Tuani de Oliveira Castro, Priscila de Almeida Torre, Ana Ximena Zunino, Susana Cristina Aidé Viviani Fialho, Isabel Cristina Chulvis do Val Guimarães
{"title":"微消融部分射频和外用雌三醇治疗更年期泌尿生殖系统综合征的有效性和安全性评价","authors":"Tuani de Oliveira Castro, Priscila de Almeida Torre, Ana Ximena Zunino, Susana Cristina Aidé Viviani Fialho, Isabel Cristina Chulvis do Val Guimarães","doi":"10.5327/jbg-2965-3711-2023133s1111","DOIUrl":null,"url":null,"abstract":"Introdução: A síndrome geniturinária da menopausa (SGM) é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes das alterações relacionadas ao hipoestrogenismo, por falência ovariana. O tratamento hormonal tópico com estrógenos é o de primeira linha para os sinais e sintomas moderados a graves, enquanto as terapias baseadas em energia, como os lasers e a radiofrequência (RF), são alternativas para mulheres com contraindicação ao uso hormonal. Entretanto, os tratamentos com energias ainda carecem de embasamento científico, podendo tornar-se opção para esses casos. Objetivo: Analisar a eficácia e a segurança da terapêutica da aplicação da radiofrequência fracionada microablativa (FRAXX) na mucosa vaginal e comparar com o uso de estriol tópico em mulheres com SGM. Métodos: Ensaio clínico piloto, duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, que avaliou 30 mulheres com diagnóstico de SGM. Foram aplicados os questionários de função sexual (FSFI) e incontinência urinária (ICIQ-SF), além da avaliação do Índice de Saúde Vaginal (VHIS) e segurança do método, por meio da escala visual analógica (EVA). As participantes foram avaliadas antes e um mês após o término do tratamento, que consistiu em três sessões de FRAXX com intervalo de um mês entre elas. As participantes foram divididas em dois grupos: um grupo recebeu aplicação de estriol tópico por 21 dias como tratamento inicial e, posteriormente, três vezes por semana durante três meses, juntamente com um pulso mensal de placebo de FRAXX (Grupo E); o outro grupo recebeu um pulso mensal de RF por três meses, juntamente com placebo de creme vaginal (Grupo F). Resultados: Na avaliação do VHIS, observou-se melhora global pós-tratamento em ambos os grupos e em todas as variáveis, com destaque para a elasticidade, que apresentou melhora significativa com uma elasticidade visivelmente boa no grupo Estrogênio (E) (2,47 antes do tratamento e 3,80 após o tratamento, com valor de p igual a 0,001), e para a integridade epitelial, com epitélio fino e não friável no grupo FRAXX (3,00 antes do tratamento e 4,87 após o tratamento, com valor de p igual a 0,001), e proporção normal no grupo E. Durante a análise do questionário FSFI, observou-se melhora na pontuação em todos os domínios. Houve uma melhora global na pontuação mediana de 17,4 e 7,10 para os grupos E e F, respectivamente, antes do tratamento, para uma pontuação mediana pós-tratamento de 29,6 e 24,3. Não houve diferença global significativa pré e pós-tratamento entre os grupos. As queixas urinárias melhoraram em ambos os grupos, com redução mais significativa da pontuação em todas as pacientes do grupo FRAXX, atingindo uma pontuação pós-tratamento de ICIQ-SF mediana (Q1; Q3) de 3,00 (0,00; 5,00) para o grupo E e 0,00 (0,00; 0,00) para o grupo F, com valor de p igual a 0,071. Não foram constatados efeitos colaterais significativos estatisticamente em ambos os grupos. Conclusão: O uso do FRAXX demonstrou eficácia e segurança, resultando em melhora nos itens subjetivos analisados. 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Resultados: Na avaliação do VHIS, observou-se melhora global pós-tratamento em ambos os grupos e em todas as variáveis, com destaque para a elasticidade, que apresentou melhora significativa com uma elasticidade visivelmente boa no grupo Estrogênio (E) (2,47 antes do tratamento e 3,80 após o tratamento, com valor de p igual a 0,001), e para a integridade epitelial, com epitélio fino e não friável no grupo FRAXX (3,00 antes do tratamento e 4,87 após o tratamento, com valor de p igual a 0,001), e proporção normal no grupo E. Durante a análise do questionário FSFI, observou-se melhora na pontuação em todos os domínios. Houve uma melhora global na pontuação mediana de 17,4 e 7,10 para os grupos E e F, respectivamente, antes do tratamento, para uma pontuação mediana pós-tratamento de 29,6 e 24,3. Não houve diferença global significativa pré e pós-tratamento entre os grupos. 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Avaliação da eficácia e segurança do tratamento da síndrome genitourinária da menopausa por radiofrequência fracionada microablativa e estriol tópico
Introdução: A síndrome geniturinária da menopausa (SGM) é um conjunto de sinais e sintomas decorrentes das alterações relacionadas ao hipoestrogenismo, por falência ovariana. O tratamento hormonal tópico com estrógenos é o de primeira linha para os sinais e sintomas moderados a graves, enquanto as terapias baseadas em energia, como os lasers e a radiofrequência (RF), são alternativas para mulheres com contraindicação ao uso hormonal. Entretanto, os tratamentos com energias ainda carecem de embasamento científico, podendo tornar-se opção para esses casos. Objetivo: Analisar a eficácia e a segurança da terapêutica da aplicação da radiofrequência fracionada microablativa (FRAXX) na mucosa vaginal e comparar com o uso de estriol tópico em mulheres com SGM. Métodos: Ensaio clínico piloto, duplo-cego, randomizado, controlado por placebo, que avaliou 30 mulheres com diagnóstico de SGM. Foram aplicados os questionários de função sexual (FSFI) e incontinência urinária (ICIQ-SF), além da avaliação do Índice de Saúde Vaginal (VHIS) e segurança do método, por meio da escala visual analógica (EVA). As participantes foram avaliadas antes e um mês após o término do tratamento, que consistiu em três sessões de FRAXX com intervalo de um mês entre elas. As participantes foram divididas em dois grupos: um grupo recebeu aplicação de estriol tópico por 21 dias como tratamento inicial e, posteriormente, três vezes por semana durante três meses, juntamente com um pulso mensal de placebo de FRAXX (Grupo E); o outro grupo recebeu um pulso mensal de RF por três meses, juntamente com placebo de creme vaginal (Grupo F). Resultados: Na avaliação do VHIS, observou-se melhora global pós-tratamento em ambos os grupos e em todas as variáveis, com destaque para a elasticidade, que apresentou melhora significativa com uma elasticidade visivelmente boa no grupo Estrogênio (E) (2,47 antes do tratamento e 3,80 após o tratamento, com valor de p igual a 0,001), e para a integridade epitelial, com epitélio fino e não friável no grupo FRAXX (3,00 antes do tratamento e 4,87 após o tratamento, com valor de p igual a 0,001), e proporção normal no grupo E. Durante a análise do questionário FSFI, observou-se melhora na pontuação em todos os domínios. Houve uma melhora global na pontuação mediana de 17,4 e 7,10 para os grupos E e F, respectivamente, antes do tratamento, para uma pontuação mediana pós-tratamento de 29,6 e 24,3. Não houve diferença global significativa pré e pós-tratamento entre os grupos. As queixas urinárias melhoraram em ambos os grupos, com redução mais significativa da pontuação em todas as pacientes do grupo FRAXX, atingindo uma pontuação pós-tratamento de ICIQ-SF mediana (Q1; Q3) de 3,00 (0,00; 5,00) para o grupo E e 0,00 (0,00; 0,00) para o grupo F, com valor de p igual a 0,071. Não foram constatados efeitos colaterais significativos estatisticamente em ambos os grupos. Conclusão: O uso do FRAXX demonstrou eficácia e segurança, resultando em melhora nos itens subjetivos analisados. Em comparação com a terapia com estriol tópico, não foram encontradas diferenças estatisticamente significativas entre os dois tratamentos.