Pedro Carreiro da Silva Braga, Giulia Dállia Figueira do Nascimento, Ana Paula Esteves
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A partir da leitura e revisão, excluíram-se os artigos cujos objetivos não convergiam com o tema da revisão ou traziam informações regionalizadas. Por fim, utilizaram-se 27 artigos para a construção da presente revisão. Coleta de dados: As palavras-chave da pesquisa foram \"hipertensão\", \"gravidez\", \"eclâmpsia\", \"pré-eclâmpsia\" e \"mortalidade materna\". Como critério para a pré-seleção dos artigos, utilizaram-se os seguintes filtros: (i) tipo de estudo realizado (revisões sistematizadas, estudos multicêntricos, estudo randomizado controlado e texto original) e (ii) idiomas (português e inglês). Foram excluídos os artigos que não estavam disponíveis para leitura gratuita, bem como as duplicidades e aqueles que não atendiam aos critérios de inclusão. Os artigos selecionados foram pré-analisados por meio da leitura do resumo, e os artigos pré-selecionados foram lidos na íntegra. Resultados: Dos 27 artigos selecionados para revisão, a média de casos de pré-eclâmpsia (PE) no Brasil variou de 2,8 a 19,4%, dependendo da região e do grupo estudado. Os principais fatores de risco observados para PE e eclâmpsia incluem idade materna avançada, baixo nível socioeconômico (que se associa à baixa adesão ao pré-natal), diabetes gestacional, obesidade e hipertensão arterial prévia. A PE é uma associação entre hipertensão e proteinúria. Como desdobramento, a PE pode evoluir para um quadro de eclâmpsia (episódios de convulsão associados). A maioria das mulheres com PE foi submetida a cesariana, e os níveis de internação em unidade de tratamento intensivo alcançaram 11,8%. A PE também é fator de risco elevado para a mortalidade materna e fetal, com prevalências de 16,18 e 18,9%, respectivamente. O diagnóstico de PE das pacientes dos estudos foi baseado nas medidas de pressão arterial e proteinúria (93,1%). Conclusão: As síndromes hipertensivas são importantes complicações obstétricas em todo o mundo, principalmente no Brasil, onde exercem uma grande influência nas estatísticas, sendo a principal causa de morbimortalidade materna no país. Dessa forma, a implementação de protocolos padronizados para rastreamento e diagnóstico é fundamental para o controle dessa patologia. 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Mortalidade materna por síndromes hipertensivas durante a gestação no Brasil
Objetivo: Esta revisão busca entender a importância das síndromes hipertensivas durante a gestação, tendo em vista que, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), são a principal causa de morte materna no Brasil. Fonte de dados: Bases de dados National Library of Medicine (PubMed), Scientific Electronic Library Online (SciELO) e Scopus, englobando artigos publicados entre 2003 e 2022. Além dos artigos utilizados, foram empregados livros e capítulos de livro de conhecimento prévio dos autores, bem como manuais, resoluções e normas técnicas. Seleção de estudos: Ao todo, identificaram-se 339 artigos na pesquisa inicial, dos quais foram selecionados 34 para leitura e revisão. A partir da leitura e revisão, excluíram-se os artigos cujos objetivos não convergiam com o tema da revisão ou traziam informações regionalizadas. Por fim, utilizaram-se 27 artigos para a construção da presente revisão. Coleta de dados: As palavras-chave da pesquisa foram "hipertensão", "gravidez", "eclâmpsia", "pré-eclâmpsia" e "mortalidade materna". Como critério para a pré-seleção dos artigos, utilizaram-se os seguintes filtros: (i) tipo de estudo realizado (revisões sistematizadas, estudos multicêntricos, estudo randomizado controlado e texto original) e (ii) idiomas (português e inglês). Foram excluídos os artigos que não estavam disponíveis para leitura gratuita, bem como as duplicidades e aqueles que não atendiam aos critérios de inclusão. Os artigos selecionados foram pré-analisados por meio da leitura do resumo, e os artigos pré-selecionados foram lidos na íntegra. Resultados: Dos 27 artigos selecionados para revisão, a média de casos de pré-eclâmpsia (PE) no Brasil variou de 2,8 a 19,4%, dependendo da região e do grupo estudado. Os principais fatores de risco observados para PE e eclâmpsia incluem idade materna avançada, baixo nível socioeconômico (que se associa à baixa adesão ao pré-natal), diabetes gestacional, obesidade e hipertensão arterial prévia. A PE é uma associação entre hipertensão e proteinúria. Como desdobramento, a PE pode evoluir para um quadro de eclâmpsia (episódios de convulsão associados). A maioria das mulheres com PE foi submetida a cesariana, e os níveis de internação em unidade de tratamento intensivo alcançaram 11,8%. A PE também é fator de risco elevado para a mortalidade materna e fetal, com prevalências de 16,18 e 18,9%, respectivamente. O diagnóstico de PE das pacientes dos estudos foi baseado nas medidas de pressão arterial e proteinúria (93,1%). Conclusão: As síndromes hipertensivas são importantes complicações obstétricas em todo o mundo, principalmente no Brasil, onde exercem uma grande influência nas estatísticas, sendo a principal causa de morbimortalidade materna no país. Dessa forma, a implementação de protocolos padronizados para rastreamento e diagnóstico é fundamental para o controle dessa patologia. Com diagnóstico precoce e tratamento eficiente, a mortalidade materna poderá sofrer grande redução no país.