marchesi, Rodrigo Roberto Barroso, Maria Isabel do Nascimento
{"title":"2010 至 2020 年里约热内卢按孕龄分层的胎儿死亡率","authors":"Wender Emiliano Soares, Lara Miranda Marchesi, Rodrigo Roberto Barroso, Maria Isabel do Nascimento","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1089","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: No mundo, ocorreram mais de 2 milhões de natimortos em 2019, resultando em uma taxa de óbito fetal (OF) de 13,9 por 1.000 nascimentos. A maioria desses óbitos poderia ser prevenida com a oferta de cuidados pré-natais adequados. Objetivo: Estimar as taxas de mortalidade fetal específicas por idade gestacional no estado do Rio de Janeiro de 2010 a 2020. Métodos: Estudo descritivo com base em dados secundários fornecidos pelo DATASUS. Foram calculadas as taxas de mortalidade fetal estratificadas por idade gestacional. O número de óbitos fetais foi obtido no sistema de informação de mortalidade, e o número de nascidos vivos foi obtido no sistema de informação de nascidos vivos. As taxas foram apresentadas por 1.000 nascimentos. Resultados: No período, ocorreram um total de 25.773 óbitos fetais no Rio de Janeiro, distribuídos da seguinte forma por região de saúde: Baía da Ilha Grande (1,33%), Baixada Litorânea (5,10%), Centro-Sul (2,11%), Médio Paraíba (4,50%), Metropolitana I (63,89%), Metropolita II (10,62%), Noroeste (1,73%), Norte (5,46%) e Serrana (5,21%). Em relação ao momento do parto, 92,67% dos óbitos ocorreram antes do parto. A distribuição dos óbitos por idade gestacional foi de 24,8% (22–27 semanas), 22,0% (28–31 semanas), 30,4% (32–36 semanas), 22,4% (37–41 semanas) e 0,4% (≥42 semanas). A taxa média global foi de 10,71 por 1.000 nascimentos. As taxas específicas por idade gestacional indicam maior frequência em idades gestacionais mais precoces: 334,2/1.000 (22–27 semanas), 176,9/1.000 (28–31 semanas), 34,8/1.000 (32–36 semanas), 2,8/1.000 (37–41 semanas) e 3,7/1.000 (≥42 semanas). Conclusão: Apesar de a taxa média global estar abaixo dos níveis aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 12/1.000, a estratificação por idade gestacional mostra que o problema é grave no estado do Rio de Janeiro, afetando principalmente gestações muito precoces, mas também fetos de alta viabilidade. Esse quadro demanda investigações minuciosas, bem como políticas públicas de atenção que visem a redução desse importante problema de saúde pública.","PeriodicalId":84971,"journal":{"name":"Jornal brasileiro de ginecologia","volume":"10 1","pages":"0"},"PeriodicalIF":0.0000,"publicationDate":"2023-01-01","publicationTypes":"Journal Article","fieldsOfStudy":null,"isOpenAccess":false,"openAccessPdf":"","citationCount":"0","resultStr":"{\"title\":\"Mortalidade fetal estratificada por idade gestacional no Rio de Janeiro, de 2010 a 2020\",\"authors\":\"Wender Emiliano Soares, Lara Miranda Marchesi, Rodrigo Roberto Barroso, Maria Isabel do Nascimento\",\"doi\":\"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1089\",\"DOIUrl\":null,\"url\":null,\"abstract\":\"Introdução: No mundo, ocorreram mais de 2 milhões de natimortos em 2019, resultando em uma taxa de óbito fetal (OF) de 13,9 por 1.000 nascimentos. A maioria desses óbitos poderia ser prevenida com a oferta de cuidados pré-natais adequados. 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Mortalidade fetal estratificada por idade gestacional no Rio de Janeiro, de 2010 a 2020
Introdução: No mundo, ocorreram mais de 2 milhões de natimortos em 2019, resultando em uma taxa de óbito fetal (OF) de 13,9 por 1.000 nascimentos. A maioria desses óbitos poderia ser prevenida com a oferta de cuidados pré-natais adequados. Objetivo: Estimar as taxas de mortalidade fetal específicas por idade gestacional no estado do Rio de Janeiro de 2010 a 2020. Métodos: Estudo descritivo com base em dados secundários fornecidos pelo DATASUS. Foram calculadas as taxas de mortalidade fetal estratificadas por idade gestacional. O número de óbitos fetais foi obtido no sistema de informação de mortalidade, e o número de nascidos vivos foi obtido no sistema de informação de nascidos vivos. As taxas foram apresentadas por 1.000 nascimentos. Resultados: No período, ocorreram um total de 25.773 óbitos fetais no Rio de Janeiro, distribuídos da seguinte forma por região de saúde: Baía da Ilha Grande (1,33%), Baixada Litorânea (5,10%), Centro-Sul (2,11%), Médio Paraíba (4,50%), Metropolitana I (63,89%), Metropolita II (10,62%), Noroeste (1,73%), Norte (5,46%) e Serrana (5,21%). Em relação ao momento do parto, 92,67% dos óbitos ocorreram antes do parto. A distribuição dos óbitos por idade gestacional foi de 24,8% (22–27 semanas), 22,0% (28–31 semanas), 30,4% (32–36 semanas), 22,4% (37–41 semanas) e 0,4% (≥42 semanas). A taxa média global foi de 10,71 por 1.000 nascimentos. As taxas específicas por idade gestacional indicam maior frequência em idades gestacionais mais precoces: 334,2/1.000 (22–27 semanas), 176,9/1.000 (28–31 semanas), 34,8/1.000 (32–36 semanas), 2,8/1.000 (37–41 semanas) e 3,7/1.000 (≥42 semanas). Conclusão: Apesar de a taxa média global estar abaixo dos níveis aceitáveis pela Organização Mundial da Saúde (OMS): 12/1.000, a estratificação por idade gestacional mostra que o problema é grave no estado do Rio de Janeiro, afetando principalmente gestações muito precoces, mas também fetos de alta viabilidade. Esse quadro demanda investigações minuciosas, bem como políticas públicas de atenção que visem a redução desse importante problema de saúde pública.