Alice Ramos Codeço Monteiro, Aline Rodrigues da Cruz, Maria Eduarda Ramos Codeço Sueth, Marina Hübner Freitas dos Santos Silva Machado, Camilla Calvi Batista Ofranti, Vanessa Ferreira da Silva
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Seleção de estudos: Ao todo foram selecionados 20 estudos, que após a exclusão de duplicidade e, optando por artigos mais recentes, foram eleitos 5 artigos integralmente acessados e lidos, sendo incluídos na revisão. Coleta de dados: Revisão sistematizada de literatura, utilizando-se os principais bancos de dados on-line. Resultados: Durante a gestação ocorrem intensas modificações psicológicas e fisiológicas na mulher que podem refletir diretamente em sua saúde mental. Sobreposto a esse fato, o contexto da pandemia de COVID-19 pode influenciar nos transtornos de humor maternos, mantendo-se aflorados durante o período. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as mulheres, principalmente as gestantes e puérperas, foram os grupos mais vulneráveis a problemas psicológicos durante a pandemia de COVID-19; isso se explica pelo medo da contaminação na gestação, pela vulnerabilidade ao parto prematuro e pelas incertezas sobre o parto e o pós-parto nas mulheres infectadas, principalmente pelo fato de que no início da pandemia não havia estudos e pesquisas que esclarecessem de forma precisa a respeito da doença e suas consequências. Há ainda a importância de ressaltar a falta de adesão ao pré-natal no período pandêmico, devido à quarentena e ao isolamento social, que impulsionaram ainda mais medos e incertezas, principalmente nas gestantes, que perderam o contato e acompanhamento médico durante o pré-parto. Combinado a tudo isso, os sentimentos de medo e solidão ficaram mais evidentes, gerando aumento de sintomas depressivos e de ansiedade, reforçando, assim, a necessidade de assistência pré-natal com a flexibilidade de acesso para um eficaz acompanhamento médico de forma humanizada, com o objetivo de garantir suporte emocional à gestante, cuidando e priorizando sua saúde mental. Conclusão: Com todos os sentimentos de incerteza, medo, solidão e ansiedade que pairam nos pensamentos das gestantes e puérperas, evidencia-se a necessidade do acompanhamento psicológico de suporte a essa população. No que tange à assistência pré-natal, é de suma importância incentivá-la, visto que, dessa forma, é possível acompanhar essas mulheres de maneira ativa e eficaz, a fim de minimizar as chances de danos psicológicos, tanto na gestação quanto no puerpério. 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O impacto da pandemia de COVID-19 na saúde mental das gestantes e puérperas
Objetivo: Analisar a saúde mental de gestantes e puérperas no contexto da pandemia do COVID-19 e quais foram os impactos gerados à população materna por ela. Fonte de dados: O estudo foi conduzido em uma revisão sistemática com base na literatura atual publicada a partir do ano de 2018 até 2023, utilizando-se das bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), National Library of Medicine (PubMed), livros e artigos publicados em revistas e periódicos rastreados em plataformas de dados em Medicina, bem como artigos originais e repositórios universitários. Seleção de estudos: Ao todo foram selecionados 20 estudos, que após a exclusão de duplicidade e, optando por artigos mais recentes, foram eleitos 5 artigos integralmente acessados e lidos, sendo incluídos na revisão. Coleta de dados: Revisão sistematizada de literatura, utilizando-se os principais bancos de dados on-line. Resultados: Durante a gestação ocorrem intensas modificações psicológicas e fisiológicas na mulher que podem refletir diretamente em sua saúde mental. Sobreposto a esse fato, o contexto da pandemia de COVID-19 pode influenciar nos transtornos de humor maternos, mantendo-se aflorados durante o período. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, as mulheres, principalmente as gestantes e puérperas, foram os grupos mais vulneráveis a problemas psicológicos durante a pandemia de COVID-19; isso se explica pelo medo da contaminação na gestação, pela vulnerabilidade ao parto prematuro e pelas incertezas sobre o parto e o pós-parto nas mulheres infectadas, principalmente pelo fato de que no início da pandemia não havia estudos e pesquisas que esclarecessem de forma precisa a respeito da doença e suas consequências. Há ainda a importância de ressaltar a falta de adesão ao pré-natal no período pandêmico, devido à quarentena e ao isolamento social, que impulsionaram ainda mais medos e incertezas, principalmente nas gestantes, que perderam o contato e acompanhamento médico durante o pré-parto. Combinado a tudo isso, os sentimentos de medo e solidão ficaram mais evidentes, gerando aumento de sintomas depressivos e de ansiedade, reforçando, assim, a necessidade de assistência pré-natal com a flexibilidade de acesso para um eficaz acompanhamento médico de forma humanizada, com o objetivo de garantir suporte emocional à gestante, cuidando e priorizando sua saúde mental. Conclusão: Com todos os sentimentos de incerteza, medo, solidão e ansiedade que pairam nos pensamentos das gestantes e puérperas, evidencia-se a necessidade do acompanhamento psicológico de suporte a essa população. No que tange à assistência pré-natal, é de suma importância incentivá-la, visto que, dessa forma, é possível acompanhar essas mulheres de maneira ativa e eficaz, a fim de minimizar as chances de danos psicológicos, tanto na gestação quanto no puerpério. Neste contexto, é possível afirmar que a COVID-19 impactou de forma significativa a saúde mental materna durante a pandemia, perpetuando medos e inseguranças até hoje, no cenário pós-pandêmico.